Há
cerca de dois meses nossa magrelinha Suzie nos deixou. E com ela,
ficou um imenso vazio em nossa casa e nos nossos corações. Além do
vazio, precisamos lidar com mudanças comportamentais do Pistache,
afinal de contas, ele perdeu a companheira dele de todas as horas.
Suzie
partiu em casa, nos braços meus e do Luis (as meninas estavam
dormindo na hora), foi uma morte súbita. Pistache acompanhou o
processo e o encorajamos a cheirar a maninha. Pareceu que ele não
tinha “se tocado” do que tinha acontecido e dormiu muito bem à
noite.
No
dia seguinte, o passeio foi solitário mas, ainda assim, dentro da
normalidade. Chegamos em casa e ele voltou a cheirar o corpinho dela.
Depois de algumas horas, vieram buscar a Suzie. Foi aí que as coisas
mudaram. Pistache rosnou e latiu pro rapaz, como quem diz “Ei! Pra
onde você tá levando ela???”. A partir daí, Pistache se retraiu
de uma forma chocante. Passou a ter medo de absolutamente TUDO: de
outros cães, de outras pessoas, de barulhos, de ficar sozinho…
Durante os passeios ele se mantinha sempre alerta, assustado com
qualquer coisa. Se um cão latisse pra ele, ele corria de medo. Se
ouvia um barulho de alguém pisando numa folha, ele corria de medo
(sem exageros).
Foram
quase dois meses de um trabalho intenso pra ele voltar a ter a confiança que
tinha perdido juntamente com a perda da maninha. Além de fazer com
que ele visse alegria em outras coisas.
Precisamos
dar mais atenção pra ele: ele passou a nos acompanhar em passeios
nos shoppings (em horários mais vazios e também do lado de fora
deles), demos brinquedos novos, atividades novas. Tudo isso porque
nem mesmo roer um osso natural ele queria mais. Até mesmo água ele
parou de beber e passou a comer menos também.
Conforme
as coisas foram melhorando e ele foi adquirindo mais confiança,
chamei uma amiga que tem uma whippet também e elas passaram a manhã
aqui com a gente. Ele já não tinha mais medo de outros cães e
ficou feliz com a amiguinha. Só não curtiu ela ter ido embora.
Hoje
ele já adquiriu uma ótima confiança: interaje numa boa na rua, não
tem mais medo (em nenhum momento forcei ou forço nada nele, respeito
o tempo e os gostos dele), fareja tudo no passeio, treina, até rola
na grama (coisas que ele simplesmente tinha parado de fazer).
O
luto não é difícil só pra gente: é também pros nossos pets que
se vêem sozinhos.
Tudo
que fizemos foi pra ajudá-lo a lidar melhor: se despedir da irmã,
dar mais atenção, dar floral (sim, ele tomou bastante floral),
trabalhar com as questões que surgiram (medo, insegurança) e, por
que não?, se aninhar junto com ele, mas sem se desesperar (nos
momentos em que a dor era muita, eu nem ficava próxima do Pistache, pra não afetá-lo ainda mais).
Hoje as coisas já entraram nos eixos. Ainda fica a saudade pros humanos, mas o Pistache está bem mais tranquilo. E tem tido muita qualidade de vida, como sempre teve.
2 comentários:
Oi Fúlvia!
Gratidão por compartilhar... ficamos sabendo da partida da Suzie lá no grupo do Confraria. Nada melhor que o tempo para nos fortalecer (humanos e nossos bichos). Aprendi muito com você e a Suzie! Eu e Farello somos "old school" desde os tempos do blog e estamos acompanhando a perda dos nossos amigos tão especiais. Um grande abraço!
Tais e Farello
Obrigada, Taís! Vocês da velha guarda me deram muito apoio. Obrigada mesmo, mesmo, por tudo!
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