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terça-feira, 18 de abril de 2017

Influência do estresse nos cães: Parte III

Chegamos à terceira parte da série sobre estresse. Aqui falaremos sobre as principais mudanças comportamentais que vemos quando o cão está estressado e como o estresse afeta a saúde dos nossos amigos.



Mudanças comportamentais em cães causadas pelo estresse:

  • Agressividade: na maioria das vezes, a agressividade ocorre por conta de um estresse pós traumático do cão. O comportamento de agressividade é causado pelo medo, que leva ao estresse. Outro exemplo é quando um cão sente muita dor, ele fica estressado porque a dor é muito intensa, e para que evite que os humanos o incomodem no local da dor, ele passa a reagir de forma agressiva.
  • Latidos excessivos: devido à falta de estímulos físicos e/ou mentais, além de pouco contato humano, os cães por ficarem entediados, acabam ficando estressados e frustrados, o que leva a latirem com mais frequência. Exemplo: vemos frequentemente em cães cheios de energia que ficam em casa o dia inteiro e possuem pouca atividade diária suficiente para suprir suas necessidades de energia.
  • Tremores: quando um cão passa por um estresse traumático, ele passa a sentir mais medo que o normal, devido a vários traumas ocorridos anteriormente. Um exemplo é quando um cão que estava habituado a ir num pet shop tomar banho, e a dona muda o local e o cão começa a tremer ao chegar no local.
  • Inquietação: este é um dos comportamentos mais comuns quando o cão está estressado. O cão não consegue ficar relaxado, fica andando de um lado pra outro. Vemos esse exemplo também em cães que viveram muito tempo na rua, e ao serem resgatados na velhice, por terem se acostumado a viverem com barulhos e cheiros diferentes diariamente, ficam meio perdidos tentando encontrar algo na casa para se ocuparem.
  • Comportamento destrutivo: mesmo um cão calmo, que passou parte de sua vida em creche, e passa a ficar sozinho na casa, pode apresentar comportamento destrutivo, causado pelo tédio de não possuir atividade para se ocupar. Outro exemplo é quando ocorre uma mudança na rotina na casa (chegada de animal novo ou um bebê, por exemplo), se os donos não ajudarem a se adaptar, o cão pode ficar estressado, e se os donos não prestarem atenção no que está ocorrendo, o cão pode procurar algo para conseguir relaxar, podendo roer ou morder algo que não é dele.
  • Necessidades fora do lugar: também uma das mudanças comportamentais mais comuns causadas pelo estresse. Na maioria das vezes, ocorre por mudança na rotina, como mudança de casa, animal novo, ou até mesmo ausência do dono. Um exemplo é quando precisei me ausentar duas semanas de casa, e embora aparecesse algumas vezes, precisei dormir fora. Isso acabou deixando o Chaves estressado, e ele passou a fazer xixi fora do lugar.
  • Letargia: o cão não sente motivação para fazer nada, passando a ficar deitado por mais tempo que o habitual, além de dormir mais. Em alguns casos o cão também fica sem comer. Um exemplo é quando uma das filhas da Fúlvia começou a frequentar a escolinha, um de seus cães, o Pistache, ficava no cantinho dele triste, e nem chegava a comer.
  • Vômitos: alguns cães ficam tão estressados que chegam a vomitar. Fúlvia conhece um caso assim. Quando o cãozinho fica muito tempo sozinho, ou quando se assusta com algo, ou na mudança de rotina, ele vomita.


Como o estresse afeta a saúde dos cães
Assim como em nós, humanos, o estresse também afeta a saúde dos cães. Isso porque o estresse aumenta a liberação do cortisol, um hormônio que afeta negativamente o sistema imunológico, tornando o cão mais suscetível a várias doenças. As alergias são uma delas. O aumento do nível dos hormônios do estresse (a adrenalina também é um deles) afeta também o sistema cardiovascular, fazendo com que a expectativa de vida também diminua.


O mais comum de vermos é a dermatite. Cães e gatos estressados tendem a se lamber muito. Principalmente por tédio (como visto acima, nos sinais de estresse).


Existem alguns casos de depressão: cães e gatos deixam de comer e parecem não querer fazer nada. Quantas vezes não soubemos de casos de cães e gatos idosos que foram abandonados e, mesmo sob cuidados de outras pessoas, faleceram por não quererem comer?



Se os cães vivem em constante estado de estresse, eles podem ter sua saúde afetada. Mas nós podemos contornar essa situação. No próximo post da série, iremos falar sobre como evitar/prevenir o estresse. 

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