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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Uma ajuda natural para a Ansiedade de Separação

Ansiedade de separação, resumidamente, é o medo de ficar sem seu tutor (já falei sobre isso aqui). É uma das maiores causas de abandono de cães em todo o mundo. Os comportamentos causados por ela são realmente um problema, mas são tratáveis.

Sintomas
Cães que têm ansiedade de separação mostram estresse quando deixados sozinhos. Normalmente, têm uma resposta dramática depois de pouco tempo da saída dos tutores. Os sintomas mais comuns são:


  • Raspar e cavoucar portas e janelas na tentativa de ir para junto do tutor;
  • Comportamento destrutivo (rói móveis e outros objetos para aliviar a ansiedade);
  • Latir, uivar e chorar, chamando o dono;
  • Salivar em excesso, se lamber ou se morder;
  • Em casos mais graves, urinar e defecar pela casa (efeito fisiológico devido ao estresse). 

Qual a causa?
Cães são animais sociais, assim como nós. Por isso eles ficam nervosos quando deixados sozinhos e muitos sofrem de ansiedade quando separados das pessoas que mais amam. Enquanto a causa principal seja ficar sozinho, há outras causas que levam ao problema, como mudanças na rotina ou de casa, barulhos intensos, qualquer coisa que abale os sentidos. 

Pode se desenvolver em cães que:

  • Não passaram muito tempo sozinhos;
  • Durante o período crítico do desenvolvimento psicológico foram abandonados;
  • Não foram devidamente integrados no primeiro lar, talvez até confinados em locais pequenos e com pouca interação social;
  • Foram tirados da mãe e irmãos muito cedo (antes das 8 semanas) ou muito tarde (depois das 14 semanas);
  • Passaram por um evento traumático, como algo assustador em um canil ou abrigo, ou uma grande mudança, como a chegada de mais uma pessoa na família, mudança de casa ou da rotina do tutor;
  • São muito ligados a uma pessoa, principalmente cães adotados, e se sentem inseguros quando esta pessoa sai. 

Ajudando seu cão de forma natural
  • Coloque música. Escolha música clássica, calma, já que a ideia é acalmar o cão;
  • Grave sons comuns da casa e toque-os como forma de confortar o cão. Grave-se lendo em voz alta. De vez em quando toque estas gravações com você em casa, para o cão não associá-las com a sua saída (e ser mais um motivo de ansiedade);
  • Deixe uma roupa sua, usada, com seu cão: seu cheiro o acalma;
  • A dieta do seu cão pode ser uma aliada: alimentos de baixa qualidade podem causar problemas, enquanto alimentos bem nutritivos são extremamente benéficos;
  • Brinque com seu cão, exercite-o antes de sair;
  • Tente dar a porção maior de alimentos para seu cão antes de você sair: ele ficará mais sonolento depois de uma boa caminhada e uma refeição substanciosa. 

A homeopatia pode ser uma excelente aliada (procure orientação profissional)

  • Pulsatilla nigicans - muito comum em casos de ansiedade de separação em cães que são grudados no tutor, que têm medo de ficar sozinho, que demandam companhia e ficam muito agitados e ansiosos.
  • Calcarea phosphorica - mais usada para cães que destroem objetos, que precisam de companhia e não gostam de ficar só. Também para cães sensíveis a sons fortes (como trovões). 
  • Gelsemium - para cães que tremem, para ansiedade por antecipação, cães que têm diarreia ou urinam quando estão sob muito estresse ao ficarem sozinhos. 
  • Passiflora - acalma todo o sistema nervoso. 
  • Scutellaria e Valerian - são ótimos para aliviar os sintomas da ansiedade e nervosismo. Acalmam e relaxam o cão. 
  • Chamomila - é um potente sedativo, reduzindo a ansiedade e o estresse dos animais. Ajuda o cão a dormir. Pode ser o chá das flores ou homeopático. 

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Os benefícios do óleo de coco

O óleo de coco é um dos suplementos indicados na alimentação crua e tem inúmeros benefícios para a saúde dos nossos peludos.

A maioria dos efeitos benéficos do óleo de coco vêm dos triglicerídeos de cadeia média. Um exemplo é o ácido láurico, que tem propriedades antibacterianas, antivirais e antifúngicas.

Além disso é metabolizado pelo organismo com eficiência, fornecendo energia, melhorando a performance atlética e ajudando na perda de peso. Nos cães também regulam o funcionamento da tireóide, ajudando cães obesos na perda de peso e dando mais energia a cães sedentários.

Mais benefícios incluem: elevar o metabolismo, dar mais energia e vitalidade, proteger de doenças, melhora a condição de pele e pelagem, a digestão e reduzir reações alérgicas.

Oferecido regularmente aos cães, os benefícios são:

Pele e pelagem

  • Melhora problemas como eczemas, alergia à picada de pulga, dermatite de contato e coceira;
  • Diminui reações alérgicas e melhora a saúde da pele;
  • O pelo fica bonito e brilhante, sem odor;
  • Previne e trata infeções por fungos e leveduras, inclusive cândida;
  • Desinfecta cortes e promove a cicatrização de feridas;
  • Seu uso tópico promove cura de feridas, pele e pelo secos, mordidas e picadas.
Digestão
  • Melhora a digestão e absorção de nutrientes;
  • Ajuda na cura de problemas digestivos
  • Reduz ou elimina o mal hálito;
  • Ajuda na eliminação de bolas de pelo (caso dos gatos).
Sistema imunológico, funções metabólicas e saúde óssea
  • Contém poderosos agentes antibacterianos, antivirais e antifúngicos que previvem infecções e doenças;
  • Regula a insulina e promove a função normal da tireoide;
  • Ajuda na prevenção ou controle do diabetes; 
  • Ajuda em problemas articulares.
Que tal melhorarmos ainda mais a saúde e nutrição de nossos cães? Aqui você encontra dicas de como fazer seu próprio óleo de coco. 

sábado, 25 de abril de 2015

Como manter seu cão ocupado dentro de casa

Seu cão está entediado? Os dias estão chuvosos? Ou você simplesmente está à procura de coisas para manter seu cão ocupado?

Quando não proporcionamos algo para fazer, acabamos com um sapato ou mesa destruída: cães entediados se tornam destrutivos.

Dê atenção ao seu cão quando estiver em casa com ele - brinque de jogos interativos ou ensine-o algo novo. Os cães amam essa atenção e ela é necessária para sua saúde e bem-estar. Para mantê-lo ocupado você não precisa de brinquedos maravilhosos ou acesso a um quintal, você precisa apenas de tempo e dedicação.

Talvez não sejamos capazes de dar ao cão o trabalho integral que eles foram feitos para fazer, mas podemos lhes dar algo significativo para fazer com algumas brincadeiras e truques. E, ao ver a carinha feliz do seu cão depois de uma brincadeira de cabo-de-guerra, vai entender o motivo dos cães serem nossos melhores amigos. Abaixo algumas ideias de como manter seu cão ocupado.

1. Que mão está?
Coloque um petisco em uma das mãos. Mostre as duas para o cão, fechadas, e deixe-o escolher em qual mão está o petisco. Os cães têm excelente olfato, mas precisam aprender a usá-lo. Só deixe-o pegar o petisco se ele acertar.

2. O jogo dos copos
É uma variação do jogo acima, mas feito com três copos. Coloque um petisco debaixo de um dos três copos e o cão tem que achar onde ele está. Quando ele entender a brincadeira, comece a misturar os copos, para ele trabalhar o olfato, não apenas a visão.

3. Esconde-esconde
Peça para o cão sentar e ficar enquanto você se esconde. Chame-o e elogie-o quando ele lhe achar.

4. Use as escadas a seu favor
Se você tiver escadas em sua casa, use-as para exercitar o cão fisicamente em dias muito chuvosos quando não dá para sair. Suba e desça escadas com seu cão ou, se ele não for muito desajeitado, dá para brincar de pegar o brinquedo (ou petisco) na escada.

5. Ache os petiscos!
Peça para o cão sentar e ficar enquanto você esconde petiscos bem gostosos pela casa. Comece com esconderijos mais fáceis, para o cão acostumar a usar o faro. Com o tempo torne as coisas mais difíceis.

6. Pegar os chinelos
Cães normalmente adoram ter o que fazer, mesmo quando é algo simples como pegar seus chinelos. Você pode ensiná-lo nomes de outros objetos para que ele também os traga para você.

7. Recheie um Kong 
Se quiser manter seu cão entretido por um tempo, recheie um Kong com algo muito gostoso. Pode ser um purê de frutas ou de vegetais, misturado com petiscos ou não. Conforme o cão for ficando mais habilidoso, congele-o.

8. Ensine o nome dos brinquedos
Comece brincando com um brinquedo específico e dê um nome enquanto brinca. Quando o cão aprender o nome deste brinquedo, veja se ele pega o brinquedo quando você falar o nome deles, mesmo que esteja no meio de outros brinquedos. Com o tempo, ensine o nome de outros brinquedos também.

9. Encontre o... 
Quando seu cão já souber o nome de alguns brinquedos, faça essa brincadeira. Coloque os brinquedos dele em uma pilha e fale para ele encontrar um dos brinquedos. Para a brincadeira ficar mais divertida, recompense o cão com petiscos ou um jogo de cabo-de-guerra. Trabalha bastante o cérebro do cão.

10. Obediência
Seu cão sabe os comandos básicos de obediência? Vir quando chamado? Ficar? Mesmo os que já sabem isso, se beneficiam de treinos diários para refrescar a memória ou aperfeiçoar o que já sabem. Além de cansar o cão mentalmente também.

11. Ensine um truque novo
Há sempre um truque novo para se ensinar o cão. Seja pular por um arco, trançar as suas pernas, equilibrar um biscoito no nariz. Na internet há vários truques legais e como ensiná-los. É ótimo para estreitar nossos laços, além de trabalhar a mente deles.

12. Treino com clicker
O clicker é uma ferramenta que marca o comportamento exato que você quer reforçar. Com ele você pode conseguir comportamentos capturando, modelando ou guiando o cão.

13. Cabo-de-guerra
Esta é uma excelente brincadeira, que cansa física e mentalmente. É uma forma também de você colocar em prática os comandos "solta" ou "larga", além de controlar o impulso do cão intercalando pedidos de "senta", "deita" e "larga" e voltando a brincar sempre que ele seguir os comandos. E não se preocupe: brincar de cabo-de-guerra não deixa os cães mais agressivos! É uma grande diversão para você e seu cão, e pode deixá-lo ganhar algumas vezes sim, sem problemas.

14. Guardar os brinquedos
Se o cão já sabe o "solta", estimule-o a pegar um brinquedo e a soltá-lo sob comando quando ele estiver em frente à caixa dos brinquedos. Elogie-o, recompense-o bastante por ter feito o certo. Aos poucos vá aumentando a distância do cão em relação à caixa, até ele pegar o brinquedo e ir guardá-lo.

15. Quebra-cabeças
Mantenha-o mentalmente ativo com quebra-cabeças. Aqui no Brasil a Pet Games disponibiliza vários modelos, dos iniciantes aos experts. Mas você também pode fazer o seu próprio, que você pode inventar ou achar tutoriais na internet.

16. Faça-o trabalhar pela comida
O cão tem uma vida muito confortável: cama quentinha, atenção e comida grátis. Mude um pouco isso de forma fácil e divertida: peça para seu cão fazer alguns truques ou comandos de obediência básica antes de dar-lhe o jantar.

17. Brincar de buscar
Especialmente se seu cão adorar bolinhas, brinque de jogar bolinha pra ele buscar. Só evite brincar em locais onde há objetos que possam ser quebrados.

18. Massageie o cão
Aprenda a massagear o cão. Além de ser relaxante para o cão, é útil para você, que passa a conhecer melhor o corpo dele e fica mais atento a possíveis mudanças corporais, como falhas na pelagem, inchaços, locais doloridos etc, e tratar antes de se tornar um problemão. Além disso, estreita ainda mais os laços entre você e seu cão.

19. Brincadeiras mentais
Já brincou de 101 coisas para se fazer com uma caixa? Basta ter uma caixa, um clicker e petiscos. Brinque de modelar comportamentos, encorajando o cão a tentar algo novo. Ele toma as próprias decisões sobre o que fazer e não fazer, aumentando sua flexibilidade física e mental. Coloque a caixa no chão e não faça nada. Clique e recompense para qualquer interação que o cão fizer com ela; depois só clique e recompense comportamentos específicos, como colocar uma pata dentro da caixa; duas patas; três; quatro! Você pode usar qualquer objeto, não precisa ser necessariamente uma caixa.

20. Escovações regulares
Embora não seja tão excitante quanto o cabo-de-guerra, é algo que precisa ser feito periodicamente. Eles precisam ser escovados, banhados, ter os dentes escovados e as unhas cortadas. Alguns cães gostam mais que outros dessas atividades, mas se você as fizer e sempre recompensar o cão, tudo se tornará mais fácil. Ofereça muitos petiscos durante a escovação - afinal, queremos que os cães associem este hábito com algo positivo.

21. Jogo do Vem
Os cães amam! Você precisa de um parceiro. Cada um de vocês fica num lado do cômodo com um brinquedo ou alguns petiscos. Revezem-se chamado o cão e recompensando quando ele vier. Fazendo isso, você terá um cão que virá alegremente quando você o chamar.

22. Faça um circuito de obstáculos
Faça o cão pular sobre toalhas, trançar entre seus brinquedos, deitar em um cobertor. Use sua imaginação e crie uma série de obstáculos para o cão seguir. Essa brincadeira estimula a mente do cão e encoraja a prestar atenção no dono.

23. Estourar bolhas
Alguns cães são fascinados por bolhas. Faça bolhinhas de sabão e deixe seu cão estourá-las e se divertir.

24. Compre um brinquedo, crie um ou faça rodízio
Cães se entediam com o mesmo brinquedo. Então você pode escolher entre compra um novo, fazer um ou fazer um rodízio dos brinquedos que você tem tem casa. Não deixe todos os brinquedos acessíveis, apenas alguns. E vá fazendo rodízio com os outros a cada 3 dias, por exemplo. Fazendo assim, é como se você sempre desse um brinquedo novo ao seu cão e ele sempre ficará entusiasmado com eles.
Os brinquedos também ficam mais atraentes quando você se engaja numa brincadeira com seu cão. Há também tutoriais na internet de como fazer brinquedos para seu cão com roupas velhas, toalhas, meias.

25. Convide amigos caninos para brincar
Seu cão tem amigos caninos? Convide-os para brincar. É divertido ver cães brincando juntos e é garantido que, no final do dia você terá um cão cansado. Além de ser bom para manter a socialização do cão.

26. Trazer de volta velhos truques
Assim como a gente os cães também precisam refrescar sua memória. Quando foi a última vez que você pediu para seu cão rolar ou fingir de morto? Se faz um tempo, pegue alguns petiscos e ensine-o de novo. Faça isso também com outros comandos que ele já sabe, para não perder o ritmo.

27. Ensine-o a ir para algum lugar
Seu cão sabe ir para o sofá ou a cama dele? É algo simples de ensinar e útil quando precisamos cozinhar ou queremos comer em paz. Se você pedir para o cão ir para o seu cantinho enquanto faz comida, várias vezes, isto se torna um hábito.

28. Ensine-o a pegar a guia
O mesmo princípio de trazer seus chinelos, mas agora ele traz a guia para você para ir passear.

29. Ensine-o a acender/apagar as luzes
Se você estiver com preguiça e começar a ficar escuro, não seria bacana ter seu cão acendendo a luz?Para começar a ensinar este truque, é mais fácil ensinar o Target (tocar). Assim que ele souber tocar com o focinho, ou a pata, uma fita adesiva, coloque-a no interruptor e recompense muito o cão. Claro, se marcas de unhas na parede te incomodarem, não ensine isso.

30. Trabalha o auto-controle
Os cães precisam ser ensinados que nem sempre eles podem ter o que querem. Desde a inibição de mordida quando filhote até a esperar sob comando, o auto-controle mantém o cão fora de problemas. Comece trabalhando comandos fáceis como o "deixa", "espera", "fica", "relaxa" e "deita". São comandos sempre úteis.

31. Faça petiscos caseiros
Claro que seu cão não irá participar desta atividade, mas é ele quem irá ganhar os petiscos. Ao invés de comprar os industrializados, faça-os em casa com ingredientes mais saudáveis. Na internet há muitas receitas disponíveis, assim como livros sobre o assunto.

32. Ensine-o a pedir por favor ao se sentar
Quando seu cão quer algo ele fica cutucando sua mão? Ensine seu cão a se sentar para ganhar o que ele quiser, desde atenção até o jantar ou o passeio. Recompense o comportamento educado, seja consistente e você terá um cão que se senta sempre que quiser algo, ao invés de pular e cutucar você.

33. Aconchegue-se e relaxe
Depois de uma sessão de treino ou brincadeira, nada melhor que relaxar. Os cães adoram deitar com seus donos. Aconchegue-se a ele para vet TV, ler um livro. Ele irá adorar.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Hierarquia Compassiva

Há um tempo venho lendo sobre a hierarquia compassiva, que é fazer escolhas éticas para modificar comportamentos.

Em 2008, Susan Friedman publicou um artigo intitulado "What's Wrong with this Picture: When Effectiveness is not enough", onde falou sobre a hierarquia compassiva: incorporar a ética nas escolhas que fazemos quando treinamos um animal, ao invés de pensar apenas no que "funciona".

A hierarquia compassiva não é um monte de "regras": é um ranking de métodos de treinamento, começando com o menos invasivo para o animal e terminando no mais invasivo. Menos invasivo é definido como o procedimento que deixa o animal com maior controle sobre seus resultados. Quem a usa como guia deve se informar sobre a espécie de animal que está trabalhando e observar o comportamento do indivíduo, já que animais diferentes têm respostas diferentes para cada método.

Intervir em um comportamento é uma grande responsabilidade e devemos levar em conta primeiro o animal: suas necessidades, o que gosta e não gosta. O que o animal quer, e como podemos descobrir um se há método aceitável para conseguir isto?

Abaixo está o gráfico da hierarquia compassiva. Para usá-lo, pense em um comportamento de seu cão que você queira mudar. Comece pela base da figura, no carrinho, e siga em frente bem devagar, pegando todas as saídas à direita. Se o que é proposto naquela "rua" for irrelevante ou não tiver funcionado, siga em frente e pegue a próxima saída, ou consulte um profissional. Lembre-se de parar antes de usar a punição positiva! As lobadas e os sinais de cuidado de de "pare" nos avisam conforme formos chegando em ações mais invasivas.



Vamos aos exemplos, usando aqui o treino de caixa de transporte.

Intervenção 1: Saúde, nutrição e ambiente físico. Significa procurarmos primeiro um motivo físico para aquele comportamento, seja um problema físico do animal ou algo do ambiente que o afeta.
Comportamento 1: O cão fica parado quando você pede para ele entrar na caixa. Seu cão idoso parece que se esqueceu de como entrar na caixa: ao invés de entrar lá feliz, ele fica lambendo os lábio. Ele resiste quando você tenta guiá-lo para dentro. Você o leva ao veterinário e descobre que ele está ficando cego. Há um brilho vindo do pote de água de metal dele que o assusta. Sua intervenção: trocar por um pote de plástico.
Quando lidamos com um problema de comportamento, devemos ver se há algo relacionado com a saúde do cão em primeiro lugar, e não se aplica apenas a cães idosos!
Neste caso, se você tentasse treinar novamente o cão, acabaria com um cão "teimoso". E se, pior ainda, você o punisse por não entrar na caixa de transporte?

Intervenção 2: Manejo dos antecedentes. Comandos são antecedentes que ensinamos, mas os antecedentes acontecem todo o tempo na vida do cão. Manejá-los significa que algumas vezes temos que lidar com um comportamento indesejado mudando o que acontece antes dele, ao invés de lidar com as consequências que acontecem depois dele.
Comportamento 2: Filhote chora na caixa. A caixa de transporte está na sala. Seus outros cães estão soltos em outro ambiente. Como parte do processo de levá-los para fora quando você está em casa, você deixa seus outros cães passarem pela sala enquanto o filhote ainda está na caixa. Ele chora e grita, excitado, quando os outros entram. Aí você entra num dilema: deixa o filhote sair enquanto está chorando? Se sim, provavelmente você vai recompensar este comportamento. Mas, e se ele estiver apertado?
Neste caso, o antecedente é a entrada dos outros cães. Isto leva à vocalização do filhote. O barulho pode ser aceitável em outras situações, mas chorar e gritar na caixa é um problema. Três possíveis mudanças nos antecedentes que podem solucionar este problema:

1. Eliminar completamente o antecedente: Levar os outros cães para fora por outra parte da casa. Então pegar o filhote, separadamente, e levá-lo para fora também.
2. Mudar a localização do filhote durante o antecedente: Deixe o filhote sair primeiro. Seja levando-o para fora ou deixando-o solto na sala quando os outros cães vierem. Ele pode até ficar excitado e vocalizar, mas não coloca você em um dilema, como faria se ele estivesse na caixa de transporte.
3. Mudar a localização do filhote, assim ele não estará presente durante o antecedente: Leve o filhote para outra parte da casa e deixe os cães mais velhos passarem pela sala primeiro, então solte o filhote e deixe-o de juntar à gangue.

Qualquer um destes deve resolver este caso particular de choro na caixa de transporte sem precisar recompensar ou punir nada, nem treinar nada.

Intervenção 3: Reforço positivo. Algo é adicionado após o comportamento, levando o comportamento a acontecer com mais frequência.
Comportamento 3: Cão vai para a caixa de transporte e fica lá. É algo que você quer ensinar ao cão. Para fazê-lo usando reforço positivo, você pode usar qualquer um dos três métodos de treino: guiar, capturar ou modelar.

  • Você pode deixar petiscos lá dentro para ele encontrar (guiar).
  • Se ele entrar por conta própria, você imediatamente marca e recompensa (capturar).
  • Se ele está lá dentro e quietinho, você joga petiscos pra ele (capturar).
  • Você pode brincar enquanto modela a entrada dele na caixa de diferentes locais do ambiente (modelar). 


Intervenção 4: Reforço diferencial de comportamentos alternativos. Significa que um comportamento alternativo é recompensado enquanto o indesejado é extinto.
Comportamento 4: Seu cão vai para a caixa quando chega alguém em casa (ao invés de pular). É algo que você quer ensinar. Seu cão adolescente ama todo mundo e fica muito animado quando alguém chega em casa. Ele pula em todos, que não é a sua ideia de receber bem as visitas.
Você começa ensinar o cão a ir para a caixa através do reforço positivo, sem visitas. O treina muito bem até que ele fique muito feliz de ir para lá e, quando damos o comando, ele corre pra entrar na caixa.
Então, o ensinamos que a campainha é o comando para ir para a caixa. Depois que este comando estiver sólido, começamos a praticar com pessoas vindo visitar, mas não em casos reais: tudo controlado.

Pular nas pessoas não acabará se este comportamento não for cessado, então você precisa manejar o ambiente. No começo vai precisar manter o cão atrás de um portãozinho: ele ainda vai poder recepcionar as visitas E pular, mas não nelas.

Para o treino controlado, você precisa treinar as pessoas: elas devem ignorar completamente o cão se ele pular nelas, removendo o reforço anterior dos pulos, que é atenção. Mas o melhor é evitar por completo essa situação: alguns cães gostam de pular mesmo quando as pessoas o ignoram.

A recompensa do novo comportamento deve ser maior ou igual que a original. O ato final é ensinar o cão que, depois de ir para a caixa de transporte, ele vai poder sair de lá e falar "oi", se quiser, mas com calma, sem pulos. Claro, deve-se treinar isto também.

Intervenção 5: Extinção, Reforço Negativo e Punição Negativa.
Intervenção 5a: Extinção. A extinção de um comportamento acontece quando a consequência que antes recompensava o comportamento é permanentemente removida.
Comportamento 5a: Filhote late para sair da caixa durante a noite. Quando pegamos um filhote, algumas vezes quando nos atrasamos um pouco para levá-lo ao banheiro à noite, ele dá um latidinho para chamar a atenção. Então você levante e leva-o ao banheiro. Ele vai crescendo e você fica cansado disso. Você tem certeza que ele não está apertado. Então ele late e você continua na cama. Ele late mais. Você não consegue mais aguentar e leva-o ao banheiro.
Em suas pesquisas na internet, descobre que deve ignorar o cão. Então, você o ignora, mesmo ele latindo, latindo e latindo. Quando ele desiste e fica quieto por um ou dois minutos, você pode deixá-lo sair.
Mas isto mostra a desvantagem de usar a extinção deste jeito. A situação é injusta para o cão, que pode mesmo estar apertado e tenta desesperadamente te avisar, como antigamente. O mundo dele virou de cabeça para baixo e o que antes funcionada, agora falha. Agora ele não faz ideia do que fazer para poder usar o banheiro. Você o esperou ficar quieto para soltá-lo, mas não pode usar "ficar quieto" como comando para sair se ele permaneceu quieto praticamente a noite toda. A menos que você queira começar uma cadeia de comportamento: fazer barulho, ficar quieto, sair.
Esta é a razão pela qual a extinção sozinha é pior que o reforço diferencial de comportamentos alternativos. Neste caso, você desenvolve deliberadamente e recompensa um novo comportamento no lugar do antigo, e o cão sabe o que deve ser feito.

Intervenção 5b: Reforço Negativo. Algo é removido após um comportamento, fazendo com que este comportamento aconteça mais vezes.
Comportamento 5b: Filhote fica na caixa. Você ensina o filhote a ficar na caixa quando lhe pede para fazê-lo, sem fechar a porta dela. Você coloca o filhote lá dentro e pede para ele ficar. Ele fica por alguns segundos, levanta e coloca a cabeça para fora. Você chega primeiro e faz um bloqueio corporal, invadindo o espaço dele e usando pressão corporal para fazê-lo voltar para a caixa.
O reforço negativo usa um aversivo, algo que o animal não gosta. Por causa disso pode ter falhas.

Intervenção 5c: Punição Negativa. Algo é removido após um comportamento, fazendo com que ele ocorra menos vezes.
Comportamento 5c: Filhote chora na caixa. Filhote na caixa. Você entra na sala e ele começa a chorar de excitação (e nunca fez isso). Imediatamente você dá meia-volta e sai da sala.

Intervenção 6: Punição Positiva. Algo é adicionado após um comportamento, fazendo com que ele ocorra com menos frequência.
Comportamento 6: Filhote sai correndo da caixa quando ela é aberta. O filhote desenvolveu este hábito irritante assim que você abre a porta da caixa. Então você decide mostrar a ele quem é que manda: pega um spray com água e limão, anda até a caixa de transporte, abre a porta e espirra na cara dele sempre que ele tentar sair.
Isto mostra os muitos inconvenientes da punição positiva. Primeiro, pode não estar claro para o cão porquê está sendo punido. Olhar para fora? Cruzar a porta? Qualquer coisa que tenha acontecido?
Talvez você nem tenha ensinado a ele o comportamento desejado: sentar até que você o libere. Então, da próxima vez que você abrir a porta, ele pode ficar com medo de sair. Ou medo sempre que vir um borrifador. O afeto e confiança que ele sente por você pode diminuir, já que fica claro que é você que o pune com algo muito, muito ruim. O nível de ansiedade dele aumenta muito: o que vai acontecer depois?

Como Susan Friedman disse: "A punição positiva é raramente necessária quando se tem o conhecimento necessário de mudança de comportamento e habilidades de ensino". E nos presenteou com estas outras sete alternativas para ela.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Mude a vida do seu cão (para melhor) com a dieta crua!

Muitas pessoas sabem que a boa alimentação tem um grande impacto na sua saúde e bem-estar mas, mesmo assim, não aplicam a mesma lógica aos seus amados cães. É fácil esquecer que aquilo que o cão come impacta a saúde dele e é nosso papel, como seus tutores, ajudá-los a ter uma vida mais saudável e longa.

A alimentação crua biologicamente apropriada é o alimento natural para nossos cães. As rações comerciais foram inventadas há cerca de 100 anos então parece óbvio que a natureza não fez os cães adaptados para comer ração. Olhe para os dentes do seu cão para entender melhor: caninos grandes, molares pontiagudos. Estes dentes são feitos para rasgar carnes e esmagar ossos. Os tutores gastam muito dinheiro em limpeza dentária porque os dentes dos cães não foram feitos para triturar grãos de ração, que é um alimento não natural e totalmente processado.

Melhorar a vida dos cães é fácil: inclua carnes, vísceras e ossos carnudos, crus, na alimentação. Nada é cozido, já que o cozimento altera toda a composição nutricional dos alimentos (além de não se poder NUNCA oferecer ossos cozidos, os ossos sempre devem ser oferecidos crus!). Também devemos oferecer suplementos naturais, pois trazem nutrientes adicionais muito benéficos aos cães. Estes suplementos são: azeite de oliva extra-virgem, óleo de coco, levedo de cerveja, alho, iogurte natural entre outros. Também se oferece uma pequena porcentagem de verduras, legumes e frutas.

Além de os cães terem uma vida mais longa e saudável com uma dieta crua, há outros benefícios, um deles é a condição física. O pelo se torna mais brilhante e macio; caem menos pelos, pois a saúde deles fica melhorada. Os olhos também ficam mais saudáveis.

O característico "cheiro de cachorro" é bem reduzido, já que com essa alimentação os cães ficam livres de aditivos e químicos encontrados na ração. Na verdade, um cão que se alimenta com BARF precisa de menos banhos.

Outro benefício maravilho se refere aos dentes. Cães que se alimentam com BARF têm um hálito mais fresco, não tem o famoso bafinho fedido. Seus dentes são também mais limpos e brancos (vejo pelos dentes da Suzie, sem nenhum tártaro e nunca fez limpeza nos dentes; e os dentes do Pistache estão perdendo o tártaro que tinham acumulado neles, apenas com a alimentação e escovação). O ato de roer e triturar os ossos limpam os dentes e a gengiva. Com a ração, os cães trituram seus grãos, mas seus restos ficam grudados nos dentes e entre a gengiva (causa do mal hálito) e favorecendo o aparecimento do tártaro. Na alimentação crua nada fica grudado nos dentes dos cães, ou seja, não ficam resíduos de alimentos causadores do tártaro.

A natureza é perfeita e os cães evoluíram comendo alimentos crus. Nossos cães são carnívoros que evoluíram de seus ancestrais selvagens, foram feitos para comer carnes, ossos e vísceras crus - seu estômago é preparado e totalmente adaptado e capaz de digerir alimentos crus e capaz de extrair o máximo de nutrição deles.

Para mim, os benefícios são inúmeros e eu não alimentaria mais um cão meu com ração. A saúde física deles está impecável, sua disposição também. Problemas de saúde considerados corriqueiros (problemas de pele, gastrointestinais, auriculares etc) são inexistentes e, com isso, economizamos muito com remédios que antes sempre tínhamos em casa. Nada como oferecer aos cães um alimento apropriado à sua fisiologia. A saúde deles e a beleza salta aos nossos olhos.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Cães velcro

Cães velcro são aqueles que estão sempre perto do seu tutor, acompanhando-o como se fosse uma sombra. Se não estiverem juntos, estão em um local estratégico de onde possam vê-los.

O que causa?


  • Alguns cães se tornam "velcro" por conta dos nossos próprios hábitos. Se todo o tempo a gente for fazer um carinho nele, dar petisco, logo ele aprenderá que ficar por perto é muito bom. 
  • Cães com mais idade podem ficar mais dependentes e agarrados aos seus tutores, principalmente se sua visão e audição começam a falhar.
  • Algumas raças foram selecionadas para serem dependentes. Cães de trabalho, pastoreio e de caça foram criados para trabalhar em conjunto com o homem. Eles dependem das orientações do ser humano para o trabalho. Muitos cães de companhia foram selecionados para serem cães de colo. Outras raças se ligam muito a uma pessoa da casa. 
  • O tédio e a falta de estímulos mentais podem "formar" um cão velcro. É uma espécie de estratégia para passar o tempo e encontrar o que fazer: encontram entretenimento seguindo o tutor por onde quer que ele vá. 
  • Cães com ansiedade de separação tendem a ser também cães velcro. Alguns cães desenvolvem uma ligação extremada com seus tutores, o que causa ansiedade quando eles saem ou estão fora de seu campo de visão. 
  • Se este comportamento for repentino, pode estar relacionado à saúde. Quando o cão está doente, ele pode ficar confuso: ele pode "grudar" no tutor para lidar melhor com a doença. 
  • Mudar de casa pode fazer o cão ficar mais grudado que o normal.

Quando é um problema?

Se seu cão tem ansiedade de separação (veja abaixo as diferenças), procure ajuda para modificar o comportamento. A ansiedade de separação é uma das causas mais comuns de consulta com comportamentalistas: se não for tratada, não haverá melhoras.

Se seu cão é apenas grudado em você, fica a seu critério modificar ou não o comportamento. Algumas pessoas não ligam; mas se for um problema, peça ajuda especializada para reduzi-lo.

A causa do comportamento é tédio? Procure fornecê-lo estímulos mentais ou um trabalho para fazer. Cães entediados podem se tornar destrutivos quando sozinhos.

Ansiedade de separação X cão velcro

Muitas vezes cães velcro e cães com ansiedade de separação são classificados como o mesmo problema, ambos associados com o fato de não querer ficar longe de seus tutores. Embora as diferenças sejam sutis, elas existem. Os cães velcro querem ficar junto de seus tutores; cães com ansiedade de separação entram em pânico quando ficam longe de seus tutores.

Muitos cães que têm ansiedade de separação tendem a também ser cães velcro, mas nem todos os cães velcro têm ansiedade de separação: está é específica de quando o cão é deixado sozinho. O cão velcro exibe o comportamento grudinho quando você está em casa.

Sintomas da ansiedade de separação:

  • Latir ou uivar quando você sai
  • Roer e destruir objetos (como portas, móveis)
  • Tentar fugir
  • Babar ou ofegar excessivamente
  • Fazer suas necessidades fora de lugar quando sozinho
  • Andar de um lado para o outro
  • O cão fica ansioso quando você se prepara para sair
  • O cão tem comportamento inapropriado somente quando está sozinho

Sintomas do cão velcro:

  • Segui-lo pelos cômodos
  • Precisa constantemente estar perto de você
  • Está sempre de olho em você
  • Se antecipa quando você vai se levantar
  • Quer estar sempre onde as coisas acontecem
Cães velcro podem sim ter uma tendência maior a ter ansiedade de separação. 

Como reduzir?

Para estimular mais independência, há algumas dicas que podem ajudar:

1. Treine o comando "fica". Quando você estiver na cozinha ou no banheiro, ensine o cão a ficar a uma certa distância. Comece com distâncias pequenas, aumentando gradativamente. Lembre-se de recompensá-lo pelos acertos!

2. Faça jogos que dependam de distância. Brincadeiras de faro, esconde-esconde e bolinha são divertidas e estimulam diversão mesmo sem você do lado.

3. Dessensibilize o cão aos seus movimentos. Se seu cão se levanta toda vez que você se levanta, repita este ato (de se levantar) até que ele não reaja mais. Um hora ele não vai mais ligar para os seus movimentos e ficará no canto dele quando você se levantar.
Pense em todos os "gatilhos" que fazem seu cão responder. Ele se levanta quando você guarda o controle remoto ou quando coloca os sapatos? Trabalhe para dessensibilizar estes gatilhos. Quando ele estiver familiarizado com estas coisas, ele vai parar de reagir a eles.

4. Dê ao cão um lugar especial e treine-o a ir para ele. Use a caminha dele, ou um colchãozinho e treine-o a ir para lá. Recompense-o quando ele for para lá e dê incentivos extras neste local especial, como brinquedos ou petiscos, algo que o faça querer ficar ali. Um kong recheado é excelente para distrair o cão enquanto você faz suas coisas.

5. Coloque mais atividade física no dia-a-dia. Cão cansado é cão feliz. Se seu cão tem energia o bastante para lhe seguir pela casa, então ele pode ter uma dose extra de exercícios. Quando ele tem atividade física o suficiente é mais provável que ele durma e relaxe em casa, nem percebendo que você se levantou.

6. Dê mais estímulo mental. Cães adoram trabalhar e brincar. Manter o cérebro ativo faz com que eles se cansem tanto quanto uma atividade física. Obediência básica, agility, faro, esconde-esconde, cabo-de-guerra e aprender novos truques são boas maneiras de se cansar um cão. Oferecer a comida em brinquedos dispensadores de comida também são excelentes opções. 

Cães adoram ter um propósito
Se tudo bem seu cão lhe seguir pela casa, mas não quer que ele entre na cozinha enquanto você cozinha, estabeleça limites. Ao invés de dizer o que não quer que ele faça, ensine comportamentos aceitáveis. 

Manter seu cão física e mentalmente desafiado desenvolve a confiança dele. Faça atividades dentro e fora de casa, coisas que você possa fazer rotineiramente, para mantê-lo ocupado. 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Os benefícios de uma dieta caseira

Desde que parei de dar ração noto apenas melhoras na saúde dos magrelos, além de muita disposição e vitalidade. Isso porque, ao priorizarmos oferecer aos nossos cães (e gatos também!) alimentos biologicamente apropriados, nutritivos e frescos, fornecemos mais que nutrição: damos aos nossos peludos saúde e longevidade!

Quando o alimento é cru (como é o nosso caso), é uma dieta muito nutritiva e mais saudável que as rações comerciais. Ao oferecer um alimento cru biologicamente apropriado, eu escolho quais ingredientes terão a dieta deles, tenho maior controle tanto da variedade quanto da qualidade dos alimentos. Essa melhor qualidade da nutrição se reflete em uma vida mais longa e saudável, além de gastar muito menos com remédios e consultas veterinárias por motivo de doenças. Há seis anos, Suzie tinha muitos problemas de pele, ouvido e gastrointestinais, que acabaram quando mudei para uma alimentação de qualidade e feita em casa. Ao dar comida de verdade, proporciono a eles uma variedade de carnes, frutas e vegetais, tornando uma dieta muito rica.

Comidinha da Suzie e do
Pistache. 
Além destes ingredientes frescos, também forneço alguns suplementos naturais que melhoram ainda mais sua saúde, a qualidade da pelagem e da pele. O que noto de mais marcante é que suas orelhas e boca não têm odor forte e ruim, nem mesmo eles têm cheiro forte. Seus dentes são saudáveis e mais limpos, por comerem ossos carnudos crus e ossos recreacionais crus, e seu sistema imunológico é muito forte.

Antes de começar, estudei muito, além de me consultar com uma veterinária especializada neste tipo de dieta. A comida deles consiste em ossos carnudos crus (60%), carnes (15%), vísceras (15%) e frutas, vegetais e legumes (10%). Tudo muito balanceado, acrescido dos suplementos naturais (alguns diários, outros dados 1 a 2 vezes na semana) e dado de acordo com seu peso ideal. Isso é fundamental, porque oferecer um alimento caseiro não significa dar a mesma comida que comemos, muito menos restos de comida. Tem que ser biologicamente apropriada! Por isso é fundamental se aconselhar com um veterinário que entenda e prescreva este tipo de dieta.

Os vegetais não são muito bem digeridos, então devem ser servidos ou cozidos (alguns só podem ser oferecidos cozidos) ou batidos no liquidificador, quando crus. Assim é mais fácil para os cães absorverem seus nutrientes.

Se interessou? Pesquise muito sobre o assunto. Há poucos sites brasileiros, mas são excelentes fonte de informação. Já na língua inglesa, há uma vasta informação, tanto em sites quanto em livros.

Poruguês:
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Comida boa pra cachorro
Bicho Integral
Tendências Naturebas

sábado, 4 de abril de 2015

Adoção de cão adulto: Adaptação entre irmãos

Após o primeiro contato inicial muito bem sucedido, precisamos adaptar os dois cães em casa. Afinal, a casa e seus humanos eram todos da Suzie. Agora ela precisaria dividir tudo. Vamos começar pelo estômago. 

Refeições

Depois de uma volta tranquila, Pistache e Suzie estão em casa. Hora de dar comida para eles. Eu conheço a Suzie, meio competitiva por comida, então, dei a comida dos dois separados no primeiro dia: ele comeu na lavanderia, ela na cozinha, porta fechada.

No segundo dia, café da manhã também dado separado, mas desta vez com a porta aberta. Eu precisava ver como seria a reação dos dois, ainda mais sabendo da gulodice da Suzie. Nenhum deles foi no prato do outro para comer (os dois comendo AN, ele desde o primeiro dia, porque rejeitou a ração, quis só a comida da nova mamãe). Nada de olhares atravessados, pelos eriçados, nenhum sinal de ansiedade ou agressividade, de nenhuma parte. Fui aproximando os potes, sempre de olho na reação dos dois. Hoje, eles comem um ao lado do outro, separados apenas pelo pote de água. Mas eu sempre de olho. Um espera o outro terminar de comer, para, aí sim, lamberem um o pote do outro. Os dois sentam para comer, o comando nem é verbal: o fato de eu pegar os potes já é o comando. Suzie espera eu colocar o prato no chão e dar o OK; Pistache ainda está no processo (porque ele demorou a ficar confiante o bastante para se sentar). 

Confiança

Família quase completa, passeando nas montanhas
na casa de uma amiga-irmã
Ele chegou medroso: afinal, foram quase 5 anos com uma família, agora está em um local totalmente novo, com pessoas estranhas, não familiares. Nos dois primeiros dias não me aproximei muito dele: esperava ele se aproximar. Quando ele se aproximava de mim com mais confiança, apresentava a minha mão pra ele, pra ele tocar com o focinho, e era recompensado por isso (targeting). Hoje, está totalmente relaxado com a gente e ambientado à casa e à rotina. 

Medos

Muitos de seus medos já acabaram: de cães latindo, de carros, ônibus, moto, caminhões passando, de algumas pessoas, de bater palmas, de tapinhas no bumbum (como carinho), de sentar (ele não sentava de jeito nenhum, agora senta pra tudo), de subir na cama, colchão, sofá, do aspirador de pó. Fui adaptando com calma ele a todas estas situações que antes o aterrorizavam. Ainda permanece o medo de fogos de artifício e um pouco quando há tempestades. Seguimos trabalhando. 

Rotina

Passeios diários às 6:15h da manhã; idas à uma praça; hora de comer, de treinar, de dormir. Completamente ambientado. 

Educação

Já entende o targeting (mostrar a mão), senta, vem, vamos dormir, hora do xixi. Senta pra comer, pra ganhar carinho, pra colocar a coleira. Agora precisa sentar pra sair, ainda não entendeu muito bem. Tenho que ir com calma, por ele ser mais sensível que a Suzie. Tenho trabalhado o Deixa, Deita e Fica (pra ele entender que eu sumo, mas volto). Tem melhorado também no aspecto de ficar sozinho.

Tem muita necessidade de roer e, no começo, ele roeu alguns brinquedos das meninas (eu estava desacostumada, porque a Suzie não tinha mais essa necessidade toda de roer). Ele ainda tem, então, sempre tenho ossos, brinquedos pra roer e fui ensinando  o que podia e não podia. Hoje as meninas já podem brincar no chão perto dele que ele não irá roubar seus brinquedos; posso deixar a porta do quarto delas aberta enquanto estou em casa que não há mais perigo: ele escolhe as coisinhas dele pra destruir. Hoje esqueci a porta do quarto delas aberta, e passeia a manhã fora, atendendo. Quando voltei, estava tudo intacto. Uma bela prova e ele passou com louvor!

Não faz xixi pela casa toda: faz na frente ou no quintal (e, finalmente, fez no passeio na rua, coisa que ele não fazia, esperava chegar em casa pra fazer). Durante a noite tem feito xixi, mas sempre no mesmo lugar na cozinha, sem marcar território. 

Amor

Maninhos dormindo juntos
Já é muito amado, como se ele sempre houvesse sido nosso e apenas tivesse passado uma temporada em outro lugar. Muito grudado com a gente, dengoso, adora um carinho, dormir junto, ama as meninas, adora uma lambidinha da Suzie nas orelhas. 

O que mais nos impressionou foi a Suzie: desde o primeiro dia em casa já aceitou ele deitar perto, do lado, não demonstrou ciúme algum. Não parece que realmente sempre estiveram juntos?