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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Como melhorar a doação de cães

O texto abaixo é uma tradução e adaptação do original deste site aqui. Lembre-se que é um texto feito nos Estados Unidos, onde há outra cultura em relação aos cães e às profissões ligadas a eles. Mas, não custa nada a gente tomar isso como exemplo, seja como voluntário, seja como profissional.


Como fazer com que cães com pouca chance de adoção tenham um lar

Quando surge o termo “cães com pouca chance de adoção”, nos vêm à mente imagens bem diferentes. Alguns pensam em cães com algum tipo de deficiência ou idosos; outros pensam em cães com problemas comportamentais, que não convivem bem com outros cães e/ou outras pessoas. Quando penso em cães com pouca chance de serem adotados, admito que quase todo cão acima de 6 meses de idade me vem à mente. Afinal, todo mundo ama os filhotes.

Claro que existem aqueles que preferem não adotar um filhote, tivemos esse tipo de experiência e, por mais legal que tenha sido, graças a Deus já passou. Mas, como um amigo envolvido em um evento de adoção disse: “parecia uma liquidação de filhote”, as pessoas não conseguem se conter e os pegam. Claro que nem sempre isso é uma coisa boa, afinal, os filhotes crescem...

A diferença entre um cão adotável e um não adotável são, normalmente, as habilidades. Dê ao cão uma habilidade e ele passará do “um olho só, idoso e não é o que eu estava procurando” para “Meu Deus, como ele é esperto!”. Ensine um cão surdo a sentar e olhar com ar pidão para alguém que ele já vai para a escala dos adotáveis. Ensine-o a deitar ou dar a pata e adotantes em potencial já começam a pensar que ele é um cão prodígio. Essas pequenas habilidades podem ajudar o cão a ser adotado e de continuar no novo lar.

Sei das limitações de tempo, energia e dinheiro que abrigos e ONGs encaram. Assim, o adestramento dos cães pode ser uma opção limitada, mas ainda me surpreende que, mais que poder, não exigem que os futuros adotantes matriculem seus cães em aulas de adestramento. Alguns abrigos incluem o custo destas aulas no custo da adoção. Uma amiga adestradora oferece 75% de desconto para uma aula particular para os cães adotados. Em dois anos, ela teve apenas dois alunos. Se isso é falta de propaganda, pelo abrigo, para os adotantes ou simplesmente um desinteresse por parte dos próprios donos, eu já não sei. Mas, se o abrigo tornasse o adestramento obrigatório, talvez muitos levariam seus cães.

Frequentemente ouço grupos conversando sobre quantos cães doaram, mas nenhum fala sobre o número destes cães que ainda estão na mesma cada depois de dois ou três anos. A julgar pelo número de vezes que alguns cães passam pelo sistema, acredito que um bom número de cães volta para o abrigo. Cães que não tiveram sucesso no novo lar, continuam a gastar dinheiro do abrigo. Há ainda aqueles cães que não param em nenhum lar, apesar de no contrato ser uma exigência o cão voltar para o abrigo de onde foi veio; os cães que são eutanasiados por causa de problemas comportamentais; os cães que nunca mais foram vistos depois de fugir depois de pouco tempo no novo lar; os cães relegados a uma vida preso em uma corrente por causa de problemas comportamentais não resolvidos.

Meu sonho é: abrigos, centros de resgate e ONGs mudando a cultura da adoção de cães e tornar divertida a exigência de todos eles serem matriculados em uma aula de adestramento como uma condição para a adoção. Os adestradores são profissionais excelentes. São poucos os que não aceitam participar de algo assim: a maioria dá descontos para donos de cães adotados em suas aulas de obediência, agility etc. Fazer com que os cães com menos chance tenham um lar é o primeiro passo. Mantê-los lá é o próximo.

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