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quarta-feira, 18 de março de 2015

Adoção de cão adulto: primeiro contato



Nosso primeiro contato
Aqui vou falar um pouco sobre como foi a adoção do Pistache. Primeiro, a Dani, que estava com ele, perguntou se estávamos interessados em adotar um cão adulto. Esta era a minha intenção mesmo, pois a Suzie, com 10 anos, não ficaria tão feliz com a chegada de um filhote, cheio de energia. Queríamos lhe dar uma companhia, sim, mas com um nível de energia compatível ao dela: que gosta de brincar, mas também de descansar, além de respeitar o espaço. 

Conversamos todos em casa, porque a adoção de um cão, ou mesmo a compra de um, deve ser algo em que TODOS da casa queiram. Se uma pessoa não aceitar, melhor deixar para outra ocasião: o cão deve chegar em um lar onde todos o queiram, em um lar em harmonia devido à sua chegada. 

Elogiando a Suzie
Com todos da família aceitando e desejando muito a adoção, combinamos de ir pegá-lo. Mas quem daria a palavra final seria a Suzie: ela precisaria gostar dele, ter afinidade com ele. E ele com ela. Fomos todos lá, eu munida de petiscos para o caso de precisar haver uma adaptação. 

Chegando lá, primeiro apresentamos a Suzie para alguns membros caninos da família e para os membros humanos, até ela se ambientar e ficar relaxada: essencial, já que ela precisaria estar relativamente tranquila para conhecer o futuro irmão. 

Família quase completa: Letícia estava brincando
e Suzie explorando
Tudo certinho, chegou a hora da apresentação. Pistache foi solto. Os dois se cheiraram e ficaram numa boa. Depois os levamos para uma sala, para ficarem mais contidos: tudo em paz. Ficamos muito felizes: Suzie o aceitou numa boa! Pistache já poderia ser considerado nosso filho. 

Quando há a possibilidade do seu cão conhecer aquele que você pretende adotar, é excelente! Eles precisam se dar bem, se aceitar mutuamente. Se não houver esta possibilidade, faça a apresentação em um território neutro, aos poucos. Se preciso, peça ajuda de um profissional. 

Em breve falarei sobre a adaptação do cão adotado ao novo lar. 

domingo, 15 de março de 2015

Confiança

Pistache
Alguns já sabem que há cerca de quatro meses adotamos um cão adulto, Whippet, assim como nossa primogênita Suzie. Ele, Pistache, chegou com alguns medos e, antes de trabalhar qualquer comportamento com ele, o principal que trabalhei foi a confiança.

Isso mesmo: a confiança. Ela é deixada para trás por alguns de nós, mas pode ser o mais recompensador para o cão. Acaba sendo o principal quando educamos um cão medroso. Sem confiança, o mundo se torna assustador demais.

Para o Pistache, o simples fato de "sentar" o deixava extremamente ansioso, ele tremia quando queria lhe ensinar algo. A ansiedade interferia com sua habilidade de aprender. Por quê? Porque ele gastava mais energia tentando entender se o mundo é seguro ou perigoso e seu corpo era bombardeado pelos sinais do estresse, aí ele não se focava no que eu queria ensinar.

Passei a trabalhar a dessensibilização e contra-condicionamento, aliado a um floral passado para ajudar no processo de adaptação ao novo lar. Comecei a trabalhar a sua confiança no mundo, mudando como ele o via: antes algo assustador; agora, algo gostoso, devido ao treino. Agora, ao encontrar algo que antes o assustava demais, ele já se recupera com mais facilidade e, de certas coisas,  já nem assusta mais e abana o rabo.

Como ganhei sua confiança? Primeiro de tudo, com o treino de target: o ato de tocar minha mão com o focinho. Com isso fui mostrando que ele podia confiar em mim, primeiramente. Depois, passei o target para outras situações, não necessariamente tocar com o focinho, mas olhar também (por exemplo, olhar o carro e ser recompensado). Depois disso, passei para o senta e outros comportamentos mais fáceis de ensinar, como dar a pata, caminha. E sempre, sempre, me movimentando devagar, com paciência, indo no tempo dele. Qualquer deslize meu, o treino iria por água abaixo. Quem visse os treinos iniciais, os acharia enfadonhos: cadê o senta? deita? fica? Ainda não.

O meu objetivo inicial era ganhar a sua confiança. E este se tornou o "comportamento" final do meu treino.

Assim começa meu trabalho com cães medrosos: com passos de formiguinha, parecendo que não estou fazendo nada no começo, mas ganhando a confiança daquele cão para, aí sim, podermos evoluir para algo mais "bacana".

O fato de eu já ter a Suzie, mais equilibrada quanto a medos, ajudou muito, principalmente nos passeios, com cães latindo para ele, andando em avenidas... ainda assim, foi tudo feito com calma, paciência, no tempo dele. Ele me mostrava que estava pronto para dar mais um passo, e eu dava. Não forcei nada.

Agindo assim, ele entende que eu não o forçarei a fazer nada que o assuste, mas o ajudarei a superar estes medos.

Sigo trabalhando neste passo com ele, com calma. Afinal, o tema principal em todas as sessões com cães medrosos é: confiança.