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quinta-feira, 29 de março de 2012

Guia do Filhote: parte I

Então, você e sua família decidiram ter um filhote em casa. Parabéns! Mas, antes de aumentar a família, é preciso entender um pouco mais sobre a educação e o comportamento dos filhotes, e é isso que vou tentar explicar aqui.

O primeiro mês do filhote, na sua casa, é de extrema importância: é quando ele precisa de nossa maior dedicação, tempo e paciência para educá-lo da melhor maneira possível, transformando-o em um cão adulto exemplar.

Não importa se você comprou um filhote de um criador idôneo (por favor, não compre em pet shops, anúncio de jornal, feirinhas, nem nada parecido! Estes filhotes são fruto de muito sofrimento dos pais; quem os colocou no mundo não se importa com sua saúde física nem mental, ou seja, você não estaria levando para casa um filhote para companhia, mas algo como um "animal de rebanho") ou adotando de um abrigo, lar temporário ou ONG: o melhor é fazer é se informar para ter todas as ferramentas necessárias para se ter um filhote (e adulto) bem comportado, apto para viver em nossa sociedade.

Aqui irei abordar temas como educação do filhote, enriquecimento ambiental, brinquedos, treino de banheiro, treino de mordida, socialização, a adolescência. Você: saberá quais as fases de desenvolvimento do filhote; saberá como selecioná-lo e ao criador (ou protetor) e avaliar o seu comportamento (idealmente o filhote deve ter sido criado dentro de casa e já deve saber alguns comandos básicos e ter começado a socialização - além de não poder ser doado ou vendido antes dos 60 dias); como é a rotina de banheiro e porque os filhotes roem (aprender a dar-lhes algo apropriado para roer e passar o tempo - enriquecimento ambiental); aprenderá a socializar o filhote com pessoas, cães, animais, superfícies, barulhos, objetos etc; como ensinar o filhote a controlar a força de sua mordida (algo muito importante, pois evita acidentes graves); e a evitar problemas quando o cão for adolescente, além da importência dos passeios.

Espero que seja útil tanto para você quanto para seu filhote. A vida em comum é muito mais agradável quando temos um cão bem comportado.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O medo nos cães

Nem sempre é fácil identificar um cão medroso. Quando o cão é nosso, parece mais difícil ainda: quem não acha que seu cão é o melhor do mundo, não é?!

Mas os cães estão sempre nos mandando sinais, através da sua (riquíssima) linguagem corporal. Basta que nós saibamos ler estes sinais, que podem ser muito nítidos ou mais sutis, e evitarmos acidentes, principalmente com crianças: afinal, cães que sentem medo fogem e nos dão estes sinais mas, se não os lermos e insistirmos na aproximação, eles podem se sentir acuados e atacar (o que pode ser desastroso, se ele tiver um mal (ou nenhum) treino de mordida).

Um exemplo: seu cão tem medo de crianças e você, um dia, recebe uma criança em casa. O cão corre pra caminha dele, fica agachado, de olhos arregalados, virando a cara e lambendo o focinho (alguns sinais de medo - vejam mais no desenho abaixo). As crianças não entendem a linguagem corporal dos cães: cabe a nós, adultos, entendermos e explicar que, quando um cão está desse jeito, não se deve chegar perto dele. Agora, digamos que ninguém saiba disso e deixam a criança chegar perto do cão, porque ele é bonzinho. A criança vai chegando perto, mais perto e o cachorro, sem saída, ataca a criança. "Que cachorro malvado, traiçoeiro, atacou do nada!". Não. Ele deu todos os sinais que estava desconfortável com aquela situação, ANTES de atacar.

Agora, fatores que podem atenuar esse ataque: o cão ter um ótimo treino de mordida (ele encosta apenas o focinho na pele, só deixando na criança um pouco de saliva); porte pequeno do cão (ele pula na criança, mas não a machuca, pois não tem peso suficiente para tanto). Fatores que podem tornar o ataque desastroso: porte médio para grande do cão (ele pula na criança e, com o peso, a derruba e machuca); péssimo (ou inexistente) treino de mordida (onde o cão morde mesmo, lacerando a pele e tirando sangue). Se você juntar os dois fatores (cão de porte grande/médio e péssimo treino de mordida), terá um acidente grave.

Veja o quadro abaixo para aprender a ler os sinais que seu cão lhe dá de quando está com medo. Se seu cão mostrar alguns destes sinais, identifique as situações e, com a ajuda de um profissional, trabalhe com o cão (contra-condicionamento, dessenssibilização e BAT (treino para mudar o comportamento)) para que ele perca o medo. Lembre-se: nós precisamos ajudá-lo: os cães não superam o medo sozinhos. E contratem um profissional que não use aversivos (trancos, gritos, choques, chutes, tapas etc), e sim um que recompense os bons comportamentos e ignore os maus. Só assim seu cão realmente será ajudado e será infinitamente mais feliz, sem medos!

Imagem do site da Dra. Sophia Yin (pdf gratuito), veterinária especialista em comportamento animal e autora de vários livros sobre o assunto