Extinção é a suspensão do reforço. Quando você modela um comportamento, você começa por reforçar uma pequena parte deste comportamento. Quando você torna seus critérios mais duros, você para de reforçar usando menos recompensas. Por isso, os comportamentos não são mais recompensados e o cão para de apresentá-los, escolhendo, então, apresentar um novo comportamento que será reforçado.
Extinção não é punição. Punição é um acontecimento. Quando você pune, você ou adiciona algo (punição positiva) ou retira algo (punição negativa) para reprimir um comportamento. A extinção não é um acontecimento. Você não adiciona nem subtrai algo – você simplesmente não faz nada. Vamos ver um exemplo.
Todo dia, uma pessoa joga um biscoito pela cerca para o cão que vive ali. Um dia, entretanto, o biscoito cai um pouco mais longe que o normal. O cão tenta pegá-lo, mas não o alcança. Ele tenta cavoucar o chão, mas ele é muito duro. Então, tenta escalar a cerca, mas ela é muito alta. Tenta dar a volta, mas o portão está fechado. Ele tentará cada vez mais – esticando-se todo, contorcendo o corpo para ganhar milímetros extras para conseguir o biscoito. Ele vai tentar dar um impulso e pular bem alto. Mas, se ele não se sair bem nunca, uma hora ele irá desistir. Da próxima vez que ele estiver ali, ele pode tentar de novo, mas desistirá mais rápido.
Esse foi um exemplo da extinção. A cerca não deu um choque nele quando ele tentou passar por baixo ou escalá-la. O homem não tirou o biscoito dali. O que aconteceu foi que suas tentativas falharam. Quando uma tentativa não funciona, ele tenta outra. Tenta de novo. Tenta cada vez mais. Tenta algo diferente. Essas são as características da extinção – características que nós levamos em conta quando aumentamos nossos critérios quando moldamos um comportamento. Depois que ele parou de tentar pegar o biscoito, ele ocasionalmente tentará de novo. Esta é outra característica da extinção, chamada "recuperação espontânea". Se ele pegou o biscoito durante a recuperação espontânea, o comportamento poderá voltar, muito forte. Entretanto, com poucos reforços, o comportamento acaba novamente.
Então, como usar a extinção? Quando você adestra, defina o critério específico que você deseja em cada seção. Por exemplo, quando você começa a ensinar o comando "senta", você irá recompensar o cão por ter posto o bumbum no chão. Se o cão faz qualquer outra coisa – por exemplo, ele deita ou late – você ignora.
Quando o cão começar a se sentar, você aumenta seu critério. Ao invés de apenas qualquer tipo de "sentado", você decide recompensar apenas quando o cão senta bem retinho – sentado quando os pés traseiros estiverem alinhados com os pés dianteiros. De repente, alguns dos "sentados" que você costumava recompensar não estão mais sendo recompensados. O cão experimenta outros tipos de "sentado" para descobrir em qual deles ele ganhará a recompensa. Estas "experimentações" são parte da extinção – tentar de novo, tentar cada vez mais, tentar algo diferente. Gradualmente ele sentará cada vez mais reto, certo. Como você não recompensa mais os outros tipos de "sentado", eles acabarão.
A extinção também pode ajudar a solucionar alguns problemas de comportamento. Por exemplo, um cão que pula nas pessoas para chamar a atenção. Se as pessoas de repente não respondem a este comportamento – literalmente virando "estátua" – o cão terá que tentar algo diferente para receber a atenção que ele tanto quer. Se as pessoas derem muita atenção ao cão como recompensa apenas quando ele estiver sentado – e rejeitar os pulos – então o cão começará a sentar para receber os agrados.
Mas, para isso se tornar verdadeiro, o treinador deve controlar os reforços. Se um comportamento em si é auto-recompensador ou recompensado pelo ambiente, a extinção falhará, a menos que o treinador possa oferecer uma recompensa melhor. Latir freqüentemente é um comportamento auto-recompensador. Esperar que o cão comece a latir quando alguém passar pelo portão para simplesmente deixá-lo chateado com o "reforço negativo" é algo fútil. Quando se estiver lidando com comportamentos auto-recompensadores ou que o ambiente recompensa, uma combinação de direção, reforços positivos e reforço negativo são soluções alternativas.
Comparação entre extinção e reforço negativo:
* Ambos diminuem a ocorrência de um comportamento.
* Reforço negativo é um ACONTECIMENTO – remove alguma coisa que causa o mau comportamento.
* Extinção é um NÃO ACONTECIMENTO. É falta de reforço. Neste caso você não pega algo bom para fortalecer o comportamento ou faz algo que reprima um comportamento. A extinção é algo que apenas "não deu certo" e não acontece a recompensa.
* Ambas são frustrantes para o aluno. O nível de frustração varia de cão para cão em situações específicas.
* A punição é uma maneira efetiva de se mudar um comportamento, mas mesmo quando usada corretamente, pode ter outros efeitos, como medo e agressividade. Na extinção não ocorrem esses "efeitos colaterais".
* A extinção leva o cão a mudar o seu comportamento – tentar de novo, tentar cada vez mais, tentar algo diferente. A punição, por outro lado, reprime um comportamento, levando o cão a fazer menos coisas, restringindo-as apenas àquelas que ele sabe que vai ganhar alguma coisa.
* A extinção pode causar uma diminuição no número de respostas. Mas, isso é mais comum de ocorrer se o número total de recompensas também diminuir, como quando o treinador coloca muitos critérios ou os aumenta muito rápido.
* A extinção só funciona quando o comportamento não é auto-recompensador para o cão.
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Um comentário:
o reforço negativo AUMENTA a ocorrência e nao diminue. reforço negativo é todo reforço que retira algo ruim do ambiente. exemplo: tomar anador (resposta) vai ser reforçada por retirar a dor.
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