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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Suprimos as necessidades emocionais dos cães?

Quando se trata de suprir as necessidades emocionais dos cães, é bem capaz que a gente esteja falhando em alguma coisa. Preste atenção no que pedimos deles. Eles estão curtindo tanto quanto a gente? O que os motiva? O que te motiva?
Se não atendermos às necessidades emocionais dos cães, os pressionamos a alcançar qualquer objetivo que tenhamos feito para eles (esporte, companhia, serviço, terapeuta…). Desenvolver confiança é a base que permitirá que nosso relacionamento cresça.
Marc Bekoff, autor do livro “Canine Confidential: Why Dogs Do What They Do” diz que: “os cães estão sendo constantemente desafiados, e a maioria está sob muito estresse ao tentar se adaptar ao mundo humano. Eles precisam de toda ajuda possível para aprender a coexistir com outros cães e humanos. Nada é perdido, pelo contrário: ganhamos muito ao sermos legais com nossos cães e ao prestar atenção em cada uma de suas necessidades individuais.
Ser legal com o seu cão. Uma simples frase com um enorme significado. Não importa se o que o cão faz é errado ou inconveniente, precisamos ser legais com eles.

Linda Michaels desenvolveu a “Hierarquia das Necessidades dos Cães”. Esse gráfico é muito importante porque nos mostra que, quando trazemos um cão para o nosso convívio, precisamos fazer mais do que apenas dar comida, água e abrigo, coisas que estão na base da pirâmide. Para chegar ao topo da pirâmide, precisamos nos esforçar para suprir suas necessidades emocionais. No topo da pirâmide estão as “Necessidades Cognitivas”, que incluem novidade, escolha e solução de problemas. O que isso quer dizer? Que precisamos atender às necessidades emocionais de nossos cães se quisermos ter um cão bem ajustado, saudável e confiante. Sem isso, nossa relação com eles se torna limitada.
Como podemos fazer isso? Aprendendo a ler nossos cães! Se não entendermos a linguagem corporal deles, não há como saber como eles estão se sentindo.
Precisamos levar em conta que cães são indivíduos com personalidades e emoções distintas. Quantas vezes não pedimos coisas aos nossos cães que não é do interesse deles, mas continuamos sem lhes dar opção de escolha ou de estar cientes do seu estado emocional? Nós domesticamos os cães sim, mas isso nos dá o direito de exigir que eles façam algo que não gostam, que têm medo ou que os deixa ansiosos?

Como saber se não estamos entendendo nossos cães? Dois exemplos:
Parcão/Passeio: geralmente achamos que todos os cães precisam disso. Mas não é bem verdade. Os parques para cães podem ser um verdadeiro horror para alguns cães: cães demais ao mesmo tempo podem causar ansiedade para alguns, enquanto outros parecem gostar. Como saber a diferença entre um cão que está gostando e outro que não está? Como identificar um bully? Se os sinais não forem óbvios, não conseguimos perceber que o cão não está feliz naquela situação e outros cães podem ficar tão estressados que acabam se tornando agressivos ou reativos. Os cães nos dizem o tempo todo que não estão gostando disso mas, muitas vezes, não conseguimos entender.
→ A indústria do cinema: outro exemplo… os cães vivem em canis, com pouca interação humana, até a hora de gravar. Muitos deles tem uma vida bem pobre emocionalmente.

Reconhecer sinais de estresse, os menos óbvios, nos ajudam a ajudar os cães a ficarem menos ansiosos e isso já faz uma enorme diferença no nosso relacionamento com eles.
Algumas perguntas-chave que devemos nos fazer: conseguimos entender as emoções dos cães? Sabemos quando um cão está feliz? Como podemos ajudar um cão a se sentir bem e completo?

Mas… o que é um cão completo?
A ciência já considera os cães seres sencientes, ou seja, eles sentem e pensam: são capazes de sentir uma variedade de emoções como medo, raiva, amor, alegria, tristeza, ansiedade e também sofrem dores físicas E emocionais. São capazes de confiar ou não baseado nas experiências com humanos e outros animais. Conhecer a mente de um cão é ser capaz de levar em consideração seu estado emocional e bem estar. Ao fazer isso, comece a procurar aquilo que faz com que seu cão se sinta completo.
Um cão completo é aquele que tem suas necessidades supridas, tanto físicas quanto emocionais, criando um ambiente seguro.
A Hierarquia das Necessidades dos Cães é uma ferramente excelente para nos ajudar a atingir este objetivo. Ela nos mostra o poder de escolha. Como tomamos decisões pelos nossos cães na grande maioria das vezes, cabe a nós suprir suas necessidades. Devemos ter sempre em mente a seguinte questão: “Isso é do interesse do meu cão ou está apenas satisfazendo um desejo meu, deixando-o sem opção de escolha?”
Entender isso ajuda os cães a atingir o máximo do seu potencial. Nos ajuda e ajuda os cães a se sentirem seguros e capazes de curtir a vida ao máximo.
Ao trazermos um cão para nossas vidas temos a obrigação moral e ética de assegurar seu bem-estar.


Tradução e adaptação livre do site Dog Decoder. As imagens podem ser obtidas gratuitamente aqui e aqui.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Jogos para melhorar o vínculo com nossos cães

Depois de muito tempo voltei a escrever por aqui. Para começar, vou colocar o primeiro de uma série de posts com jogos para estreitar o vínculo com nossos cães. Fiquem ligados que outros posts sobre o assunto aparecerão por aqui!

Recentemente eu e mais algumas amigas resolvemos assinar em conjunto um portal sobre comportamento canino chamado “Tawzerdog”. Um dos primeiros vídeos que assisti foi uma série entitulada “Confiança sem a guia: como aumentar o vínculo através de brincadeiras” (tradução livre), de Pamela Anderson.
O primeiro jogo que ela ensina é o “positive interruptor”, que nada mais é do que você fazer um barulho qualquer (eu escolhi o som do beijo) e pareá-lo com petisco, exatamente da mesma forma como fazemos quando estamos carregando o clicker. Falando mais tecnicamente: um som pareado com um reforço primário (comida) que significa “PARE o que estiver fazendo e olhe pra mim”.
Quando o cão tiver associado bem já o som, você conseguirá ter a atenção do seu cão sempre que necessário, mas lembre-se: não é da noite para o dia! Precisamos ensinar o cão em etapas, como explicado abaixo.



Nível 1 – sem distrações
→ condicione o som: faça o barulho e dê um petisco (nesta hora não use o clicker!);
→ quando o cão olhar para você assim que você fizer o barulho, aí sim clique e recompense;
→ quando ele já tiver entendido que o barulho = olhar para você, passe a esperar que ele ofereça este comportamento ANTES de dar a recompensa.

Nível 2 – com distrações
Fazemos o mesmo procedimento acima, mas acrescentamos distrações pequenas, como brinquedos espalhados pelo local. E daí vamos aumentando o nível de distração de forma gradual (fazer com pessoas no recinto, outro animal, na frente da casa, em uma rua tranquila, em uma rua com um pouco mais de movimento e assim por diante).

Nível 3
Quando o som tem uma resposta automática (o cão olha para você assim que ouve o barulho do beijo), já podemos usá-lo para interromper um comportamento. Exemplo: o cão está farejando, você faz o som do beijo, ele pára de farejar e olha para você.





Este foi o primeiro jogo ensinado. Estou no nível 2 com a Merida e com o Pistache, mas ainda dentro de casa colocando distrações que eles já estão acostumados a lidar, apesar de quererem interagir com elas. 


No vídeo, Merida demonstrando como fazemos este exercício já no nível 2.