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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Entendendo o cão - Parte 1

Devido ao grande número de mitos e desentendimentos que rondam o universo canino, resolvi fazer um resumo de um livro chamado “The Misunderstood Dog”, que trata exatamente disso: derrubar os mitos que fazem com que a nossa convivência com os cães não seja harmoniosa como gostaríamos.
Tentarei colocar um capítulo por semana. Vamos procurar entender nossos cães da melhor forma possível?

A capa do livro que estou trazendo pra vocês



Começando Certo
Infelizmente, não compramos/adotamos cães como compramos um carro ou um celular: ao invés de pesquisar, o fazemos por impulso, seja porque aquele filhotinho lindo estava por ali ou a raça X é muito linda.

Não existe a melhor raça e nem o melhor cão, mas sim o cão que é melhor para você. Diferentemente de celulares e carros, que usamos sem saber como é exatamente seu mecanismo interno, precisamos entender o que se passa na cabeça do cão.
Imagine a seguinte situação. Você está em um país estrangeiro e não sabe nem os costumes e nem a linguagem de lá. Você está com fome, senta num restaurante e, quando a comida chega, você começa a comer com a mão. O garçon, ao ver isso, grita com você mas você não entende uma palavra. Você fica confuso e assustado, porque sempre comeu dessa forma, e não foi informado que, neste país comer assim é altamente inapropriado.
Os relacionamentos com os cães normalmente são baseados no negativo. Passamos muito tempo dizendo aos cães o que não fazer, acreditando que eles sabem fazer o certo. Por conta disso, acabamos rotulando e culpando nossos cães. Eles são repreendidos por fazerem coisas erradas quando, na verdade, nunca ensinamos os comportamentos que desejamos que eles façam. Como eles podem evitar um problema se nem sabem que existe um?
É muito mais fácil passar uma semana ensinando o cão a gostar de ficar sozinho e se divertir sem companhia do que passar meses solucionando problemas de ansiedade de separação. É muito melhor ensinar um cão a roer itens apropriados para isso do que chegar em casa e ver seus móveis destruídos. O adestramento nada mais é que isso mesmo: alterar a probabilidade de comportamentos futuros.
Solucionar um problema demanda muito mais tempo, energia, paciência e dinheiro. Agora, ensinar os comportamentos adequados é bem menos trabalhoso em todos os sentidos.
Em toda interação que temos com nossos cães eles estão sendo treinados, seja intencional ou não. É impossível passar um tempo com seu cão sem que ele aprenda algo. A questão é: 1) O treino é intencional? 2) O que você acabou de ensinar a ele? Você o ensinou a sentar de forma intencional ou a pular de forma não intencional? Você o ensinou a vir até você quando chamado ou ensinou que a palavra “vem” significa fugir pra bem longe?
O adestramento é a linguagem que usamos para nos comunicar com nossos cães. É como damos aos nossos cães feedback sobre o comportamento deles, além de construir uma relação baseada na confiança, e não no medo.
Treinamento Baseado em Ciência
Significa educar um cão baseado na teoria da aprendizagem. Qualquer comportamento que é reforçado tem maior probabilidade de ocorrer no futuro. Esses métodos funcionam com qualquer cão, independendemente da raça, idade e tamanho. Dão resultados para cães medrosos, reativos, agressivos e até mesmo cães com limitações físicas, como cegos e surdos.


Os princípios do treinamento baseado em ciência são:
→ foco em ensinar e recompensar comportamentos desejados;
→ prever e remover recompensas de comportamentos indesejados;
→ reduzir/eliminar comportamentos indesejados com métodos humanos e seguros;
→ usar vários tipos de reforçadores, assim o cão não fica dependente de apenas um tipo (petisco, por exemplo);
→ planejar para que o cão tenha sucesso;
→ usar brinquedos, brincadeiras ao invés de força e medo;
→ suprir as necessidades físicas e mentais do cão, oferecendo estímulos para que expressem seu comportamento natural;
→ entender como os cães aprendem;
→ aprender sobre a linguagem corporal deles.