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segunda-feira, 27 de junho de 2016

No aprendizado a raça faz diferença?

A educação dos cães é muito importante e necessária. Ela é essencial para que eles consigam se adequar a quase todo tipo de situação, mas somente educá-los não é garantia de lhes oferecer bem-estar. Cada indivíduo é único, a educação é importante e a genética, queiramos ou não, também, por isso não podemos deixá-la de lado.

Mudanças para satisfazer nossas necessidades
Os cães, que nos acompanham ao longo das civilizações, se adaptaram aos nossos povoados e, depois, se tornaram “ferramentas” importantes para nossa vida.

Começamos a exigir deles comportamentos e aspectos determinados, criando-os para isso. Moldamos desde o seu tamanho até sua tolerância a contato físico, sem esquecer sua mordedura, comportamento, cor e comprimento da pelagem etc. Tudo de acordo com nosso gosto.

Sejam desenvolvidas naturalmente ou por seleção artificial, o fato é que hoje existem centenas de raças reconhecidas, inclusive algumas com problemas variados, como machos que não conseguem fecundar as fêmeas, fêmeas que não podem ter um parto natural devido ao tamanho da cabeça dos filhotes, cães com dificuldades respiratórias, problemas de coluna, de quadril, má formações genéticas etc.

A conduta de nossos cães será a combinação da genética com a educação. Como ambas são fundamentais, não podemos esquecer de nenhuma!

As aparências enganam?
Vamos pensar nos cães selecionados para as tarefas de antigamente: para quê eram eficientes?; quais as funções, hoje em dia, dos antigos cães pastores, de guerra, caçadores, rastreadores? Nesta descrição, entram cães como os conhecidos Pastores Alemães, Pointers, Galgos, Mastifes, Terriers, entre outros (para saber mais, a FCI os classifica em 10 grupos de acordo com sua função).

É evidente que há diferenças importantes entre os grupos de cães, além da sua morfologia. A seleção para desempenhar funções concretas influi também nas diferenças comportamentais. Traduzindo: nossos cães de “companhia” podem ter tanto características que nos chamem a atenção como problemas de comportamento.

Exemplos
Foi-se criada uma raça para o trabalho e, para isso, ela deveria gostar de trabalhar, e trabalhar muito. Ela tem muita necessidade de trabalhar. Sim, estou falando do Pastor Belga Malinois: pode ele ser feliz se não trabalhar? Depende. Podemos fazer com que ele trabalhe em outro tipo de coisa, a menos que você queira que o trabalho dele seja destruir sua casa. Agora, com certeza ele será muito mais feliz e, até mais equilibrado, se respeitarmos a sua individualidade e dermos a ele algo com que se ocupar, seja fazendo agility, obediência, trekking etc.

Aqueles cães lindos que nadavam para levar a presa são hoje os sociáveis e amigáveis Retrievers. São cães que estão sempre dispostos a qualquer coisa, inclusive aprontar em casa, se não lhe dermos coisas úteis para fazer.

Há também o famoso Border Collie, que hoje é muito conhecido por pastorear crianças. Mesmo que você conheça um que não o faça, é característico da raça sua movimentação, sua cautela, seu olhar fixo e sua disposição para o trabalho, para aprender, para os esportes caninos.

O Beagle é um ótimo exemplo de um cão rastreador: sente um odor, se fixa nele e nada o faz parar de segui-lo.

E os cães de caça que adoram qualquer pessoa? São os Setters e Pointers. Provavelmente sejam assim porque antigamente os caçadores os emprestavam uns para os outros e, assim, trabalhavam com qualquer pessoa.

Ainda que existam os Terriers maiores, já percebeu que os menores, apesar de usados como cães de companhia, nem sempre são amigáveis, latem bastante, são ousados, algumas vezes não se dão bem com crianças pequenas? Sua origem lutadora e de trabalhador solitário contribuem para essas características.

Resumindo
O que isso quer dizer? Que todos os cães de uma mesma raça agem da mesma forma? Não! Mas saber a sua origem nos faz levar em conta suas necessidades , supri-las e usá-las a nosso favor para termos um cão mais equilibrado e feliz.

A educação que damos aos nossos cães é muito importante mas não podemos esquecer que muitos deles foram feitos para desempenhar determinada função e muitas vezes somos os responsáveis por suprir suas carências para não nos defrontarmos com problemas de comportamento “típicos” de determinada raça ou grupo de cães.


Saber o passado de nossos cães nos ajudará a melhorar seu presente. 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Porque não usar "Não"

Vamos direto ao ponto: o “não” não informa nada ao cão. E, quando educamos um cão, queremos dar instruções sobre o que ele PODE fazer. Então, por que os cães erram? Simplesmente porque ainda não entenderam o que queremos deles ou por estarem confusos em relação ao que os ensinamos. E o que fazer quando eles cometerem um erro? Simplesmente não recompensar e voltar o exercício em um ponto onde ele compreendia.

No começo eu também achava que precisava falar sempre “não”, pra ensinar o certo e o errado. Mas o que aquela palavra boba significava? Dava alguma informação que a Suzie (no caso) precisava para fazer o certo?

Uma palavra confusa
Vamos imaginar um cão que pula. Aí ele ouve um “não!” bem dado. Que informação essa palavra deu ao cão? Porque o cão não estava apenas pulando: ele estava feliz, respirando, se aproximou de alguém. E o que aquele “não” quis dizer? A pessoa é perigosa? Para o cão, isso é extremamente confuso, porque são várias ações que ele fazia, além de pular. O que fazer, então? Ao invés de falar “não”, ensine-o a fazer outra coisa, algo que você queira. Ensine-o a sentar ao se aproximar de uma pessoa, por exemplo. E recompense-o quando ele fizer isso. Muito mais informativo que ficar gritando “não” toda hora. E não resolve, concorda?

Quando ensinamos um comportamento complexo, onde o cão precisa fazer várias coisas, a palavra “não” não deixa as coisas mais fáceis para o cão. Se você gritar “Não!” quando ele fizer uma parte errada, como ele vai saber qual foi a parte que ele errou?

Como eliminar essa palavra de nosso vocabulário? Procure se comunicar melhor, se esforce para passar informações para seu cão.

Nós não falamos “não” direto para outras pessoas, por que faríamos para nossos cães?

Recompensa X Não recompensa
Os cães, assim como nós, decidem o que fazer com base no que eles foram ou não recompensados.

Digamos que você está ensinando seu cão a tocar com a pata um determinado objeto, mas ele toca com o focinho. Simplesmente não o recompense. Deixe ele pensar no que é para ser feito. Não diga “não”, que não informa nada ao cão. Neste caso, ajude seu cão a ter sucesso em uma nova tentativa: torne o exercício mais fácil.

Se for um comportamento complexo, composto de várias pequenas partes (como puxar uma gaveta, retirar algo de dentro dela, entregar a você e se sentar a sua frente), trabalhe um comportamento por vez.

Quando recompensamos os acertos e ignoramos os erros, comunicamos ao nosso cão exatamente o que queremos que ele faça.


Ao fazermos isso, nossa relação com os cães fica baseada em comunicação e entendimento, ao invés de confusão, medo e advertências. Assim, nossos cães farão o possível para fazer o que queremos. Se isso não acontecer, a culpa certamente não é de nossos cães: ou estamos falhando ao educá-lo ou não passamos informações claras o bastante para eles.