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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Etiqueta Canina: Parte II


O aprendizado do “não”
Aos quatro meses, com todas as vacinas aplicadas, o cão está pronto para começar a ser adestrado. Mas, assim que chega em casa, o próprio dono já pode ensinar as boas maneiras ao cão. No início, as lições se voltam para o proprietário do animal. São conselhos sobre o que se deve esperar da relação com o cão e como ela deve ser. Desde cedo é importante que o filhote conheça outros cães e outras pessoas para se socializar. A maioria das aulas é dada na presença do dono e os ensinamentos devem ser postos em prática diariamente. O objetivo é ajudar o homem e o cachorro a conviverem em harmonia.

O treinamento básico leva de três a seis meses. Nesse período, o animal senta, deita, anda junto, fica, faz conversões à direita e à esquerda, dá meia volta. O significado do “não” também é ensinado. A partir daí, o cachorro aprende a não sair desacompanhado quando o portão estiver aberto, a não pular nas pessoas, a não fazer buracos em jardim, a não roer móveis... Mas lembrem-se: o ideal não é ficar dizendo “não” ao cão toda hora. Pense em algum comportamento que você quer que ele faça ao invés do indesejado e ensine-o. Por exemplo: seu cão pula nas pessoas, ao invés de ficar falando “não”, ensine-o a se sentar quando uma pessoa se aproximar dele. Reforço positivo é sempre a melhor pedida!

Uma das tarefas mais difíceis para o dono é ensinar o cachorro a fazer as necessidades no lugar certo. É errado esfregar o focinho nas fezes ou na urina. O ideal é mostrar o lugar certo. Faça muita festa quando ele acertar, dê petiscos, carinho, brinque, passeie.
Fonte: Revista Metrópole, 11/01/2009

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Etiqueta Canina: Parte I


Aqui segue uma série de reportagem que eu li esses dias na revista Metrópole, do jornal Correio Popular, de Campinas, SP. Não a colocarei na íntegra, mas as partes principais estarão aqui relatadas. Espero que gostem!


A decisão por ter um cachorro em casa vem acompanhada de responsabilidade e uma nova rotina. Tratar bem o animal não é redundância, mas condição essencial. A convivência entre proprietários e mascotes deve ser, acima de tudo, harmoniosa. Para isso, há uma “etiqueta canina” que, colocada em prática, em casa e na rua, expressa respeito pelo espaço alheio, preocupação com a segurança e a saúde e tranqüilidade para experimentar o que de melhor existe entre um cão, seu dono e todos os que eles encontram a caminho do passeio.

Cachorro não é gente e não sabe que está agindo errado por estragar um móvel, por exemplo. Mas nem todos os proprietários de cães pensam assim. A tendência à humanização dos animais merece crítica e reflexão.

O cão tem sentimentos, gosta de viver bem e, principalmente, de ser tratado como cachorro. Um ponto comum entre crianças e animais é a necessidade de limites claros. Os animais se tornam agressivos de acordo com a personalidade de seus proprietários.

No universo canino não existe democracia, mas sim hierarquia. Se não reconhecem um líder na matilha ou percebem sua fraqueza, tentam assumir o posto. É necessário deixar claro quem manda na casa. Para viver bem com o cão, o dono precisa estabelecer uma hierarquia. É inadmissível um animal dominar um homem. Mas a situação ocorre com freqüência. Se o cachorro for um líder por natureza, o dono terá muita dificuldade e vai precisar de ajuda profissional.

Ao subir no sofá, o cachorro tem de saber que está ali porque o dono permitiu. Para corrigir o animal, não adianta empregar o tom de quem fala com uma criança. Tudo na vida do cão é associado ou condicionado. Adote um tom firme e diferente do normal na bronca. A reprimenda só funciona se for dada imediatamente. O cachorro não consegue associar o erro depois de três segundos. Ralhe na hora certa, mas principalmente recompense o bom comportamento. As pessoas tendem a exagerar nas punições. É melhor exagerar na festa.

O cão pode ser livre para circular por todos os ambientes, mas deve respeitar sempre o espaço dos moradores.


Fonte: Revista Metrópole, 11/01/2009

sábado, 10 de janeiro de 2009

A Lamentável Situação dos Galgos na Espanha



"Me comove a dor alheia, e sim, incluo na dor alheia esses humanos peludos que nos acompanham, com lealdade imerecida, pelo tortuoso caminho planetário. A dor alheia, hoje, tem uma figura estilizada, um olhar vivaz, um sentido agudo da fidelidade e um medo profundo. Não é um galgo, mas centenas, e sua última notícia negra é o futuro incerto que lhes espera."

A SINISTRA REALIDADE DOS GALGOS ESPANHÓIS
Os Galgos Espanhóis tem sido utilizados quase que exclusivamente como uma ferramenta de caça na Espanha. Eles geralmente vivem em celeiros, em números superiores a 10 cães e a maioria quase nunca vê a luz do dia.
O foco do problema se divide em duas partes: a criação indiscriminada dos Galgos Espanhóis e o descarte massivo e cruel ao final da temporada de caça, que acontece anualmente entre setembro e janeiro. Investigações feitas pela WSPA (World Society for the Protection of Animals) nos anos de 2001 e 2002 provaram que milhares de Galgos Espanhóis são criados anualmente com a única finalidade de participarem do campeonato nacional de caça, sendo Medina del Campo seu principal centro.
Antes de 2001, a cada final de temporada, os caçadores tradicionalmente enforcavam seus Galgos Espanhóis nos pinheiros nos arredores de Medina del Campo. Os investigadores da WSPA reuniram vasta evidência fotográfica e fizeram um relatório sobre o tratamento cruel que os Galgos Espanhóis estavam recebendo. Os resultados do inquérito da WSPA, realizado nas regiões de Castilla y Leon e Castilla la Mancha com a assistência da organização espanhola Scooby (Sociedade Protetora de Animais Scooby), revelam que a antiga tradição do enforcamento de cães na Espanha continua até hoje. A WSPA estima que milhares de Galgos Espanhóis sejam criados e mortos anualmente nas zonas rurais.
A partir daí, devido às denúncias sobre o enforcamento de Galgos, os galgueiros começaram a levar os cães indesejados para os abrigos, resultando em torno de 500 cães abandonados ao final de cada temporada, a maioria de Galgos Espanhóis. Para os donos dos Galgos, os protetores são somente aqueles que recolhem o seu lixo. Para eles, um Galgo no final da temporada de caça nada mais é do que um entulho do qual eles querem se livrar. O galgueiro se aproveita da oportunidade de passar o problema adiante e desta maneira tenta limpar a própria consciência.
Praticamente qualquer pessoa pode criar Galgos Espanhóis, não existe controle algum por parte das autoridades. As leis que regulam o assunto não são cumpridas e não é aplicada nenhuma punição quando são desrespeitadas. Não há possibilidade de verificar se estas leis estão sendo violadas. A criação de Galgos Espanhóis é excessiva - uma população de cães nunca terá a chance de encontrar um lar, por isso uma nova direção foi tomada para atacar o mal pela raiz, que é a campanha contra a "criação indiscriminada de Galgos Espanhóis".
O horror do enforcamento após temporada de caça
Quando termina a temporada de caça às lebres, começa o terror para estes nobres animais.
A maioria dos Galgos Espanhóis abandonados tem por volta de dois ou três anos, e chegam geralmente em péssimas condições de saúde. Muitos são sacrificados com injeções letais antes de conseguirem chegar a um abrigo, onde teriam a chance de ter um futuro mais digno.
Na Espanha, é tradição pendurar os cães que correm mal em galhos mais baixos, onde sofrem uma morte lenta e agonizante conhecida como 'o pianista' devido à frenética tentativa de tocar suas patas no solo. Aqueles que correm bem são pendurados em galhos mais altos, resultando em uma morte mais rápida. Em algumas vilas próximas, as pessoas chegam a reclamar do barulho dos ganidos dos cães durante a noite. Essa prática tem suas raízes na tradição da nobreza espanhola: quando acabava a temporada de caça, os ricos latifundiários matavam seus Galgos com requintes de crueldade para provar seu status e com isso impor temor e respeito. Não se sabe o motivo desta tradição continuar até os dias de hoje, e não há lei que puna os responsáveis.
Galgos indesejados também são apedrejados, amarrados e deixados para morrer de fome, afogados, jogados em poços, queimados com gasolina, enterrados vivos, amarrados em carros e arrastados até a morte, envenenados, levam tiros nas patas para não seguirem os donos, são torturados com paus nas bocas para não latirem. Muitos dos que são abandonados nas ruas acabam sendo atropelados e os que têm mais sorte são largados nos abrigos. Por causa da divulgação de fotos de cães enforcados, muitos Galgos passaram a ser entregues nos abrigos, que ficam superlotados depois da época de caça - por volta de 500 galgos a cada temporada.
Atualmente, não é ilegal matar um cão por enforcamento na Andaluzia e Extremadura, onde não existem leis de proteção animal. Em Castilla y Leon, uma lei ameaçando de multa alguém que enforque um cão ainda espera ser cumprida.
O roubo de Galgos Espanhóis
De acordo com a polícia, o Galgo Espanhol é a raça de cão mais roubada no país. A polícia espanhola menciona o roubo de 1200 Galgos em 1998, mas estima-se que este número é somente o topo do iceberg, em torno de 20%.
Geralmente os caçadores consideram uma inutilidade declarar o roubo de um cão que provavelmente nunca mais vai ser encontrado. Deveria haver uma identificação do animal para que os donos pudessem encontrar seus cães em caso de roubo. Certamente são somente os melhores corredores que são vítimas de roubo, já os que correm menos são descartados. Os protetores presumem que tem um tipo de máfia por trás dos roubos, já que os ladrões sabem muito bem quais os Galgos que devem ser levados.
Todos na Espanha conhecem sobre estes abrigos afastados onde se encontram cães de corrida roubados. Há casos de Galgos Espanhóis roubados durante a caçada, em campo aberto. Os ladrões se escondem e aproveitam para pegar o cão quando ele aparece. Os cães são levados em carros em alta velocidade, em operações perigosas. Alguns dos cães são vendidos para fazendeiros e outros são usados em caçadas. De acordo com alguns galgueiros, os cães são usados repetidas vezes, até a completa exaustão, sendo depois abandonados ou coisa pior. É bem conhecido o destino dos Galgos roubados: eles são enviados de Castile e de lá vão para o sul, para Madri, Toledo e Andalusia. Os cães roubados em Toledo vão para o norte de Castile e os roubados na Andalusia terminam na Extremadura e vice-versa. Como os galgos não podem ser identificados, eles nunca retornam para seus donos.
Transmitimos uma história contada no mundo dos Galgos, porém sem provas de que seja verdadeira. Os caçadores que possuem um galgo roubado tentam ganhar a confiança dele para que ele não fuja: primeiro ele é trancado em escuridão completa sem qualquer alimento por dois ou três dias. Depois é alimentado e tem que tomar leite misturado com a urina do seu novo dono para passar a considerá-lo como seu líder.
“Este relato cruento é a crônica cotidiana do final destes animais. Parece extraordinário contemplar como animais que têm vivido assim toda sua vida, chegam a ser tão incríveis em sua bondade quando lhes dão a oportunidade de ser amados. Dizem os que lutam por eles que são os melhores animais de companhia que existem. Organizações trabalham ativamente para dar-lhes uma segunda oportunidade, e já conseguiram salvar centenas deles desde que começaram sua luta. Só pedem isso, poder salvar suas vidas, buscar famílias que os acolham — geralmente no estrangeiro, onde sabem apreciar a bondade destes animais — e outorgar um pouco de amor a sua profunda tristeza. O fazem por convicção, sem praticamente ajuda, diante da indiferença da maioria de nós, e com a passividade absoluta das autoridades. Os pequenos milagres, em forma de galgos que aprendem a confiar nos humanos, a brincar com crianças, a subir num sofá, a morrer com um pouco de dignidade, esses pequenos milagres representam fragmentos de beleza neste mundo sórdido, e em forma de pessoas que dedicam seu tempo e seu esforço para que a crueldade não triunfe completamente. Apelamos à consciência de seus donos, às administrações, que têm permitido o abuso com total impunidade. A nós, que talvez nem soubéssemos da bárbara vida e morte destes animais. De vez em quando existem esses raros momentos em que alguém pode arranhar algo parecido à bondade. Ou no mínimo, pode restringir a maldade. Este é um deles. Os Galgos estão mal, mas ainda poderão estar pior se ninguém evitar. E, certamente, que beleza quando podem amar e aprendem a ser amados! Queremos ajudá-los! Vamos impedir?”
Pilar Rahola

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Correndo Para Salvar a Própria Vida


VOCÊ APOSTA, ELES MORREM!
O destino dos Greyhounds usados em competições oficiais é vergonhoso e cruel. Deixamos aqui um alerta e um protesto. Nossa consciência não nos permite patrocinar canódromos, participar de corridas, apostar nos cães e financiar seu sofrimento.

Atração a ser evitada
Os Greyhounds são animais nobres e dóceis, com uma linhagem vinda desde o tempo dos faraós. No entanto, aqueles usados em corridas são considerados como mercadoria e não como animais de estimação. Em um momento eles são vistos como criaturas vigorosas correndo ao redor de uma pista atrás de uma lebre artificial, e num piscar de olhos sua vida útil está acabada. Um Greyhound gasta poucos minutos na pista durante uma corrida, mas ele passa muitas horas da sua vida confinado em uma cela apertada.

Milhares de Greyhounds são mortos todos os anos – alguns em nome da melhoria genética – antes mesmo de chegarem às pistas. A criação é feita em massa e somente um pequeno número chega a correr, os excedentes são mortos. Poucos cães chegam à aposentadoria aos 4 ou 5 anos, muitos morrem de lesões e doenças. Aqueles que sobrevivem mais tempo por causa do seu desempenho nas pistas, podem ser mortos ou vendidos a laboratórios no final da sua curta carreira e somente uma minoria consegue ir para lares com a ajuda de grupos de proteção.
Para se ter uma idéia da dimensão deste problema, podemos encontrar uma enorme quantidade de pistas oficiais onde a aposta é a principal atração: 73 pistas nos Estados Unidos, 104 na Austrália e Nova Zelândia, 39 na Grã Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales), 24 na Irlanda, além das pistas existentes em diversos países como a Dinamarca, Alemanha, Holanda, Suécia, México, China, Coréia do Sul, Vietnam, dentre outros. Irlanda, EUA, Austrália e outros acabam usando países do terceiro mundo como “lixeira” para os cães que não servem mais para suas pistas.
Ganância x Saúde
Muitos proprietários consideram seus cães como um investimento momentâneo, e o tratamento que dispensam a eles visa apenas o bom desempenho na pista, não importando sua saúde a longo prazo. Até mesmo o mais rápido corre por apenas poucos anos e deve ser lucrativo o suficiente para compensar o custo de sua habitação e alimentação. A pressão para gerar lucro pode levar a negligência de cuidados. Grupos de adoção frequentemente recebem cães em estado deplorável.
Para reduzir os custos, os cães são alimentados com a carne mais barata que estiver disponível. A qualidade da assistência veterinária também fica comprometida por questões financeiras. Devido à falta de tratamentos preventivos, os Greyhounds ficam sujeitos aos mais diferentes tipos de problemas de saúde: tosse dos canis, contaminação por parasitas, choque devido ao calor, ataque cardíaco, subnutrição, desidratação, problemas de dentição, dentre outras doenças.
Como as corridas dependem das apostas, existe sempre o risco que a integridade das corridas seja comprometida pelo doping. São usados estimulantes, sedativos, anabolizantes, analgésicos e até mesmo cocaína, todos com o intuito de melhorar ou diminuir as performances dos cães. Muitas vezes interessa ao proprietário forjar um mau corredor, pois seu cão vai competir com outros mais lentos e poderá vencer a próxima corrida com tranqüilidade.
A quantidade de Greyhounds acidentados gravemente durante as corridas é impressionante, sendo comuns casos de patas, pescoço e de coluna quebrados. Mais de 80% das lesões ocorridas durante uma corrida são consideradas graves, críticas ou fatais. Há casos de cães que foram encaminhados para eutanásia logo após uma apresentação. Quando adoecem ou ficam demasiado machucados para participar de uma corrida, os Greyhounds são utilizados como reprodutores, vendidos para laboratórios de experimentação, enviados para pistas de corridas de países subdesenvolvidos, abandonados ou mesmo mortos. As maneiras de se exterminar um Greyhound são muitas: tiro, eutanásia, eletrocução, abandono, fome, pancadas, enforcamento, afogamento e outras. A crueldade contra estes pobres animais não tem limite.
Muitas organizações de proteção tentam conseguir adoções para os Greyhounds aposentados. A diferença entre a quantidade de Greyhounds mortos no final da carreira para os que conseguem adoção é assustadora. Muitos lutam pelo fim das corridas com apostas, outros por melhores condições para os cães de carreira.
Estados Unidos
O número de Greyhounds mortos anualmente nos Estados Unidos varia de 30 a 50 mil. 50% dos cães são mortos antes mesmo de chegarem às pistas.
Cerca de 100.000 coelhos e outros pequenos animais são utilizados como iscas vivas no treino dos Greyhounds, que são incentivados a persegui-los e matá-los. Os cães menos agressivos são fechados dentro de uma jaula com um destes pequenos animais e só são libertados ou alimentados depois de matarem a presa. Segundo reportagem “Correndo para não morrer” publicada em The Animals Agenda, em maio de 1986, “estima-se que pelo menos 90% dos treinadores de Greyhounds acreditam que o uso de iscas vivas é necessário para ensinar seus animais a perseguir a isca mecânica, por acreditarem que desta maneira terão melhor desempenho”.
Nos Estados Unidos, muitos canis têm gaiolas empilhadas em dois andares, com as fêmeas geralmente no nível superior, e os machos embaixo. Muitos cães passam sua vida inteira trancados nestes canis. Como os Greyhounds geralmente competem em várias pistas diferentes durante sua carreira, eles são transportados de um canódromo para o outro, amontoados em vans ou trailers de alumínio mal ventilados. O transporte por longas distâncias em condições precárias costuma causar desidratação, perda de peso, exaustão e até a morte.
Grã Bretanha
A Grã Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales) é supostamente uma nação de amantes dos animais. A maioria dos lares tem um animal de estimação e mais de um quarto deles tem um cão. No entanto, o destino dos Greyhounds que participam das corridas é extremamente cruel. Um cão tem uma expectativa de vida de 14 anos ou mais, porém um Greyhound de corrida não vive mais que cinco anos. Somente uma sortuda minoria consegue recolocação em lares no final da carreira. A maioria, no entanto, é morta no primeiro ano de sua vida e estima-se que 12.000 Greyhounds sofram este destino todos os anos. Para muitos o fim significa a morte em um matadouro sujo, com um tiro na cabeça por meras 10 libras. Os animais que costumam dar lucros exorbitantes aos criadores e apostadores terminam seus dias assassinados e despejados no mato.
Segundo a política oficial da National Greyhound Racing Club (NGRC), os cães devem ser recolocados em lares no final da sua carreira, mas somente 3.000 dos 10.000 usados nas pistas oficiais do Reino Unido a cada ano conseguem encontrar um lar. No entanto, a NGRC não assume nenhuma posição sobre esta chacina de Greyhounds saudáveis e orgulha-se desta atividade, que é o segundo maior espetáculo desportivo e gera bilhões de libras em apostas.
Irlanda
Os Greyhounds na Irlanda são criados em massa e não conseguem ser adotados na mesma medida. Os relatos de crueldade são diversos, eles são encontrados em grande número abandonados nas ruas, sujeitos a torturas e maus tratos. Os centros de adoção estão lotados de Greyhounds aguardando lares. Mesmo recentemente foram encontrados Greyhounds (alguns vivos, outros não) com as orelhas mutiladas para que os donos não fossem identificados por causa do chip. Nos noticiários, encontramos matérias como crianças de 10 a 12 anos torturando um Greyhound abandonado, e crianças de 7 a 8 anos apostando em corridas. Em 2006 foi noticiado o caso de uma loja musical que vendia pandeiros feitos com pele de Greyhounds.
Os Greyhounds também são criados para serem exportados para diversos países para que sejam utilizados no suposto “esporte”. As condições de transporte são atrozes e depois de uma curta carreira nestes países, os cães ainda sofrem abandono, torturas e morte.
A RSPCA – Associação Britânica Protetora Contra Crueldade aos Animais divulgou um relatório em 21/07/2004, denunciando que 36 Greyhounds foram exportados da Irlanda para serem vendidos em Barcelona. Os cães chegaram sedentos, famintos e maltratados, após viagem onde permaneceram enjaulados por mais de 30 horas em condições precárias. Os cães fizeram um trajeto de 1200 km até o destino final – a Espanha, distribuídos em 20 minúsculas jaulas, onde mal podiam permanecer de pé, viajando por ferrovias e depois através de caminhões abafados, com temperaturas atingindo 40 graus. Infelizmente este não foi um caso isolado.
O canódromo de Barcelona foi fechado em 2006 e os Greyhounds irlandeses (assim como os espanhóis), ficaram a mercê da própria sorte. Nos abrigos espanhóis podem ser encontrados Greyhounds irlandeses a espera de adoção, e já houve o caso de um deles que sobreviveu apesar dos ferimentos graves devido ao enforcamento.
Da Austrália para a Ásia
A indústria de corrida de Greyhounds australiana impõe um triste fim para seus cães: eles acabam seus dias em laboratórios de vivissecção ou são exportados para países como Coréia, Vietnã e China, com planos de criação de pistas de corrida por todo o Camboja e Filipinas. Estes países são notórios pelos atos bárbaros de tortura e matança de cães para consumo humano, onde não há nenhuma esperança ou possibilidade de doação ou recolocação para os Greyhounds aposentados. O destino dos Greyhounds australianos na Ásia é desumano e, conforme amplamente exposto pelos meios de comunicação, estes magníficos cães estão terminando seus dias sendo exterminados pela indústria da carne de cachorro, ou simplesmente sendo jogados em aterros.
Como todos os cães, os Greyhounds merecem ser protegidos. Até que as corridas com apostas sejam banidas, os cães continuarão enfrentando o triste destino que os aguarda: esquecimento, abandono e morte. É hora de dizermos "basta"! Por favor, unam suas vozes ao crescente coro das pessoas que acreditam que é errado tratar os Greyhounds desta forma tão cruel.