Todos os Direitos Reservados

Este site é protegido pela Lei dos Direitos Autorais (Lei nº 9610) e toda e qualquer reprodução, parcial ou total, de um texto de minha autoria sem autorização está terminantemente proibida! Portanto, usem suas próprias cabeças para escrever no seu site, ok?! Ou sejam humildes e peçam autorização. Obrigada

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Animais Obesos

Nesta sexta, 26/11, passou um programa muito interessante no Animal Planet sobre a obesidade em animais.

Sei que existem casos em que os animais são obesos devido a problemas de saúde, como o hipotireoidismo, mas na imensa maioria eles o são por culpa de seus donos. Sim, nós é que somos os culpados por nossos cães se tornarem obesos.

Alguns donos falam: mas meu cão tá sempre pedindo comida; ele é viciado em chocolate; se estou comendo, fico com dó e divido minha pizza com ele; e por aí vai.

Assim como com a gente, a obesidade causa doenças nos cães: cardíacas, diabetes, problemas articulares. Tudo isso reduz a expectativa de vida dos cães. Se o dono diz que ama o cão e quer o melhor para ele, não faz sentido entupi-lo de comida e deixá-lo obeso. Faz?

Felizmente alguns donos abrem os olhos e resolvem ajudar o cão ou gato a emagrecer. E isso não é difícil, porque eles não atacam a geladeira, não fazem lanche, não saem pra tomar sorvete nem pra comer pizza. Somos nós que temos que nos controlar.

A dica é: diminuir a quantidade de comida, sem prejudicar a saúde dele e praticar exercícios: caminhadas, brincadeiras, natação, vale tudo. Mas sempre com a supervisão do veterinário, nada de fazer por conta.

Para os adeptos da Alimentação Natural existem dietas apropriadas para cães/gatos que precisam perder peso, sem perder nutrientes.

A prevenção ainda é o melhor remédio. Dê apenas a quantidade de alimento recomendada para seu cão/gato baseado no nível de atividade e no peso ideal dele. Ofereça as refeições em horários determinados. Ao oferecer petiscos, eles devem ser oferecidos com moderação e ocasionalmente. Quando o cão estiver fazendo aulas de adestramento, use a comida dele como prêmio. Se usarmos petiscos todos os dias e ainda oferecer-lhe comida, ele será um forte candidato à obesidade. Se o seu cão/gato chegar perto de você, olhando-o de forma "pidona", ao invés de lhe dar petiscos ou algo que você mesmo esteja comendo, faça-lhe carinho, escove-o, brinque com ele e/ou saia para passear. A imensa maioria das vezes ele quer atenção e não comida.

Lembrem-se: comida não é afeto. Vamos cuidar de nossos animais. Se os amamos como dizemos, o deixemos no peso ideal. Só assim poderemos desfrutar de um amigo saudável e longevo.

Os Riscos da Obesidade
Problemas Respiratórios: o excesso de peso prejudica os pulmões, tornando a respiração difícil.

Problemas de Pele e Pelo: a obesidade torna o animal predisposto a infecções, dermatites e outros problemas de pele e pelo.

Artrite: o aumento de tensão nas articulações e ligamentos podem piorar a dor e tornar mais difícil para o cão/gato se locomover.

Coração: a obesidade causa danos ao coração, fazendo com que ele precise trabalhar mais (consequentemente, o cão/gato vive menos).

Redução da Atividade: Seu cão/gato deixa de se locomover (nada mais de levantar para ir junto ao dono, ver quem tocou a campainha, brincar), pois o peso extra torna estas simples atividades extremamente difíceis e cansativas.



Saiba mais aqui e aqui.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Inteligência dos Cães - Parte 8

Semana passada publiquei o teste de QI canino. Como seus cães se saíram? Hoje, publicarei a última parte que fala sobre a inteligência Adaptável.

Inteligência Adaptável (parte III)

Em qualquer raça existe uma variação na inteligência adaptável. Infelizmente não foram testados cães suficientes no teste de QI para se ter uma afirmação sobre todas as raças. Na vivência de Stanley Coren, algumas das raças mais populares se saem muito bem, tais como Dobermann, Elkhounds, Pastores de Shetland, Pastores Alemães, Poodles (de todos os tamanhos) e Pulis. Estes cães se destacam tanto nos campos de aprendizado e memória como no aspecto de resolução de problemas da inteligência adaptável.

Comparações de avaliações dos testes de QI de aprendizado e memória (testes 1, 3, 7 e 8) com os de resolução de problemas (testes 2, 4, 6, 9 e 12) mostram que algumas raças se sobressaem em uma área e não em outra. Cães muito bons nos aspectos de aprendizado e memória, mas nem tão brilhantes na área de resolução de problemas são: Beagle, Bouvier de Flandres, Welsh Corgi (Cardigan e Pembroke), Boiadeiro Bernês, Pastores Belgas, Golden Retriever e Labrador.

Entre os cães bons na resolução de problemas mas que não se saem tão bem nas áreas de aprendizado e memória estão o Terrier Australiano, Cair Terrier, Kerry Blue Terrier, West Highland White Terrier, Fox Terrier (pelo liso e duro), Malamute do Alaska, Husky Siberiano, Samoieda, Basenjis, Chihuahua, Schipperke e Schnauzers (todos). 

A inteligência adaptável compõe-se de duas formas de inteligência diferentes. As capacidades de aprendizado e memória não são necessariamente prenúncio de capacidade de resolução de problemas. Enquanto algumas raças têm avaliação alta em ambas, outras podem se qualificar muito bem em uma dimensão e não passar da média em outra. Além disso, dentro de qualquer raça, existem cães mais brilhantes que outros. 

Obs.: Estas foram resoluções do próprio Stanley Coren, baseado em sua experiência com cães de diversas raças. E, como ele mesmo disse, não se fizeram testes o suficiente para determinar as raças que se saem melhor em cada aspecto da inteligência adaptável ou em todos. Portanto, não dá pra dizer que um cão é "burro" ou "inteligente". A própria Suzie, considerada uma raça burrinha, se saiu bem em todos os testes. O que conta muito também são os laços entre dono e cão, o quanto você se dedica a ele (educação).

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Encontro dos Cachorros Verdes

Ontem foi um domingo delicioso. Não apenas por ser domingo e eu estar com minha família. Mas por ter sido o domingo do Primeiro Encontro dos Cachorros Verdes.

Para nós, começou no sábado. Fomos até São Paulo, ficamos "hospedados" em nosso apto. Chegamos à noite, revemos algumas pessoas, jantamos no Habbib's (decepcionante...) e dormirmos, depois de mais de um mês, em nossas camas.

Domingo acordamos às 7 da manhã com a Letícia andando de carrinho pela casa. Nos trocamos e fomos todos pra padaria, comprar nosso café. Sim, não tínhamos nada no apê. Só comida da Suzie.

Tomamos nosso café e conseguimos sair de casa só às 9:20 da manhã... queríamos chegar logo pra conhecermos a Sylvia. Consegui conhecê-la, mas quase não conversei com ela, pois chegamos tarde e ela já estava de saída. Mas tudo bem, muitos outros encontros terão =)

Conheci minhas amigas de twitter e blogs Dani, Yara, Sylvia, Carina, Camilli, Vanessa, Taís e um protetor que sou fã, Fowler. Conversei mais com a Dani e com a Carina.

Adorei cada minuto passado lá. Adorei cada cachorro afagado. Adorei cada lambida recebida. Adorei cada conversa. Adorei, adorei, ADOREI!

Suzie também tímida, não saía de perto de mim e pouco brincou com outros cães. Mas se comportou bem, não brigou com os cães, aliás, se havia desentendimento, ela ficava longe. Só deu uns "chega pra lá" em alguns machos que insistiam em montar nela.

Quem mais se divertiu, sem sombra de dúvidas, foi a Letícia. Adorou os cães, em especial a Mel (Dálmata), Bella (Buldoque Francês), Corah (Golden Mamute Loira Fofa Linda) e um Cão D'Água Português, com o qual ela adorou jogar bolinha. Lógico, ela também ficava perto da Suzie, sua amiguinha linda, como ela chama, e dava abraços e beijos nela. Da Corah ela recebeu um belo beijo na boca... risos.

Foi um encontro muito gostoso. Poder conversar com pessoas sobre algo em comum que fazemos com nossos cães, que é a Alimentação Natural; trocar ideias, se divertir, conhecer novas pessoas, passar um tempo em família delicioso em um parque que não conhecíamos e curtimos.

Pena que o tempo passa rápido, muito rápido, e precisávamos ir embora. A despedida das pessoas foi demorada: conversamos mais ainda. Mas ainda tínhamos que pegar estrada. Saímos de lá sujos, babados, lambidos, arranhados e suados (com direito a Letícia ser atropelada por um filhote de quatro meses amalucado mas extremamente fofo, e não ter chorado!), mas extremamente felizes por termos feito novas amizades caninas e humanas. Espero que muitos outros encontros verdes aconteçam e que possamos conversar ainda mais com essas pessoas especiais e seus cães verdes felizes e saudáveis.

Nosso obrigado para a Sylvia e a Vanessa, que organizaram o evento. Meninas, vocês estão de parabéns por tudo: pela simpatia, pela amizade e por ajudar tantas pessoas.

Curtam as fotos agora! Para ver o vídeo do encontro, clique aqui.

PS: O saldo foi positivo: Suzie não se machucou gravemente como em todos os outros encontros, apenas um leve arranhão na pata de trás. Letícia não se machucou e todos nos divertimos. Podemos repetir!!!

Sylvia, Maya, Letícia, eu e Suzie. Ao fundo: Vanessa, Fowler e Carina

Donos e cães verdes no Parque Buenos Aires

Taís, Letícia (escondidinha), eu e Dani. Os cães: algum Whippet que não conheço cheirando o Farello (Italian Greyhound) e Fritz, Schnauzer Miniatura

Olha quem apareceu: a Suzie!

Eu, Letícia, Dani e Suzie. Atrás, Fritz trocando umas ideias com a Letícia =)

Letícia feliz da vida de ter jogado bola pro Cão D'água Português. Mel (Dálmata) sorrindo pra câmera


Eu e Letícia fazendo carinho na Mel, linda ruiva e sardenta. Ao fundo Suzie e o Cão D'água


Suzie, por Dani Wahlers

Suzie totalmente acabada no dia seguinte (pós encontro).  

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os cães entendem quando apontamos?

Mais um artigo que li e resolvi resumi-lo aqui para vocês. Retirado do blog da Patricia McConnell, traduzido e adaptado por mim e, portanto, de reprodução proibida! A divulgação, no entanto, é permitida.

Os cães entendem quando apontamos?
Como já foi mostrado em certos programas televisivos sobre cães, vimos que os cães entendem muito melhor quando apontamos que os chimpanzés e os lobos. Os cães vão na direção em que apontamos, por exemplo, na comida escondida sob um pote dentre dois (e os dois com cheiro de comida). Lobos e chimpanzés não fazem isso. Alguns acreditam que depois de dez mil anos de domesticação, os cães se adaptaram para entender a linguagem humana de sinais.

Na experiência de Patricia McConnell, os cães precisam ser ensinados a compreender quando apontamos. Para ela, quando filhotes, os cães não prestam atenção alguma na direção que apontamos, apenas chegam perto de nossas mãos e as cheiram. Claro que é fácil obter tal comportamento, mas este deve ser ensinado. Não é isso que os pesquisadores acreditam, e os resultados destes estudos foram citados milhões de vezes como uma evidência que nosso relacionamento com os cães criou uma seleção natural que tornou os cães aptos a se comunicar com os humanos com maior eficácia que outras espécies.

Alguns pesquisadores compararam as respostas de cães adultos e filhotes com as de chimpanzés e lobos. As conclusões foram que os filhotes são capazes de seguir a direção de um braço apontando, enquanto lobos e chimpanzés de qualquer idade não (comprovando que deve haver um componente genético para este comportamento, devido à domesticação - espécie de mutação).

McConnell viu alguns destes vídeos e diz que os lobos jovens, mesmo tendo sido criados com humanos aparentavem ser dispersos inquietos e incapazes de se focar em qualquer coisa. Segurá-los em determinada posição parecia ser praticamente impossível. Ela própria trabalhou com alguns cães-lobo e os filhotes são parecidos com qualquer outra raça de cão: não param quietos por um segundo! Aqueles do vídeo pareciam assustados e completamente incapacitados de se focar em algo. Lobos adultos são mais atentos aos humanos e seus gestos que os filhotes, então pode sim haver um componente de desenvolvimento ligado ao comportamento. Outro vídeo mostra chimpanzés, cães adultos e filhotes sendo testados. A pesquisa mostra claramente que, apesar de muito espertos, os chimpanzés não entendem nada quando apontamos. Depois, mostra que os cães adultos entendem perfeitamente e, quando comenta-se sobre os filhotes, diz-se "mesmo filhotes com seis semanas entendem rapidamente". Para McConnell isso sugere que há treino envolvido, que o comportamento não é 100% inato.

Uma boa explicação para o fato é que os cães tem uma tendência inata a ser predispostos a aprender e, assim, vão para onde apontamos. Os cães são espécies diferentes devido a terem co-evoluído conosco, mas é algo mais complicado do que simplesmente afirmar que eles naturalmente entendem quando apontamos. Cães também nos veem como seres cooperativos, daí responderem aos nossos gestos. Os chimpanzés, por outro lado, competem por comida e não nos veem como colaboradores, por isso a tendência de não prestar atenção em nós, mesmo quando apontamos onde está a comida.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Inteligência dos Cães - Parte 7

Teste QI Canino

Nesta parte da série vou publicar o teste de QI canino feito pelo Dr. Stanley Coren. São 12 testes que podem ser feitos separadamente e fora de ordem, exceto os testes 7 e 8, que devem ser feitos na ordem e um após o outro. Também não é preciso fazer os testes no mesmo dia.

Algumas considerações antes de começar o teste:
- O cão deve ter pelo menos um ano de idade, mas não se apresse;
- O cão deve estar vivendo com você há pelo menos três meses (ou com a pessoa que aplicará o teste), senão os testes 1, 5 e 10 não serão válidos;
- O cão deve morar na casa há pelo menos dez semanas, senão o teste 3 não será válido.
- Não importa o que aconteça no teste, mantenha a calma. Não irrite o cão, não se mostre aborrecido.
- Considere cada teste uma brincadeira e faça com que o cão o veja assim também.
- Em alguns testes você precisa encorajar o cão, em outros deve ficar calado, e em outros precisa atuar para apontar as coisas para ele.

O teste pode ser feito apenas uma vez, mas pode ser um momento de diversão para algumas pessoas e seus cães repetir alguns pontos de vez em quando.

Vamos fazer o teste? Anote a pontuação de cada teste e some-o ao final da aplicação e confira o resultado!

Suzie fez o teste completo em dois dias. Seu resultado foi 53 pontos. A efeito de comparação, fiz o teste com a cadela de minha mãe enquanto eu ainda morava com ela e tinha certas responsabilidades (passeio, comida etc) e o resultado foi 17 pontos... E o seu cão? Como se saiu no teste?


TESTE 1 - APRENDIZADO POR OBSERVAÇÃO: Mede o grau de associação entre idéias. Se você costuma sair com seu cão, simular um passeio é um ótimo teste. Se não, faça uma adaptação a outra atividade corriqueira realizada por você com o cão e caracterizada pelo uso de algum objeto específico. Em horário e lugar diferentes do habitual, mostre o objeto para ele (como a coleira, por exemplo) e observe a reação. Pontuação - Se o cão demonstrar interesse e excitação como se soubesse o que vai acontecer e correr até a porta ou vier direto em sua direção, dê 5 pontos. Se não, dê mais uma dica, como ir à porta e parar. Se ele agora der sinais de que entendeu que vai passear, dê 4 pontos. Se não, dê mais uma chance de ele perceber. Vire, por exemplo, a maçaneta da porta, fazendo barulho. Se ele finalmente compreender, dê 3. Caso tenha demonstrado apenas prestar atenção nas atividades anteriores, dê 2. Se não fez nada e nem prestou atenção, dê 1. 

TESTE 2 - HABILIDADE EM SOLUCIONAR PROBLEMAS (GRAU 1): Avalia a habilidade de resolver situações por conta própria, utilizando experiências anteriores. Pegue um petisco, agite-o perto do cão e deixe que o cheire. Ponha o petisco no chão e uma lata sobre ele. Estimule-o a pegar o petisco, com gestos e palavras. Em seguida, meça o tempo. Pontuação - Se o cão derrubar a lata e pegar o petisco em até 5 segundos, dê 5 pontos. Se levar de 5 a 15 segundos, dê 4. Entre 15 a 30 segundos, dê 3. De 30 a 60 segundos, dê 2. Se tentar uma ou duas vezes, cheirando em torno da lata, mas não pegar a isca após 1 minuto, dê 1 ponto. Se não fizer qualquer esforço para pegá-lo, dê 0. 

TESTE 3 - APRENDIZAGEM DO MEIO AMBIENTE : Verifica o quanto o cão memoriza a posição dos objetos em um local, criando um mapa mental do ambiente. Escolha um lugar familiar ao cão, com vários objetos. Sem ele ver, mude cinco objetos de lugar. Opte por aqueles de fácil acesso ao cão. Leve o cão para dentro do local e comece a medir o tempo, em silêncio Pontuação - Se ele explorar ou farejar qualquer dos objetos trocados de lugar dentro de 15 segundos, significa que percebeu rapidamente a mudança. Dê, então, 5 pontos. Se demorar de 15 a 30 segundos, dê 4 pontos. Se a fizer entre 30 e 60 segundos, dê 3. Se olhar em volta dando sinais de que percebeu algo diferente, mas não explorar nenhuma modificação, dê 2. Se, passado 1 minuto, o cão ignorar as mudanças, dê 0. 

TESTE 4 - HABILIDADE EM SOLUCIONAR PROBLEMAS (GRAU 2) : Verifica como o cão sai de uma situação aflitiva. O cão precisa estar acordado e razoavelmente ativo. Faça-o cheirar uma toalha de banho. A seguir, use-a para cobrir a cabeça e parte do corpo dele. Marque o tempo e observe, em silêncio. Pontuação - Se o cão se livrar em até 15 segundos, dê 5 pontos. Se demorar de 15 a 30, dê 4. De 30 a 60, 3 pontos. De 1 a 2 minutos, 2 pontos. Se não tirar a toalha após 2 minutos, dê 1. 

TESTE 5 - APRENDIZAGEM SOCIAL: Avalia a compreensão visual das expressões emocionais. Quando o cão estiver sentado ou deitado a cerca de dois metros de você, olhe fixamente para a cara dele. Assim que ele olhar para você, conte até 3 em silêncio e dê um grande sorriso. Pontuação - Se o cão vier até você abanando o rabo, dê 5 pontos. Se vier, mas devagar ou abanando o rabo apenas por uma parte do caminho, dê 4. Se estava sentado e ficar de pé ou se estava deitado e se sentar, mas não andar até você, dê 3. Se o cão se afastar de você, dê 2. Se não prestar atenção, dê 1. 

TESTE 6 - HABILIDADE EM SOLUCIONAR PROBLEMAS (GRAU 3) : Mede como se sai em desafios que exigem persistência. Mostre um petisco ao cão. Deixe-o cheirá-lo e vê-lo por 5 segundos. Com grande exagero, ponha-o no chão e, enquanto o cão observa, jogue a toalha aberta em cima do petisco. Estimule-o, com palavras e gestos, a pegar o petisco. Marque o tempo. Pontuação - Se o cão estiver com o petisco na boca em até 15 segundos, dê 5 pontos. Em 15 a 30 segundos, dê 4. Em 30 a 60 segundos, dê 3. Em 1 a 2 minutos, dê 2. Se tentar apanhar o petisco, mas desistir, dê 1. Se ele nem tentar em 2 minutos, dê 0. 

TESTE 7 - MEMÓRIA DE CURTO PRAZO: Avalia o armazenamento momentâneo de informações. Escolha um ambiente de tamanho médio, arrumado, com poucos objetos e que seja familiar ao cão. Coloque uma guia no cão e faça-o ficar sentado no centro da sala (se precisar, peça a um ajudante para segurá-lo no lugar). Quando ele estiver olhando para você, mostre um petisco de cheiro forte. Ele pode cheirar o alimento. Faça uma encenação exagerada (sem dizer nada) e ponha o petisco num canto da sala, certificando-se sempre de que o cão está olhando você. Leve-o para fora e dê uma volta rápida de no máximo 15 segundos. Em seguida, traga-o de volta ao centro da sala. Solte-o da guia e comece a marcar o tempo. Imediatamente após esse teste, faça o próximo (teste 8). Pontuação - Se o cão for direto ao petisco, significa que memorizou bem. Dê 5 pontos. Se farejar metodicamente ao redor da sala e achar o petisco, é porque não fixou com exatidão o local onde estava o alimento. Dê 4. Se procurar à toa, sem rumo, mas mesmo assim achar o petisco em até 45 segundos é porque não memorizou o local. Está usando o faro e a visão para achá-lo. Dê 3. Se ele tentar achar, mas não conseguir após 45 segundos, dê 2. Se nem tentar, dê 1. 

TESTE 8 - MEMÓRIA DE LONGO PRAZO: Verifica a capacidade de armazenar informações por muito tempo. Deve ser aplicado logo após o teste 7 e no mesmo local. Prenda o cão à guia e coleira e ordene que sente no centro da sala. Quando estiver olhando para você, mostre o petisco. Ele pode cheirar o alimento. Faça uma encenação exagerada (sem dizer nada) e ponha o petisco num quanto diferente do usado no teste 7. Observe bem se o cão está vendo. Leve-o para fora do local, por 5 minutos e traga-o de volta ao centro da sala. Solte-o da guia e marque o tempo. Pontuação - Se o cão for direto ao petisco, dê 5 pontos. Se foi ao quanto onde estava o primeiro petisco e depois rapidamente ao canto certo, ele confundiu os dois locais memorizados. Dê 4 pontos. Se cheirar metodicamente ao redor da sala e achar o petisco, dê 3 (usou o faro e a visão). Se parece procurar à toa, mas acha o petisco em até 45 segundos, dê 2. Se tentar achá-lo, mas sem sucesso após 45 segundos, dê 1. Se nem tentar, dê 0.

TESTE 9- RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E HABILIDADE DE MANUSEIO: Avalia a capacidade de vencer desafios, usando as patas. Faça dois montes, com dois livros ou tijolos empilhados em cada um, deixando-os um pouco separados. Coloque uma tábua sobre eles. A espécie é fazer uma espécie de mesa, baixa o bastante para que o cão não enfie a cabeça por baixo dela, mas suficiente para colocar as patas. Ponha sobre a tábua alguns livros pesados ou tijolos para que o cão não a derrube.. Mostre-lhe um petisco e deixe-o cheirá-lo. Com gestos exagerados, ponha o petisco sob a mesa. Estimule o cão a pegá-lo, mas aponte o local. Marque o tempo. Pontuação - Se o cão usar as patas e pegar o petisco em até 60 segundos, dê 5 pontos. De o apanhar em 1 a 3 minutos, dê 4. Se usar só o focinho ou as patas, mas não conseguir pegar o petisco após 3 minutos, dê 3. Se não usar as patas e se contentar em cheirar ou tentar pegar o petisco com o focinho uma ou duas vezes e desistir, dê 2. Se, após 3 minutos, não tiver tomado qualquer iniciativa para pegar o petisco, dê 1. 

TESTE 10 - COMPREENSÃO DE LINGUAGEM: Verifica a capacidade de compreender o significado das palavras. Com o cão deitado, no mínimo a dois metros de você, diga uma palavra à qual ele não esteja acostumado, como "geladeira". Faça o mesmo tom de voz que costuma usar para chamá-lo. Pontuação - Se o cão mostrar vontade de ir até você, é sinal que reagiu ao tom de voz e não à palavra. Dê 3 pontos. Se não vier, diga outra palavra que ele não esteja acostumado a ouvir, como "filmes", no mesmo tom de voz que usa para chamá-lo. Se ele for em sua direção, dê 2 pontos. Se ele ainda não se manifestar, diga o nome dele e a palavra que usa para chamá-lo. Se ele vier ou mostrar tendência de ir até você, dê 5 pontos. Se não, chame-o mais uma vez. Se vier, dê 4. Se não, dê 1. 

TESTE 11 - PROCESSO DE APRENDIZADO: Mede a habilidade de associar uma ação a um comando. Esse teste leva mais tempo que os outros - cerca de 10 minutos. O cão será induzido a um comportamento desconhecido: levantar-se da posição sentado, dar um passo à frente, dar meia-volta para ficar de frente com você e sentar-se de novo. O cão deve estar sentado, do seu lado esquerdo, com coleira e guia. Etapa 1 a 3 - 1) Com voz clara, dê uma ordem que o cão não conheça, como "frente". Ao mesmo tempo, dê tapinhas com uma ou ambas as mãos nas pernas dele, bem acima dos joelhos. 2) Guie-o para ficar na posição frente: dê um passo à frente com o pé esquerdo, e puxe a guia, em sentido horizontal diante da cabeça dele, para que levante e avance um ou dois passos. 3) Dê um passo para trás com a perna direita, puxando a guia para obrigá-lo a virar para você no sentido horário. Se for um cão grande, talvez você tenha de dar mais um passo para trás. Elogie imediatamente o cão e/ou dê-lhe um petisco. Coloque-o de novo sentado ao seu lado esquerdo e repita o exercício nas etapas 2 e 3. Etapa 4 a 5 - Igual à 1 a 3, só que você deve dar uma pausa de um segundo após a ordem frente e depois tentar deslocar o cão na posição frente, usando o mínimo ou nenhum movimento com sua perna esquerda. Etapa 6 - Dê a ordem frente e observe. Pontuação - Se ele sair do seu lado e for para a posição frente, mesmo de maneira desajeitada, de 6 pontos e considere o teste encerrado. Afinal, ele aprendeu todo o movimento do exercício. Se ele não se mexer após 5 segundos guie-o ao lugar certo e recompense-o, como se fosse apenas um treinamento. Etapas e testes subseqüentes - Repita 10 vezes, como treinamento, a etapa 4 a 5 e depois dê a ordem frente e observe. Pontuação - se o cão executar a manobra toda, dê 5 pontos. Se não, faça mais 10 vezes e repita pela última vez a ordem frente e observe. Se o cão executar o exercício sem nenhuma ajuda sua (não importa se o fizer de forma desajeitada, lenta ou confusa), dê 3 pontos. Se o cão der a volta até a sua frente, mas não sentar, dê 2. Se ficar de pé ao receber a ordem, mas não se mexer, dê 1. Se permanecer sentado dê 0.

TESTE 12 - RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS : Mede a capacidade de desenvolver soluções elaboradas. Pegue um pedaço de papelão bem mais alto e corte uma fenda vertical, deixando 5 centímetros de margem em cima e em baixo (veja ilustração). A fenda deve ter 8 cm de largura. Faça o papelão ficar em pé, prendendo-o com fita adesiva ou barbante em "paredes" laterais (podem ser duas caixas ou cadeiras, deitadas de lado). Ponha o cão diante do papelão, que funcionará como uma barreira (peça para alguém para segurá-lo, se preciso). Fique do mesmo lado. Estimule-o a olhar através do buraco. Com gestos exagerados, introduza um petisco através do buraco e coloque-o no chão a uma distância tal que o cão não possa alcança-lo com a pata. Marque o tempo e peça ao ajudante que solte o cão, enquanto você o estimula com gestos e palavras a pegar o petisco. Pontuação - Se o cão contornar o papelão e pegar o petisco em até 15 segundos, dê 5 pontos. É sinal de que percebeu que precisava dar a volta. Se levar entre 15 e 30 segundos, dê 4. De 30 a 60 segundos, dê 3. Se não tiver pego o petisco após 60 segundos, pare de estimulá-lo ativamente e fique calado por perto, marcando o tempo. Se pegar o petisco em 1 a 2 minutos, dê 2. Se tentar alcança-lo, enfiando a pata através do buraco e depois desistir, dê 1. Se não fizer nenhum esforço para pegá-lo após 2 minutos dê 0. 

RESULTADOS: 54 pontos ou mais - Cão considerado brilhante. Um exemplar com esse nível de QI é muito raro. 43 a 53 pontos - Cão excelente, com QI extremamente alto. 42 a 47 pontos - Cão com QI médio superior. Será capaz de fazer praticamente qualquer tarefa que compete a um cão comum. 30 a 41 pontos - Cão com QI médio. Pode mostrar lampejos de brilhantismo intermitentes, mas em outras tarefas seu desempenho é às pouco inspirado. 24 a 29 pontos - Cão com QI médio baixo. Embora às vezes o cão pareça agir muito inteligentemente, a maior parte do tempo exigirá muito trabalho para fazê-lo entender o que queremos dele. 18 a 23 pontos - Cão com QI incerto. Pode ter dificuldade em se adaptar às exigências do cotidiano e às expectativas do dono. Mas em um ambiente estruturado, pouco estressante, pode se sair até razoavelmente. Menos de 18 pontos - Cão deficiente em muitas áreas do QI. Pode ser muito difícil conviver com ele.

domingo, 7 de novembro de 2010

Deixe seu cão pensar!

Li este artigo e achei muito interessante compartilhar com vocês. Não está traduzido, apenas o li e escrevi o que me passou pela cabeça. Copiar este texto não é permitido. Divulgá-lo sim.

Deixe seu cão pensar!
É incrível como privamos nossos cães de pensar. Se é verdade que aquilo que permitimos que o cão faça ele será recompensado, por que não o deixamos praticar o pensamento?
 
Um exemplo de como podemos arruinar um cão "pensante". Existe um jogo chamado "101 things to do with a box", onde você simplesmente coloca uma caixa de papelão perto do cão e vai clicando e dando petiscos com cada interação dele com a caixa. Depois, clica só para determinados comportamentos, como por exemplo, colocar uma pata dentro dela; depois duas; até entrar na caixa. Imagine-se fazendo essa brincadeira no parque. De repente, um gato passa correndo na frente do seu cão e ele pensa "nossa, que legal, acho que posso brincar de correr com este gatinho". Aí o cãozinho te puxa e você, na melhor das intenções, ao invés de simplesmente impedir que ele saia correndo e espera ele pensar que é melhor ficar com você, você dá um tranco na guia e grita com o cachorro.

Quando privamos um cão de pensar, perdemos um pouco aquela ligação com ele. Quer dizer, podemos ensinar todos os comandos de obediência a ele, mas os laços entre dono e cão não serão tão fortes e o filhote não precisa pensar tanto, afinal, ele só precisa fazer aquilo que seu dono pede, sem ao menos ter uma chance de escolha (principalmente quando se usa métodos punitivos, onde dá-se trancos na guia para o cão fazer praticamente tudo - ele precisa fazer senão, leva um tranco no pescoço). Eu, pessoalmente, acredito que quando o cão pensa, ele tem sim chance de errar e de acertar mas, quando ele acerta, ele fica muito mais "realizado" e confiante que ele pode sim pensar, já que o máximo que ele vai receber se errar é nada. Assim, ele terá confiança de tentar novos comportamentos, inclusive alguns que você nem sonharia em ensinar.

Existe também um jogo de odores. Os cães precisam procurar comidas escondidas em caixas usando seu nariz e, algumas vezes, eles podem ficar frustrados e olhar para você como quem diz "Poxa, pode me ajudar aqui?". A gente fica tentado a ajudar, mas não é este o objetivo: os cães tem de pensar em uma maneira de encontrar a comida, eles precisam ser encorajados a pensar. Neste jogo, tudo que o cão precisa é pensar em usar o nariz.

Quantas vezes privamos nosso cão de pensar? Por que não acreditamos nas evidências científicas que citam a inteligência dos cães e suas funções cognitivas? A Dra. Patricia McConnell trabalha (e escreve) muito com isso. Visitem seu blog e leiam seus livros, recomendo muitíssimo!

Resumindo: deixem seus cães pensarem! E, para ajudá-los, tenham paciência e se livrem da necessidade incessante de tomar todas as decisões por ele ou de ajudá-los em tudo. Deixem que eles façam bom uso de um órgão super importante: o cérebro!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A Inteligência dos Cães - Parte 6

Semana passada tratei da Inteligência Insintiva. Nesta, começarei a falar da Inteligência Adaptável.

Inteligência Adaptável (parte I)
Enquanto a inteligência instintiva revela os comportamentos e aptidões pré programadas do código genético, a inteligência adaptável responde pelo conhecimento, aptidões e competência geral que o cão pode atingir durante sua vida. No cão, a inteligência adaptável tem dois componentes principais. O primeiro é a habilidade de aprendizado, que envolve o ritmo em que o cão pode aprender novas relações. Há muitas formas de aprendizado:

- Aprendizado observacional: é o aprendizado casual, natural, que dá lugar a certas associações entre condições e resultados, mas não exige envolvimento direto por parte do observador. Ex.: o cão aprende que o dono ir até a cozinha pode significar que surja algo para comer, e ele se prepara para isso indo até a cozinha e dando-nos ciência da sua presença.

- Aprendizado ambiental: envolve aprender uma espécie de mapa ou representação mental do ambiente, inclusive da localização de objetos comuns, onde certos indivíduos são encontrados habitualmente e onde certas atividades ocorrem normalmente. 

- Aprendizado social: aprender a responder a sinais sociais humanos ou caninos.

- Compreensão da linguagem: envolve a capacidade do cão aprender sinais verbais dos humanos.

- Aprendizado de tarefa: demanda envolvimento ativo do cão, na base da tentativa e erro, e resulta na sua capacidade de responder a sinais específicos que tragam recompensas. Ex.: o cão respondendo ao "Senta" e ganha um petisco, carinho ou brinquedo. 

Junto com as dimensões do aprendizado acha-se a capacidade de memória e, assim como os indivíduos diferem no aprendizado, também o diferem nas capacidades de memória de curto e longo prazo. 

- Memória de curto prazo: primeiro estágio vital de qualquer processamento da  informação. Ex.: você liga para alguém, o telefone dá sinal de ocupado e você disca novamente, sabendo o número sem precisar olhar. Depois de falar com a pessoa, o número sumiu da sua memória de curto prazo.

- Memória de longo prazo: envolve uma capacidade de armazenagem de informação relativamente ilimitada, resultando lembranças quase permanentes. Ex.: uma informação que pode ser mantida na memória durante cinco minutos tem mais de 50% de chance de ser lembrada um mês depois e 40% de chance de ser lembrada um ano depois.

Outra dimensão importante da inteligência adaptável é a capacidade de resolução de problemas, a aptidão para encontrar soluções corretas que permitem contornar obstáculos ou barreiras físicas ou conceptuais que barram o acesso à recompensa. Há dois aspectos nesta capacidade. O primeiro envolve a capacidade de planejar e selecionar os comportamentos que podem conduzir à solução. O segundo envolve a capacidade de lembrar outras estratégias ou informações aprendidas, vindas de outras situações, e transferi-las para a situação atual. 

Enquanto a raça de um cão é um bom indicativo de sua inteligência instintiva, a adaptável varia muito de indivíduo para indivíduo. A melhor maneira de determinar a inteligência adaptável é testar seu peludo. 

Aos interessados em testar a inteligência adaptável de seus cães, semana que vem colocarei aqui o teste feito pelo Stanley Coren (que eu fiz com a Suzie, claro), composto de doze problemas abrangendo todos os aspectos da inteligência adaptável dos cães. Alguns testes podem ser fáceis para a maioria dos cães (e extremamente difíceis para outros) enquanto outros são difíceis para a maioria deles, enquanto outros os acham fáceis.