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segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

O que é um Bom Criador?

Um criador é uma pessoa que tem dois cães do sexo oposto e produz filhotes. Simples assim. O termo “criador” não implica, necessariamente, nenhuma qualidade especial à pessoa como, conhecimento sobre a raça, sua habilidade de avaliar cães, de escolher cães bons ou outra coisa. Se você tem dois cães, eles acasalam e você é responsável, então você é um “criador”. É a mesma definição de todas aquelas pessoas que abastecem as pet shops e tornam as fábricas de filhote uma realidade.

O que faz uma pessoa ser um “Bom Criador”? Esta é a questão. Significa que você deve manter um filhote de cada ninhada? Não. Significa que você deve ter padreador e matriz campeões? Não. Significa que você deve produzir uma ninhada a cada 5 anos? Não. Você deve ser membro de um clube da raça? Não. Você deve planejar cuidadosamente cada ninhada... não, nem mesmo isso.

Você deve conhecer a sua raça (não é válido para Schnudles, Cockapoo, Labradoodles etc, que as pessoas vendem caro e não são de raça pura). Não significa que você deva participar de uma competição e fechar o campeonato e nem ir a várias exposições. Significa que você deve estar envolvido com a raça por mais de 6 meses (ou mesmo alguns anos) antes de criar, deve conhecer pessoas que criam a raça, aprender sobre as diferentes linhas de sangue, se familiarizar com a função da raça e mais importante de tudo, aprender sobre problemas de saúde e temperamento que possam acometer a raça. Bons criadores não sabem tudo e eles sabem que não sabem tudo. Eles aprendem com cada ninhada e QUEREM aprender com cada uma delas.

Bons criadores fazem exames de saúde em seus cães e não acasalam cães portadores de doenças que possam ser transmissíveis (como displasia, por exemplo). Bons criadores educam os novos donos a respeito do que pode estar no pedigree dos filhotes, como doenças, e acasalam cães saudáveis. São interessados e abertos.

Ser um bom criador significa que você tem um carinho especial por cada filhote nascido em seu canil. Você cria um ser vivo e pensante que merece a melhor vida que pode ter na Terra. Isso não quer dizer que você tenha que levá-lo a uma exposição ou colocá-lo para trabalhar. Significa que eles vivem em lares onde são amados e considerados membros da família, com suas qualidades individuais, como um cão amável. Nenhuma pessoa que produza 6 ninhadas em menos de 3 meses pode realizar estas tarefas, a menos que tenha 20 ou 30 pessoas cuidando destes filhotes diariamente. Eles devem ter atenção individual, ser manuseados diariamente, ter as unhas aparadas, ser banhados, alimentados com uma ração de boa qualidade, ser vermifugados e vacinados apropriadamente e serem ensinados algumas coisas antes de ir para a nova casa (pelo menos conhecer uma caixa de transporte, uma coleira e guia). Os donos dos filhotes que vêem de um Bom Criador devem ter no criador um mentor, um amigo e uma pessoa com conhecimento sobre a raça, com a qual possam tirar as dúvidas mais comuns.

Ser um Bom Criador significa que você pegará os filhotes de volta, não importando as circunstâncias, pelo bem da vida delas. Não significa que você deve manter todos com você ou controlar o resto da vida deles e dos seus donos... mas você precisa estar por perto se eles precisam de você. Você tem que achar lares perfeitos? Ninguém consegue isso com 100% de garantia, mas ter lares em listas de espera antes de criar, de ter uma ninhada, ajuda. Ser um Bom Criador não significa que você não terá nunca problemas com os cães, ou com os donos, ou ter ninhadas que não se tornarão bons cães, os quais não poderão ser acasalados... mas que você deve ter em mente que coisas assim acontecem e saber encará-las positivamente.

Não há uma definição que se possa dar sobre o número de ninhadas por ano, filhotes produzidos por década, número de campeões por ano etc. Estas coisas definem um Bom Criador de sucesso... Mas em como você apresenta estes filhotes ao mundo e em como você apresenta os novos donos a esta enorme responsabilidade: os filhotes.

Resumindo... considere esta estatística: 80% ou mais de filhotes morrem devido a problemas de comportamento.

A grande maioria dos cães que são mortos (eutanásia) o são devido a problemas de comportamento, e não a problemas de saúde. Comportamento é a razão principal pela qual os cães são abandonados ou eutanasiados em nosso mundo. Melhor Amigo do Homem? Não tanto hoje em dia. Um Bom Criador é a primeira linha de defesa para diminuir esta estatística... eles escolher os donos dos seus filhotes, os ajudam a educá-los e ajudam em problemas, quando eles acontecem. Alguém que pensa seriamente em criar cães deve pensar sobre a saúde física e mental de todos os filhotes que eles planejam ter. Se você dá conta do recado, você pode ser um Bom Criador.

Fonte:
Lisa M. Costello - http://www.rejoycewhippets.com/goodbreeder.html

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Comece a treinar com o clicker - Parte II

4. Testando o comando

Tente dizer o comando verbal. Se o seu cão fizer o truque, clique dê a ele um "jackpot" — um monte de petiscos que ele adora e bastante carinho!
Dica: Sempre que você REALMENTE gostar de algo que seu cão fizer, clique e recompense com petiscos melhores.
Se ele não executar o truque quando você der o comando verbal, você se adiantou. Trabalhe nos Passos 2 e 3 por mais tempo.

5. Ignore comportamentos sem o comando

Quando o cão estiver constantemente fazendo o truque quando você der o commando, pare de clicar/recompensar ele por fazer no resto do tempo. Simplesmente ignore esses comportamentos “espontâneos”. Continue a clicar/recompensar quando ele fizer sob comando.

Nota 1: Você vai perceber que seu cão vai começar a fazer o truque várias vezes assim que você parar de recompensar. Isso é normal. (Você provavelmente faz a mesma coisa quando um botão pára de funcionar. Ao invés de tentar alguma outra coisa, você simplesmente aperta o botão várias vezes, mais forte, antes de desistir!).

Nota 2: Capturar o comportamento é uma boa maneira de controlar comportamentos indesejados, como latir ou pular em você. Mas esteja atento para o que acontece depois (ver Nota 1). Para manter comportamentos indesejados sob controle, é sempre bom dar o comando do comportamento que você não quer, clicar/recompensar de vez em quando – faça sessões de pulos ou latidos!

6. Torne-se um recompensador aleatório

Agora, tente fazer o seu cão repetir 2 ou 3 vezes o truque antes de clicar/recompensar.

Dica: É uma boa idéia dizer “Muito bem!” a cada vez, só para que seu cão saiba que está fazendo certo.
Isso é chamado “colocar o comportamento em um programa de reforço variável”. O cão não sabe quando ele vai receber a grande recompensa, então ele vai continuar tentando – da mesma forma que pessoas na loteria.
Importante: Já que você está recompensando com menos frequência, você também pode ser mais exigente – apenas recompense os “senta” mais certos, ou as levantadas de patas mais altas. Aqui é que o comportamento é aprimorado. Nota: Algumas pessoas preferem aprimorar o comportamento antes de adicionar o comando verbal.

7. Generalize

Agora ensine o cão que esse comando vai funcionar em todo lugar. Mude para diferentes locais da casa e tente. Vá para fora e tente. Tente com a coleira ou sem. Tente no carro, no parque e no veterinário.

Dica 1: Você pode precisar voltar alguns passos, talvez até mesmo voltar para o Passo 2, se o nível de distrações é alto.

Dica 2: Você pode dar recompensas maiores para cada conquista.
Seu cão irá “generalizar” o comportamento, e vai aprender que é o comando que é importante, não o fato de que ele está na cozinha, de que está quase na hora do jantar ou que está com a coleira.

Você conseguiu! Seu cão aprendeu um novo truque, e você aprendeu uma nova maneira de treinar!

This information was originally prepared for the San Francisco SPCA's training department. Copyright Stacy Braslau-Schneck, 1998.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Por que os animais devem ter direitos?


A maioria de nós cresceu comendo carne, usando couro e indo a zoológicos e circos. Muitos de nós comprou nossos amados bichinhos em pet shops, alguns tiveram porquinhos da índia e mantevem lindos pássaros em gaiolas. Nós vestimos lã e seda, comemos hambúrguers do McDonald’s, e pescamos. Nós nunca consideramos o impacto desses ações nos animais envolvidos. Por alguma razão, agora você está perguntando: Por que os animais devem ter direitos?

No livro "Libertação Animal", Peter Singer afirma que o princípio básico de igualdade não requer tratamento equivalente ou igual; ele requer consideração igual. Essa é uma distinção importante quando estamos falando de direitos dos animais. As pessoas geralmente perguntam se os animais devem ter direito, e, de forma simples, a resposta é "Sim!" Animais certamente merecem viver suas vidas livres de sofrimento e exploração. Jeremy Bentham, o fundador da Escola Reformista Utilitária de Filosofia Moral, diz que quando formos decidir sobre o direito de um ser vivo, “A questão não é ‘Eles podem pensar?’ nem ‘Eles podem falar?’ mas ‘Eles podem sofrer?’” Nessa passagem, Bentham aponta a capacidade de sofrer como uma característica vital que dá a um ser vivo o direito de igual consideração. A capacidade de sofrer não é só mais uma característica como a capacidade para a linguagem ou cálculos matemáticos. Todos os animais têm a capacidade de sofrer da mesma maneira e na mesma intensidade que os humanos. Eles sentem dor, prazer, medo, frustração, solidão, e amor maternal. Sempre que resolvermos fazer algo que iria interferir as necessidades deles, estamos moralmente obrigados a levá-los em conta.

Defensores dos direitos dos animais acreditam que eles possuem um valor próprio - um valor completamente diferente (e independente) de sua utilidade para os seres humanos. Nós acreditamos que toda criatura com desejo de viver tem o direito de ser livre de dor e sofrimento. Direito dos animais não é apenas uma filosofia - é um movimento social que confronta a visão tradicional da sociedade, onde todos os animais não humanos existem exclusivamente para o nosso uso. Como a fundadora do PETA, Ingrid Newkirk, disse, “Quando diz respeito à dor, amor, alegria, solidão, e medo, um rato é um porco, um cão e um garoto. Cada um valoriza sua vida e briga por ela.”

Apenas o preconcento nos permite negar aos outros o direito que esperamos ter para nós mesmos. Quer seja baseado na raça, sexo, orientação sexual, ou espécies, o preconceito é moralmente inaceitável. Se você não comeria seu cão, por que comer um porco? Cães e porcos têm a mesma capacidade de sentir dor, mas é o preconceito baseado em espécies que nos permite pensar em um animal como companhia e outro como jantar.

Fonte: PETA - http://www.peta.org/

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Corrigindo seu cão: alternativas para punição

O adestrador de seu cão recomenda o uso dessas técnicas?

Vou lhe explicar minha opinião do por quê eu nunca uso e não recomendo essas técnicas.

O objetivo primário de treinar um filhote ou adulto é estabelecer que você transmite segurança para o cão, ou que ele pode confiar em você. Os cães sabem o que é “seguro” e “perigoso”, então eles rapidamente aprendem o que é “certo” e “errado”. É seguro roer o sofá quando você não está em casa? Sim, é - e também é divertido! É seguro roer o sofá quando você está em casa? Não é, pois você faz gestos ameaçadores para o cão, se comporta de modo agressivo com ele, algumas vezes até o agredindo fisicamente, ou então se comporta de um jeito que o cão percebe que você está muito chateado.

Se alguém faz gestos ameaçadores para um cão todo o tempo, será mais difícil para o cão considerar que aquela pessoa é segura, ou que é alguém em quem ele possa confiar. Isso pode ser muito prejudicial para o adestramento e para a relação que você tem com seu cão.

Se a lata e a pistola d’água são usadas de modo que o cão perceba que são atos ameaçadores e agressivos, terá o mesmo efeito. A maioria das vezes é por isso que esses métodos são recomendados.

Não acredito que as pessoas necessitem corrigir um filhote usando de punições. Afinal de contas, o filhote está em processo de aprendizagem. Será que realmente é justo, ou produtivo, dar corretivos (punições) no filhote quando você está construindo uma relação de confiança e aprendizado com ele?

Colocando as coisas em perspectiva:
Por exemplo, digamos que eu quero ensinar você que digitar no computador não é mais aceitável. Você pode usar o mouse, mas não mais o teclado. Digamos que toda vez que você tentar usar o teclado eu esguicho água na sua cara, ou melhor ainda, com vinagre ou alguma coisa que você com certeza se lembrará. Embora provavelmente você aprenda que digitar me leva a esguichar algo em você, acredito que esse aprendizado é secundário ao fato que agora você aprendeu que eu sou imprevisível, ameaçador e agressivo. Agora você tomará mais cuidado comigo, pois você pensará que eu posso ter uma pistola d’água. Isto pode ser muito prejudicial para nossa relação. Pode até ser difícil para você sentar em frente ao computador para usar o mouse, mesmo que eu peça isso, porque você não sabe quando eu começarei a esguichar algo em você por causa de outra coisa (ou por nenhuma razão perceptível que você possa compreender).


Usando ameaças ou atos agressivos são contra-produtivos, e eles ensinam aos filhotes e aos cães adultos a terem menos confiança nos donos e os ensinam apenas a não fazer algo quando você está por perto, com uma pistola d’água na sua mão. Claro que alguns filhotes são espertos e sabem que eles não devem fazer algo errado, mesmo quando você não está por perto, ou quando você não tem a pistola d’água, mas muitos não fazem essa associação.

Se eu tiver que usar uma pistola d’água, vou usá-la como uma brincadeira, não como punição. Aposto que meu mestiço de Labrador adoraria tentar pegar a água que sai do esguicho! Ou então eu a usaria em uma tentativa ridícula de treinar a pessoa que recomenda o seu uso: cada vez que a pessoa se comporta de maneira ameaçadora ou agressiva (sob a forma de punição ou corretivo) para o cão… ESGUICHO! Bem na cara dele! O resultado? Ele provavelmente não vai mais querer treinar o cão perto de você. Duvido que eles se inspirariam nisso para mudar seus hábitos de adestramento, a menos que você esses problemas com ele, enquanto esguicha. E mesmo assim, velhos hábitos são mais difíceis de mudar.

Quanto as latinhas, são os itens essenciais mais recomendados, ligeiramente atrás da caminha/casinha. O único momento em que ela pode surtir efeito e ser segura é se o cão não vê-la como ameaça, e só é usada para chamar a atenção do cão e acabar com sua concentração.

Entretanto, um assobio ou palmas provavelmente serão eficazes. Existe cães que são muito, muito difíceis de distrair e algumas vezes sacudir a latinha fará com que o cão levante a cabeça e permaneça parado por um segundo, então você pode redirecionar sua energia e agradá-lo. Se este é o caso, a sacudidela só será necessária uma ou duas vezes e não será vista como uma ameaça, ato agressivo ou assustador.

Mais Perspectivas:
Digamos que eu goste de lhe ensinar a parar de bater seus pés no chão enquanto você está sentado na frente do computador. Cada vez que você bater seu pé no chão e vou jogar algo bem barulhento na sua direção. Não irei te machucar ou causar qualquer dano físico, e você poderá ficar surpreso e ter muito medo de mim e/ou do computador, mas o mais provável é que você pare de bater com o pé no chão. Depois de um tempo, sente calmamente e imagina algo sendo atirado em sua direção, fazendo um barulho estrondoso próximo à sua cabeça, ou mesmo na sala. Que efeito isso terá em você? O que dizer do seu cão então? Ok, você volta a digitar mas... oh! Aí está você batendo os pés no chão de novo, então eu jogo outra vez o negócio barulhento na sua direção. Funcionou! Você não bate mais o pé no chão! (esse “loud fire cracker” é algo que você joga em direção ao animal e ele estoura, fazendo um baita de um barulho, assustando-o).

Vamos fingir que continuemos treinando-o deste modo por mais dois ou três dias. Que tipo de efeito isso terá sobre você, falando a verdade? Aposto que você viveria em um estado de estresse. Estará esperando por algo estourar na sua orelha, fazendo barulho. E você vai escolher ficar no computador quando eu não estiver por perto. Na verdade, você escolherá não ficar mais perto de mim sempre que puder ou então, não chegar mais perto do computador. Suas atitudes em relação a mim provavelmente mudarão, pois você não saberá mais o que esperar de mim. Se você vê que essas coisinhas barulhentas são ameaçadoras ou agressivas, você vai começar a gritar comigo (rosnar, latir, morder) quando eu usá-las, para tentar me mostrar que elas estão lhe causando estresse e possivelmente para se defender, afinal de contas, elas estão explodindo bem perto de você!

Garrafas que esguicham e latas que chacoalham tem probabilidade de causar mais problemas do que os que já existiam antes.

Nova Perspectiva Criativa:
Paciência e Aprendizado
Vamos lhe ensinar a parar de bater os pés no chão enquanto está no computador. Esperarei pacientemente por cerca de 15 a 20 minutos até que você pare de bater os pés. Quando seus pés estiverem parados, direi “Muito bem!” e lhe darei R$ 10,00. Cara! Por quê você me deu isso? Outros 15 minutos se passaram e seus pés param novamente… “Muito bem!”. Aqui R$ 20,00 para você! Após poucos dias você provavelmente descubrirá que mantendo seus pés parados lhe traz coisas boas: meu elogio e algo que você gosta: dinheiro. O que o seu cão gosta? Tente comida, um brinquedo, uma brincadeira favorita, e claro, seu elogio e atenção.

Outra Nova Perspectiva Criativa
Ambiente Seguro e Aprendizado
Vamos lhe ensinar a parar de digitar no computador. O modo mais fácil? Tire o teclado, assim ele fica inacessível. Se eu lhe dou um “ambiente seguro” onde você não cometa nenhum erro, será mais fácil lhe ensinar a usar apenas o mouse. Se eu não puder tirar o teclado, talvez eu o cubra com alguma coisa para você não apertar as teclas. Ao mesmo tempo, eu o elogio por usar o mouse, lhe recompenso por usar o mouse e lhe ensino (com elogios e recompensas) como usar o mouse, assim você perde o interesse em usar o teclado.

Infelizmente, nossa sociedade foca muito punir maus comportamentos ao invés de recompensar aqueles que são bons. Algumas vezes requer muita paciência e criatividade para descobrir como ensinar algo a um filhote ou a um cão adulto sem recorrer a ameaças e atos agressivos, mas é necessário ser criativo, senão corremos o risco de perder a confiança do cão, que é tudo na relação homem/cão.

O Treinamento com Clicker e seus conceitos podem introduzir você a um modo criativo de adestrar seu filhote ou cão adulto, ao invés de recorrer a punições injustas. Lembre-se, é injusto “punir enquanto se adestra” porque o filhote ou o cão adulto ainda nem aprendeu o que você espera dele e então você está minando seus próprios esforços. Se você não gosta de idéia de treinar com clicker, por favor reserve um pouco do seu tempo para aprender os conceitos do condicionamento, os conceitos que você trabalhará sem o clicker (embora os cães aprendam mais rápido e mais fácil com o clicker). Eu, pessoalmente, não uso o clicker com meus cães regularmente, não sabia nada do clicker quando adestrei meus cães, mas eu tentei e quando eu quero ensinar algo novo aos meus cães (ou ensiná-los a não fazer algo), eu uso o clicker, ou então os conceitos do condicionamento operante, focando a importância do meu relacionamento com meu cão e continuamente construindo uma relação de confiança e respeito mútuos.

Sua lição de casa:
Recompense seu filhote ou cão adulto pelo menos duas vezes a cada hora que você estiver com ele quando o cão estiver fazendo algo certo. Exemplos: deitado quietinho, mordendo um brinquedo dele, simplesmente olhando para você, seguindo você sem causar problemas. Varie suas recompensas, algumas vezes usando a voz e carinhos, outras vezes usando comida, brinquedos, brincadeiras ou bolas.

Quando seu filhote ou cão adulto fizer algo inapropriado, retire o objeto inapropriado, ou retire o cão do ambiente inapropriado rapidamente e imediatamente substitua o objeto ou ambiente por um apropriado, assim você pode elogiar e recompensar o cão.

Exemplos:
Roendo objetos inapropriados - retire os itens da boca do filhote rapidamente e vá para a caixa de brinquedos do cão e encoraje-o e recompense o cão por achar um brinquedo apropriado, quando o cão assim o fizer, brinque com ele e recompense-o.

Acidentes no treinamento de bons modos em casa - rapidamente pegue o cão ou o filhote ou o empurre (sem bater ou machucar) o bumbum do filhote na intenção de fazer com que ele pare de fazer xixi e leve-o para fora, onde ele possa fazer xixi e ser recompensado.

Pular nas pessoas - rapidamente vire de costas para o cão até que suas quatro patas estejam no chão, então ajoelhe e faça carinho no cão e recompense-o. Ou retire o cão de perto das pessoas rapidamente (pegando-o no colo ou ajudando o cão a sair de perto das pessoas). Então as pessoas podem se aproximar do cão e ajoelhar (para ficar fácil para o cão ficar com as quatro patas no chão) e recompense-o, agradando-o.

O tempo (timing) é muito importante. Deixe-me enfatizar que você não deve recompensar seu cão por ter parado um comportamento, mas por se comportar corretamente. Isso significa que você deve recompensar seu cão através das rotinas diárias normais, como o cão estar olhando para você, seguindo você, ficar deitado quietinho etc. Uma vez que esse tipo de relacionamento é estabelecido, um simples “Ei! O que você está fazendo?” irá fazer com que o cão para qualquer coisa que ele esteja fazendo e olhe para você, uma oportunidade perfeita para você encorajar o cão a ter um comportamento apropriado. Isso significa que você deve recompensar o cão durante o bom comportamento.

PS: Timing seria aquele tempo crucial, por exemplo, quando você pega seu cão “no ato” e rapidamente fazer com que ele faça algo bom (ou punir). Seria logo que ele começa a fazer algo errado, tem que ser punido na hora, porque de nada adianta punir 10 segundos depois, tem que ser na hora. É isso que entendo como timing.

O tempo (timing) é tão importante nas punições como nas recompensas. Muitas pessoas possuem um timing pobre quando elas começam a adestrar seus cães. Mas se você recompensa no tempo errado, seu cão ainda quererá trabalhar para você. Se você o pune no tempo errado, será prejudicial para sua relação com o cão. Neste caso, timing pobre é erro seu, não do cão. Por quê seu cão teria que pagar pelo seu erro se é você quem o pune na hora errada? É imperativo perceber que nós, humanos, nem sempre temos o timing perfeito e, portanto, ele é essencial para escolher entre usar recompensas e o reforço positivo ao invés de usar corretivos e punições para adestrar nossos cães.

Você descobrirá que para qualquer problema de comportamento você pode criar uma solução que requeira paciência, compromisso e respeito para o cão. Não demorará muito até que você descubra que esta é a resposta para possivelmente todos os problemas que você encontrará em seu cão.

Mais informações sobre o clicker:
http://www.clickertraining.com
http://www.stbernardrescue.org/behavior/clicker_training.html