Esta semana, a Sylvia Angélico passou este texto para que lêssemos a respeito da salmonella e seus riscos. Este artigo foi escrito por dois médicos veterinários naturopatas, o Dr. Kim Bloomer e a Dra. Jeannie Thomason. Ambos escrevem nos sites www.aspenbloompetcare.com e www.theholedog.org. O texto foi retirado do site www.dogsnaturallymagazine.com. Espero que gostem!
Salmonella: a bactéria do mal
Em 2007 testemunhamos o maior recall de rações na história dos alimentos comerciais para pets. Desde então, mais e mais tutores demonstram maior interesse em que seus animais tem comido. Prestar atenção nos recalls de alimentos, petiscos e produtos destinados aos animais é sinal de responsabilidade. A causa mais comum de recalls ultimamente é devido à contaminação por salmonella. O Centre for Disease Control (CDC), Food and Drug Administration (FDA) e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) advertem que a salmonella pode ser prejudicial às pessoas que manipulam estes produtos para animais de estimação, além de ocasionar problemas para os próprios animais. Consequentemente, tutores de animais estão bem cientes do que é, na verdade, uma ocorrência natural da bactéria que traz menos risco aos cães que se imagina.
Bactéria Boa e Má
Qualquer cão (e humano) tem bactérias “boas” e “más” vivendo em seus intestinos, fazendo parte da flora intestinal. Para que o sistema imunológico funcione bem, as bactérias boas, ou probióticos, devem representar 80% da flora intestinal. As bactérias “más” (incluindo ocorrências de salmonella e E. coli), representam os 20% restantes. Os cães, sendo carnívoros oportunistas, feitos para comer coisas que nós trememos só de pensar, tem o trato gastrointestinal com características únicas que previnem que bactérias patogênicas, como salmonella e e. Coli, aumentem em número e causem um desequilíbrio na flora intestinal.
A saliva dos cães tem uma enzima digestiva que contem propriedades que neutralizam as bactérias e previnem que microorganismos patogênicos migrem em grande número para os intestinos. Qualquer bactéria remanescente é eliminada pelo forte ácido hidroclorídrico feito para, especificamente nos carnívoros, criar o pH correto (entre 1 e 2) para que as enzimas matem qualquer bactéria residual que esteja indo para os intestinos.
Quando o sistema imunológico dos animais está saudável, as poucas bactérias que sobrevivem ao forte ácido estomacal passa para o intestino delgado, que em um animal saudável contém enzimas digestivas, bicarbonato e sais biliares, secretados pelo fígado e pâncreas. Estas enzimas digerem as paredes celulares de qualquer bactéria perigosa sobrevivente e os sais biliares do fígado digerem gordura (no seu estado natural, cru) e transporta agentes anti-microbianos. Um sistema digestivo saudável também secreta uma enzima poderosa chamada lisozima que ataca as paredes celulares bacterianas. Qualquer bactéria que sobreviva a este arsenal terá que aderir à parede do intestino para que o cão fique doente.
As bactérias existem naturalmente e de maneira simbiótica no corpo dos animais e geralmente não causam nada de mais. A dieta, ambiente onde vive, química corporal e sistema imunológico influenciam a flora intestinal dos cães.
A flora intestinal de um cão saudável é relativamente estável. Esta estabilidade desencoraja qualquer infecção ocasionada por patógenos externos, como a salmonella, e previnem seu crescimento.
Uma Dieta Saudável
Quando damos comida cozida e processada (como é o caso das rações), elas invalidam as enzimas que são cruciais para manter a boa digestão e a saúde. Então, o corpo do cão precisa lançar mão de suas reservas de enzimas para processar esta comida artificial, assim rapidamente reduzindo estas importantes enzimas.
Apesar das defesas naturais dos cães contra a salmonella, é preciso apenas um pequeno número de bactérias para gerar uma infecção, embora, como dito anteriormente, este número esteja diretamente relacionado à saúde imunológica dos cães.
Para diminuir o risco de doenças relacionadas à salmonella nos cães, é preciso lhes dar uma dieta apropriada. Cães são carnívoros oportunistas, que precisam de uma dieta composta de carnes cruas e ossos. Nos perguntamos se a carne crua e os ossos não teriam bactérias perigosas, como a salmonella, e a resposta é sim. Mas, o fato de esta bactéria estar presente na carne crua não é uma surpresa. Não existe carne “livre de bactérias”. A maioria das vacas, porcos e aves usados anualmente estão contaminados com a ocorrência natural de bactérias. É provável que a carne que você compra para você mesmo esteja contaminada, assim como a carne crua que você dá para seu animal. (Tudo bem, a gente não come carne aqui, de nenhuma espécie, mas o texto é feito para todos, então...).
“A carne de animais saudávels acaba se contaminando nos abatedouros. A carne fica infectada por microorganismos quando é manuseada, embalada, processada, armazenada e transportada. Embora muitos procedimentos tenham sido incorporados no processo de produção de carne para reduzir o risco de contaminação, as bactérias persistem. Todos os produtos podem ser considerados contaminados.
O ácido estomacal dos cães mata as bactérias patogênicas pois foi feito para isso. Grãos e outros alimentos que não são comuns em uma dieta carnívora natural alteram o pH intestinal, tornando-o mais alcalino. Esta mudança na acidez afeta negativamente a habilidade do cão de destruir bactérias potencialmente perigosas como a salmonella.
As bactérias sobreviventes que passam até o trato intestinal tendem a aumentar em um cão que come grãos. Grãos, alimentos processados e vegetais demoram mais para ser digeridas porque os carnívoros não possuem tantas enzimas que quebram, digerem e assimilam os nutrientes destes alimentos. Esta demora cria uma boa oportunidade para que as bactérias perigosas, como a salmonella, se multipliquem e causem doenças.
Finalmente, cães alimentados com dietas pobres ou não apropriadas tem o sistema imune mais fraco devido à falta de enzimas vitais e de nutrientes que deveriam vir de uma dieta natural; e isto com certeza aumenta o risco de doenças vindas de bactérias.
O Fator Humano
Nosso trato intestinal não é eficiente como o do cão, então reduzir o risco de salmonella para nós, humanos, e mais importante. Para isso, é necessários termos hábitos sanitários saudáveis quando preparamos a comida de nossos cães, seja ela ração, petisco ou alimentação natural.
Lavar muito bem as mãos depois de manusear a comida do cão é importantíssimo! Além disso, a pia da cozinha e utensílios devem ser lavados com um produto anti bacteriano e atóxico, como vinagre branco, suco de limão, peróxido de hidrogênio. (Bom, além disso eu passo o detergente nosso de cada dia).
Conclusão: depois de tomarmos todo o cuidado com a salmonella do ponto de vista da saúde humana, ela não é um risco para cães saudáveis e que comem uma alimentação natural.
4 comentários:
Olá, Fú e Su!
Ficou excelente a tradução! Tenho certeza de que ajudará muitos candidatos a adeptos a reverem seus pré-conceitos sobre o verdadeiro risco de bactérias como a salmonela para os pets!
Microorganismos como a salmonela são como sementes. Só germinam se o solo - a saúde, o organismo - estiver propício - imunossuprimido, debilitado.
Por isso, não se prepocupem com bactérias. É impossível evitá-las; estão por toda parte. Cuidem de fortalecer a imunidade dos pets - e de vocês, é claro.
Abraços e parabéns pela tradução :)
Pois é, Syl. Estes pré-conceitos são muito arraigados e nada melhor que um texto de médicos veterinários desmistificando tudo isso.
Os bichinhos tão aí, à espreita de um organismo mais fraco, digamos assim, p/ se instalar. Quando tá tudo bem, não desenvolvemos deonça. Igual a gente: enquanto uns pegam gripe, outros não. Por que? Organismo mais forte =)
Beijos!!!
Fú
Eu já tive salmonella, kkk. É horrível, mas... Tô aqui!
Beijo e adorei!
Sério Ana? Nossa, eu nem imagino como deve ser... eu tive giardíase qdo criança... é muito ruim =p
Beijos!
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