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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Meu cão está fora de controle!

Por que meu cão é assim?Quando alguém diz que seu cão é descontrolado, normalmente está preocupado com uma das seguintes coisas: cão agressivo com outros cães, possessividade ou uma energia inesgotável. Todos estes problemas precisam de solução, mas é normal o dono não conseguir ver o todo da situação. Se um cão tem “problemas”, normalmente é devido a falta de exercícios (físico, mental, emocional) e/ou a falha do dono de prevenir o que causa o problema.

Vamos a alguns exemplos:

* Exercícios físicos para todos
Vejo alguns cães cheios de energia. Os cães precisam gastá-la do jeito certo e uma boa caminhada, de 30 minutos a 1h (ou mais, dependendo do cão) resolveria, se não totalmente, ao menos boa parte dos problemas.

Cães preguiçosos também precisam ser exercitados!
Mesmo os cães mais preguiçosos podem desenvolver problemas comportamentais se não tiverem suas necessidades supridas. Um exemplo comum é aquele cão que é super comportado dentro de casa, mas na rua fica doidão; ou aquele quietinho, mas quando chega uma visita, fica todo agitado. Este tipo de situação pode também ter a ver com falta de exercício.

Meus whippets, normalmente, são preguiçosos: se eu deixar, eles vão dormir praticamente o dia todo. Mas, ao mesmo tempo, eles podem endoidar de uma hora pra outra, principalmente se eu não lhes oferecer uma boa caminhada diária, sessões de treino (estímulo mental) e brincadeiras. Se eu não fizer isso, eles vão acumular energia e gastá-la de um jeito totalmente inapropriado.
Quanto de exercício?
Normalmente, devido à vida corrida de hoje, não se tem tanto tempo para passear com os cães. Muitos saem todos os dias mas, será suficiente? Alguns saem apenas para fazer as necessidades fora: isso não conta como exercício, ok?!

Cães foram feitos para andar. Claro, eles se adaptam ao nosso estilo de vida, mas eles precisam mesmo caminhar, correr. Se pensar em cada raça existente hoje, cada uma delas foi feita para uma atividade específica: pastoreio, busca, matar animais daninhos, guarda, caça etc.
E os cães pequenos?
Os pequenos também precisam andar, e mais de 1,5km. Algumas vezes os pequeninos precisam de mais exercício que os grandões (um ótimo exemplo é o Jack Russell Terrier).

Como exercitar um cão
Você pode correr com ele, andar de bicicleta com ele (mas lembre-se de usar o equipamento correto, vendido em pet shops virtuais), de patins. Se houver parques onde você mora que permitam a entrada de cães, e haja um lugar seguro para soltá-os, é uma boa pedida, desde que ele atenda a comandos básicos e não seja agressivo com outros cães e pessoas. Se você não tiver tempo, contratar um dog walker também ajuda. As creches caninas são outra boa opção.




* Exercício mental: trabalhar para comer
Se o seu cão é ansioso – estressado, entediado ou obsessivo – dê-lhe algo para fazer. Em muitos casos os problemas simplesmente desaparecem com a adição de desafios mentais na rotina dos cães.

Usando a comida para dar trabalho ao cão
A pior coisa que se pode fazer é deixar a comida à disposição do cão. Ao invés disso, use-a como recompensa por bons comportamentos durante o dia; use-a para recompensar nas sessões de treino; use-a para praticar o auto-controle, o foco, comandos básicos…
Para isso, divida a porção diária em várias porções e vá usando como recompensa.

Use também nos passeios, para recompensar o bom comportamento dele: olhar para você quando outro cão se aproximar, sentar antes de atravessar a rua, andar sem puxar a guia…
Também pode oferecer o restante dela em um brinquedo dispensador de comida, tanto comprado como feito por você (garrafa pet com buracos; escondidos em nós de tecidos; escondidos pelos cantos da casa etc). Vou falar deles agora:
Brinquedos dispensadores de comida
Como disse, podem ser comprados ou feitos em casa. Dos comprados eu gosto muito do Kong. Quando alimentamos os cães nestes brinquedos, ao invés de dar a comida no potinho, ele precisa trabalhar para ganhar sua comida: ele precisa pensar para resolver este problema. Isso ajuda a gastar energia do cão e, ao mesmo tempo, recompensa pelo seu trabalho.

Na verdade, todas as refeições dos cães deveriam ser oferecidas assim: em troca de um trabalho.
Meu cão não tem interesse em comida
Porque ele está sem fome. Isso é comum em cães que têm comida à disposição o dia todo. Se ele tiver horários certos para comer, terá fome e adorará receber a comida como prêmio.

Outros desafios mentais
Visite lugares diferentes, passeie em novos ambientes, faça aulas com seu cão. Às vezes o desafio mais simples, como expor seu cão a novos cheiros, sons e objetos, já faz toda a diferença.

* Brincadeiras
Uma forma divertida de gastar energia dos cães é através de brincadeiras, especialmete o cabo-de-guerra, que eles adoram. Ter um brinquedo especial para isso é ótimo também durante os passeios, para fazer com que ele preste atenção em você, mesmo que esteja acontecendo algo que o assuste ou que o excite (como presença de outros cães, por exemplo).



* Prevenção
Ela é subestimada pela maioria das pessoas. Pode ser uma meia-volta quando você vir outro cão se aproximando, quando você sabe que seu cão é reativo; levar petiscos maravilhosos durante o passeio para prevenir comportamentos indesejados; não deixá-lo na frente de casa sozinho para prevenir latidos; deixá-lo em uma caixa de transporte ou em um cercado quando for ficar sozinho em casa (mas não deixá-lo muito tempo na caixa de transporte!!!) para evitar xixi em local errado ou destruição.
Meus cães são comportados a maior parte do tempo porque eu consigo evitar que eles falhem.



* Meu cão vai melhorar?

Se você fizer uso da prevenção, estímulos mentais, passeios e brincadeiras, diariamente e na quantidade necessária para o seu cão, ele melhorará sim. Bons treinos!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Influências do estresse em nossos cães: Parte I

Assim como nós, os cães também passam por momentos de estresse. O estresse pode nos deixar medrosos, irritados ou agitados: o mesmo se dá com nossos melhores amigos.

Nesta série de 3 artigos eu e uma amiga, também adestradora, Claudinha Bolsonaro, iremos falar sobre este tema tão comum mas, ao mesmo tempo, tão desconhecido da maioria dos donos: o que é o estresse, a diferença entre o “bom” e o “mau”, quais suas causas e sinais e quais as mudanças na saúde e no comportamento de nossos peludos que ele pode acarretar.

Neste primeiro artigo iremos tratar sobre o que é o estresse e falar um pouco sobre o “bom” e o “mau”.

O que é estresse?
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O que é estresse? Estresse é quando nos sentimos pressionados sob forte influência de algo, seja ele o ambiente, trauma, relacionamento, problemas financeiros, trabalho. Quando nos sentimos estressados, a adrenalina e o cortisol despertam o corpo para o estado de emergência (também conhecido como “estado de alerta”). Quando isto ocorre, nossas defesas do organismo disparam em alta velocidade, no chamado “lutar ou fugir”, ou melhor explicando, nos ficamos em estado de alerta e concentrados para uma possível reação ao estímulo causador do estresse. 

Os cães também sofrem de estresse, mas nem sempre seus donos percebem os sinais, o que pode levar a problemas de saúde e/ou comportamentais. Por isso, eu e a Fúlvia decidimos abordar esse tema, para que consigamos ajudar e conscientizar mais donos sobre a importância de saber sobre um problema tão comum e quais as consequências que pode causar no cão, mas que depende de nós para que nossos amigos de quatro patas sejam mais felizes e menos estressados. 
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Bom” e “mau” estresse
Um certo nível de estresse é normal e até mesmo necessário para a sobrevivência, além de aumentar a massa cinzenta no cérebro. Este estresse é chamado de estímulo, “bom estresse”, e permite que o organismo do cão utilize energia de uma forma boa e ajuda no desenvolvimento de novas capacidades. Este nível de estresse é essencial para o crescimento normal de nossos cães. Uma sessão de educação canina é encarada como “bom estresse”.

Já quando o estresse é negativo ou se torna excessivo, é chamado de “aflição”, ou distresse. Neste ponto ele pode danificar o organismo, levando a doenças e problemas de comportamento, como ansiedade e agressividade. Isto pode se tornar um ciclo vicioso, quando o estresse contribui para mais estresse e o organismo entra em colapso. Um exemplo do "mau" estresse é uma mudança de rotina na vida do cão: alguns cães lidam melhor com elas, outros, com a menor das mudanças, já sofrem. 


A suscetibilidade ao distresse varia de cão para cão. Como cada um dele responde a isso é uma combinação de genética e eventos que ocorrem no meio onde vive.