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sábado, 17 de agosto de 2019

Princípios para manter o cão saudável - Parte VI

Continuando a série sobre como ter um cão mais saudável e longevo, um resumo sobre as vitaminas. Lembrando que estes textos são adaptados livremente por mim, baseados no excelente artigo do dr. Peter Dobias (leia na íntegra e em inglês aqui).


O que você provavelmente não sabe sobre multivitamínicos para cães
Eu sempre procuro formas de manter meus cães saudáveis e felizes por muitos e muitos anos. Neste artigo o veterinário irá falar sobre as vitaminas: é importante dá-las aos nossos cães? Se eu já ofereço suplementos minerais, ainda preciso dar vitaminas? Dá para saber se um suplemento é bom ou não?


Vita = saúde
Seu nome já diz que é uma substância que dá vida. Sabemos que elas são essenciais para a saúde, mas a maioria que é vendida nas farmácias são feitas de materiais sintéticos. Muitos também acham que todas as vitaminas necessárias se encontram nos alimentos que damos aos nossos cães, seja através da alimentação crua ou da ração. Será verdade mesmo?
Segundo a medicina tradicional chinesa, as vitaminas chamadas convencionais (estas das farmácias) criam um estado de excesso. Alguns cães ficam com náuseas ao tomarem estes complexos vitamínicos, enquanto outros ficam ofegantes e super aquecidos.


As vitaminas sintéticas não estão vivas
São feitas de ingredientes sintéticos, então, não iguais às naturais. Estas vitaminas sintéticas, segundo o veterinário, são como maçãs de plástico: são bonitas, mas não são maçãs de verdade.
Elas são necessárias para que alcancemos uma boa saúde, longevidade e prevenção de doenças.
Na natureza elas se encontram no fígado ou em alimentos integrais. Mas, como vimos no artigo anterior, o solo pobre reduz as vitaminas dos alimentos.
Na natureza o solo é reabastecido com um ciclo simples:
solo local > plantas > animais > solo local
Já na civilização moderna o ciclo é assim:
solo > plantas > animais > aterro

Os fazendeiros não reabastecem o solo por ser muito caro. O que acontece é que eles aplicam fertilizantes, mas são incompletos, que focam em suplementar nitratos, fosfatos, cálcio e potássio, o que faz as plantas crescerem, mas não é a mesma coisa.
A compostagem tem se tornado mais comum em alguns lugares, mas a maioria dos restos de alimentos ainda vai para os aterros e oceanos ao invés de voltar para o solo e apenas uma pequena parte da compostagem volta ao lugar de origem para completar o ciclo dos nutrientes, o que é um problema de difícil solução.


Por que produzir o próprio alimento nem sempre é perfeito?
Talvez você tenha sorte e consiga alimentar você e seu cão com o que você produz. Mesmo assim, ele pode não receber todos os nutrientes necessários. O solo varia de região para região. Na natureza, os animais também percorrem longas distâncias para se alimentar e, assim, acabam encontrando tudo de que precisam. Do jeito que vivemos hoje, o acesso a solos com diferentes nutrientes é limitado.


Um obstáculo
Suplementar a dieta dos cães com fontes naturais de vitaminas é o que faz mais sentido mas… há um problema aí também. Exemplo: cada laranja contém 50mg de vitamina C então, se você quiser fazer uma cápsula de 1000mg, você precisaria de 20 laranjas.


Fazendo as contas…
O preço da laranja não é muito barato (ainda mais se for orgânica). Some a isso o custo de fabricação, de encapsular, de embalar, transportar e distribuir… o preço final de UMA cápsula pode ser de mais de R$40! Fora que nossos cães precisam de outras vitaminas então você gastaria uma boa nota.


Outro problema com extratos naturais
Mesmo se forem acessíveis, não são tão bons quanto as vitaminas encontradas nos alimentos. Extrair a vitamina C a remove do seu “transportador” natural – a polpa e o resto da laranja.
Há uma diferença entre comer uma fruta e tomar o seu suco. A fruta inteira é completa e balanceada. Mas, ao fazermos suco dela, não existe mais o equilíbrio de seus componentes, pois perde a polpa, a fibra e a casca (no caso das frutas cuja casca é comestível). Sucos são riquíssimos em açúcar e, se tomarmos suco sempre, é fácil ganharmos peso.


A solução para o dilema
A saída é oferecer alimentos integrais, variada e orgânica de preferência. Alguns ingredientes: aspargos (proteção dos rins), açafrão (reduz inflamação e previne câncer); salsinha e coentro (barra metais pesados e desintoxicam o fígado) entre outros.

No final do artigo ele termina dizendo como está feliz por seu cão ter 15 anos e estar em excelente forma e gozando de saúde e alegria e de como ele sente prazer em compartilhar o que ele sabe com as outras pessoas para que elas tenham os mesmos resultados com seus cães. =) 

segunda-feira, 4 de março de 2019

Cão de serviço

Comentei com algumas pessoas que quero ensinar a Merida algumas tarefas que são ensinadas aos cães de serviço, além do protocolo de socialização feito para eles. Comprei um livro e tenho pesquisado bastante e pretendo fazer em breve um curso sobre o assunto.
Mas, por que quero fazer isso? Não há nenhum motivo em especial para fazer com que ela saiba pegar as coisas que caírem no chão e entregar pra mim, tirar meias, ajudar a pegar as roupas para lavar etc. Então… qual o motivo?
Merida tomando um solzinho depois de
uma sessão de treino
Setters Irlandeses são uma raça bem ativa que precisam de bastante exercício. Mas não apenas de exercício físico! Já escrevi bastante sobre a importância dos exercícios mentais como atividades. E aqui elas são realmente muito necessárias. Por ser uma raça ativa e de trabalho, por quê não dar trabalho para ela? Ela se sentirá útil e, ao mesmo tempo, trabalhará a mente, nossa comunicação será melhorada, nossos laços estreitados e todos ficaremos mais felizes.
Este tipo de treino também é ótimo para quem pretende levar o cão para ambientes pet friendly, viajar com o cão, fazer trilhas, ir em casas de amigos ou simplesmente quer um cão educado pra andar por aí.
Quem conhece a Merida sabe o quanto ela é inteligente. Sim, muito inteligente. Ela aprende tudo muito rápido. Ao mesmo tempo, ela é uma completa maluca. Estes treinos com certeza a beneficiarão no futuro, tornando a convivência mais tranquila (ela melhorou muito).
No caso, os treinos são realmente para mantê-la mentalmente estimulada. Sabia que isso ajuda a prevenir a demência canina? Pois é… igualzinho em nós, humanos. E é uma forma de cansar o cão sem deixá-lo excitado.
Lendo sobre a raça, descobri que está crescendo o número de setters irlandeses como cães de serviço. Isso porque são cães de caça, ou seja, são cães inteligentes, que aprendem rápido, leais e adoram agradar seus tutores (tudo isso é fato!). Além disso, são cães cheios de energia, agilidade e resistência. Por isso digo que, mentalmente, ser educada para isso lhe trará enorme benefício, porque nada melhor para ela que ser incluída na nossa vida (ela está sempre perto quando estou fazendo alguma coisa, como se realmente esperasse que eu lhe pedisse algo – mas ainda está no processo de aprender certas coisas).
Seu porte grande permite também que seja mais fácil para ele pegar coisas e entregar para o tutor e ter mais força para abrir e fechar gavetas, portas e altura para acender e apagar luzes.
Além de tudo isso, são cães que se apegam bastante ao tutor, se dão bem com todos da casa e são sociáveis com estranhos e outros cães. São cães que se dão bem em ambiente público por não ficarem desconfiados de tudo. Mas claro, tudo isso demanda treino de socialização!
O treino em si
Demanda bastante tempo. Sabemos que os cães guia, por exemplo, passam um ano com sua família socializadora aprendendo coisas básicas de educação canina, sendo socializados, para depois passarem mais seis meses, mais ou menos, na universidade canina, onde aprenderão as habilidades necessárias para exercerem sua função. Ou seja: não é da noite para o dia que tudo acontece. E não se pode colocar a carroça na frente dos bois: temos que começar do começo mesmo, ensinando o básico do básico, socializando e depois partindo para outras atividades, mas sempre reforçando aquilo que já aprendeu, generalizando e tudo o mais que uma boa educação canina proporciona.
Tudo começa com você ensinando seu cão a: sentar, deitar, vir quando chamado, ficar e andar ao seu lado (este último ainda em fase de aprendizado…).
Habilidades necessárias
Segundo o AKC, um cão de serviço precisa:
→ se aliviar sob comando;
→ focar no tutor (parceiro) e ignorar distrações;
→ saber o básico da educação canina (eles focam no programa deles chamado Canine Good Citizen que é o básico mesmo da educação canina e todo cão deveria saber fazer. Inclui andar na guia; sentar quando pedido; ficar; permanecer calmo quando outra pessoa falar com seu tutor; permitir ser acariciado e examinado por terceiros; andar normalmente numa multidão e frente a outros cães etc);
→ habilidades em locais públicos.

Habilidade em locais públicos
Mais coisas que todos os cães deveriam saber, que incluem:
→ entrar e sair de um veículo calmamente;
→ entrar e sair de um prédio calmamente;
→ andar ao lado do tutor dentro do estabelecimento;
→ vir quando chamado;
→ sentar e deitar quando pedido em várias situações;
→ autocontrole no restaurante e quando a guia cai no chão.
Reparem que são pré-requisitos necessários em ambientes pet friendly também. Este é meu maior objetivo nos treinos com a Merida. Não levá-la comigo no avião se um dia eu for viajar (eu tenho medo de avião), mas mantê-la mentalmente estimulada, focada em mim, lhe dar um trabalho útil e que ela possa passar mais tempo da vida dela ao meu lado, de forma calma, confiante e educada.
As outras habilidades (pegar coisas, abrir coisas etc) podem ser treinadas posteriormente, porque não são as mais importantes no nosso caso. Mas serão úteis para ela, de alguma forma.

Tudo isso demanda tempo, claro. Mas acaba sendo gratificante no final. 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Acalmando um cão hiperativo: Parte III

Chegou a parte final sobre como lidar com um cão hiperativo. Neste último post falarei sobre a importância dos exercícios físicos e mentais para os cães.

Pistache e Merida descansando após
treino, passeio de 40 minutos e
comida no pote não.
A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO (físico e mental)
Apesar de todos os cães precisarem de exercícios físicos e mentais diariamente, a quantidade varia de indivíduo para indivíduo.

Convivendo com um Whippet de 8 anos e uma Setter Irlandesa de 5 meses, sei muito bem o que é isso.
Merida precisa de mais atividade física que Pistache para ter uma boa qualidade de vida.

O mesmo se aplica para a atividade mental. Aqui Pistache precisa ser desafiado mentalmente, mas não tanto quanto Merida. Novamente, depende tanto da raça quanto da idade de cada indivíduo.

Os cães hiperativos precisam de mais exercícios e estímulos mentais que a maioria dos outros cães. Proporcionar esta dupla de atividades é a chave para ensiná-los a “desligar”, como dito no post passado. E lembre-se: seu cão hiperativo não irá se acalmar se você não tiver suprido as necessidades físicas e mentais dele.

Como tutor de seu cão, é sua responsabilidade suprir a demanda de exercícios físicos e mentais dele, diariamente. Seja atráves de um passeador canino, de uma creche ou fazer um esporte com ele, ele depende de você para queimar este excesso de energia.
Mas… e se eu tenho em minha casa além de um atleta um Eistein canino? O que fazer?
Faça um plano: um exemplo é oferecer 3 tipos de atividade física e mental todos os dias. Isso ajuda a mantermos também a nossa rotina diária. Abaixo terá uma lista de várias opções de exercícios físicos e mentais para se colocar em prática.

→ Procure ajuda: Você não tem o mesmo pique do seu cão? Tudo bem. Peça ajuda. Pode ser levá-lo a uma creche 2 a 3x na semana (mais que isso pode irritar o cão, inclusive), contratar um passeador, aquele seu vizinho que gosta de cães pode brincar com ele de bolinha ou ir correr com ele na praça…
Seja criativo: você trabalhar 10h por dia e ter vida social não é desculpa para não exercitar seu cão. Enquanto você assiste algo na TV, pode ensinar um truque para seu cão; enquanto cozinha pode fazer o treino do tapete; enquanto fala ao telefone pode jogar bolinha ou brincar de cabo de guerra…
Dar ao cão exercício físico e mental suficiente para ele suprirá suas necessidades diárias. Até que elas estejam supridas, dificilmente se consegue acalmar um cão hiperativo.
IDEIAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS E MENTAIS

→ Cabo de guerra: pode brincar SIM! Além de gastar energia, estreita seus laços com o cão.
→ Bolinha: se o seu cão adora bolinha, brinque! Em dias chuvosos, nada melhor que jogar bolinha pro seu cão pegar por um tempo.
→ Flirt pole: nada mais é que um brinquedo amarrado em uma corda grande e o cão o caça. Normalmente é um bicho de pelúcia, para simular a caça mesmo. É um jeito muito fácil de exercitar o cão, mesmo em pequenos espaços, além de uma alternativa para um cão que não curte buscar bolinha.
→ Treinos: tente ensinar algo novo para seu cão usando petiscos. Treinar é um excelente exercício mental e estreita demais seus laços com seu cão.
→ Caminhadas: a boa e velha caminhada é uma ótima pedida para se gastar energia. Use as caminhadas como uma oportunidade para aprimorar o “senta” antes de atravessar a rua; deixar o cão farejar (leve petiscos e esconda em locais seguros); deixe ele explorar o ambiente (guia com ao menos 1,5m é o ideal); pratique outros treinos como deita, dá a pata, olha pra mim etc em um ambiente novo, como a rua.
→ Jogos de faro: os cães adoram. Coloque o cão em outro ambiente e esconda petiscos para ele procurar (menos em locais altos, para não estimular que ele procure coisas em cima da mesa, da pia etc). Para o dono isso é facílimo de se fazer, e para o cão é bem gratificante! Para aumentar a dificuldade depois, esconda os petiscos em locais mais amplos ou em mais locais da casa.
→ Correr: muitos cães amam correr, e há tutores que gostam também. Mas lembre-se de se certificar com o veterinário se ele está apto a praticar corrida: cães muito jovens e mais idosos normalmente não podem e, dependendo da raça, também não (exemplo, cães braquicefálicos, como pugs e buldogues). E comece sempre aos poucos, não queira correr 10km no primeiro dia. Converse com o veterinário antes!
→ Trilhas: uma oportunidade incrível para os cães exercerem seus comportamentos naturais (como cavar, farejar, rolar na grama, entrar em poças etc) E gastar energia. Procure trilhas e passeios na natureza que aceitem cães. Locais como Brotas e Souzas, no estado de São Paulo, são bastante conhecidos.
→ Quebra-cabeça: são imprescindíveis! Sério! Não vejo como as coisas aqui seriam sem os quebra-cabeças diários dos cães. Você pode tanto comprar um tabuleiro (há de diversas dificuldades e diversos preços) ou fazer o seu próprio em casa (basta procurar no instagram pelas hastags #comidanopotenao e #enriquecimentoambiental e também fazer parte de grupos sobre estes temas no facebook e seguir contas no instagram que divulguem bastante ideias. Muitas são simples, como dobrar toalhas, ou dar um nó nelas, e ter a comida dele lá dentro (ou petiscos). Podem ser também brinquedos recheáveis, como os da Kong ou as bonequinhas / monstrinhos da petgames.

RESUMINDO
Se nós não suprirmos as necessidades básicas de nossos cães, acabaremos com um cão hiperativo em casa. E, se não os ensinarmos a viver na sociedade humana, teremos um cão muito mal educado. Use uma combinação de treinos de educação canina, protocolos de relaxamento e exercícios para acalmar seu cão. 

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Acalmando um cão hiperativo: Parte II

Continuando a série sobre cães hiperativos, neste post vou dar dicas do que podemos fazer para acalmá-lo, para ensiná-lo a relaxar.

No próximo post falarei sobre a importância dos exercícios físicos e mentais para estes cães, que se aplicam para todo tipo de cães, claro!

PORQUE CÃES HIPERATIVOS PRECISAM “DESLIGAR”?
Eles precisam aprender a “desligar”, como chamamos. E o que isso quer dizer? Que não devemos apenas focar em exercitar nossos amados cães hiperativos, mas ensiná-los a relaxar também. E isso é algo extremamente importante para acalmar este tipo de cão.
Normalmente o que fazemos? Excitamos nossos cães: exercitamos, brincamos, deixamos eles ligadões. E depois ficamos chateados porque eles não ficam calmos, parecem nem saber o que é isso. Sem treinar isto, não há como o cão adolescente saber que é OK ser completamente maluco quando está brincando no parque mas que deve ficar deitado na cama dele, roendo seu brinquedo, quando visitas chegam em casa.
E como a gente consegue fazer isso?
Existem quatro maneiras e todas são fáceis de implementar na nossa rotina diária com nossos cães. Nenhuma delas envolve punição e em todas usamos petiscos / recompensas. Faça ao menos uma por dia, todos os dias, se você tiver um cão hiperativo em casa (e mesmo que não tenha, são úteis se você deseja levar seu cão em locais pet friendly).
Jogo nº1: Tapete (caminha)
É excelente pra ensinar o cão a se acalmar.
É um processo com vários passos a serem dados, começando sempre a ensinar o cão a se deitar no tapete e ficar ali não importa o que esteja acontecendo à sua volta.
O protocolo de calma dadoutora Karen Overall é incrível. Basicamente consiste em o cão ficar deitado no tapete e você ir adicionando distrações aos poucos. A cada dia a dificuldade aumenta. E o tapete só é usado nos treinos, para que o cão o associe com os momentos de calma e relaxamento.
Jogo nº2: Dog Zen
Um jogo popularizado pela incrível Susan Garrett, com o famoso “It’sYer Choice”, ajuda o cão a desenvolver o auto controle, a fazer boas escolhas para conseguir o que deseja. Em resumo, seu cão aprende a lhe pedir permissão para ter o que deseja. E quer saber? É muito fácil de começar este jogo! E divertido!
Jogo nº3: Preparar, apontar, VAI!
Este é para cães que sabem um pouco de comandos de obediência (senta, deita etc).
Comece brincando com ele de cabo de guerra, por exemplo. No começo não o excite muito, deixe isso pra quando ele já estiver craque na brincadeira. Diga “preparar, apontar, VAI!” e comece a brincar. Depois de alguns segundos, diga “prearar, apontar, DEITA!” ou “SENTA!”.
No começo ele vai hesitar ou tentar continuar a brincadeira – tudo bem. Nessas horas seja o ser mais chato do mundo até o cão entender o que você quer dele. Assim que ele fizer o que você falou, recomece o jogo. Logo seu cão aprenderá a parar de brincar e responder ao seu pedido o mais rápido possível. Pra que serve isto? Ajuda-o a pensar mesmo quando estiver excitado demais!
Jogo nº4: Nada na vida é de graça
Este é um jogo para fazer o dia todo. Por quê?
Existem várias coisas que fazemos para nossos cães todos os dias, coisas que eles amam. A ideia deste jogo é que o cão aprenda a “sentar” para pedir as coisas.
Por exemplo: sentar antes de colocar a coleira para passear, antes de comer, antes de passar pela porta etc.
Além de ensinar ao cão um comportamento aceitável (para nós, humanos), que faz com que ele (cão) consiga o que quer, ensina a ele que latir, pular ou qualquer outro comportamento rude não lhe fará ganhar nada.

Ou seja: se você tem um cão hiperativo em casa, seu primeiro trabalho com ele é ensiná-lo a se acalmar. Eles não vêm com manual de instruções de como viver no mundo dos humanos, então o trabalho de ensiná-los isso é NOSSO. Isso tornará o convívio muito mais agradável. 

sábado, 26 de janeiro de 2019

Acalmando um cão hiperativo: Parte I

Depois de conviver com Whippets adultos por muito tempo, estamos agora com uma Setter Irlandesa no auge da infância, com cinco mesmo, e claro, muito cheia de energia.
Conheçam Merida, a nova integrante do clã
Quem nos acompanha no Instagram (@fulviaandrade) e no Facebook (Fúlvia Andrade) pode perceber do que estou falando: há vídeos da Merida brincando sozinha, correndo, sempre com aquele olhar muito atento e quase nunca parada. Não há tantos vídeos dela assim porque é difícil de filmar, mas acreditem: ela tem muita energia. Mesmo.
Aprender como lidar com um cão desses e, melhor ainda, como acalmá-lo, é uma arte. E não é fácil: não basta apenas cansar o cão fisicamente e deixá-lo exausto. Com isso estamos apenas criando um super atleta, que será capaz de caminhar por 8h seguidas sem se cansar! Trancar o cão no quintal e esperar que ele cresça e se acalme sozinho também não é a melhor estratégia: só vai piorar. Se você também tem um cão cheio de energia deve estar se perguntando: o que fazer?
Nesta série vou falar um pouco do que tenho feito e do que é recomandado. E de como é importante que TODA A FAMÍLIA ajude no treino. Bastou que alguém estimule o comportamento maluco do seu cão, seja ele adulto ou filhote, e você terá que começar do zero… o que é bem frustrante.
CHEIO DE ENERGIA OU MUITO EXCITADO: qual a diferença e, isso importa?
Antes de aprender o que fazer, que tal entender um pouco sobre o que é um cão cheio de energia e um cão muito excitado? Nem todo cão com energia ilimitada são pentelhos. E nem todo cão pentelho é um super atleta.
Cães muito excitados
São aqueles cães que se excitam com estímulos que, para outros cães, não são nada de mais. Não é um estado permanente do cão, mas sim algo que eles fazem em um determinado momento. São cães que tem aquele olhar “selvagem”, elétrico – parecem bem fora de controle. Cães neste nível não conseguem pensar quando estão excitados.
Adivinhem? Merida se enquadra neste caso. Por quê? As características abaixo mostram como é um cão excitado, e ela tem algumas (três, para ser exata):
* correm a toda velocidade;
* latem incessantemente;
* mordem as mãos e roupas das pessoas, às vezes com força;
* pulam nas pessoas;
* quando pulam nas pessoas, as arranham;
* derrubam crianças e outros cães;
* batem as patas nas pessoas;
* brincam de cabo de guerra com as guias.
Cães assim, quando não têm suas necessidades básicas supridas, tendem a ficar ainda piores, se tornando cães muito difíceis de se conviver.
Mas isso não quer dizer que sejam sempre cães com muita energia – eles podem ficar doidões e, depois de alguns minutos, deitarem exaustos. Mas… cães com alta energia estão no “grupo de risco” para se tornarem muito excitados. Muitas vezes, excitação e alta energia andam de mãos dadas.
O que leva um cão a se tornar muito excitado?
* não são exercitados de acordo com sua raça, idade e personalidade;
* não foram educados (senta, fica, vem, deita, alguns truques etc);
* são privados de interação social;
* são expostos a situações muito estimulantes para eles.
Cães cheios de energia
O nome já diz tudo: eles têm energia pra dar e vender. Eles podem ser bem educados, mas são cães atletas. Um bom exemplo de cão cheio de energia e bem conhecido das pessoas é o border collie. Eles foram feitos para o pastoreio, então aguentam caminhar por HORAS. Não à toa que se destacam em esportes como agility, freestyle, flyball e obediência.
Olha só… a Merida também se enquadra nesta categoria! E quais são as características destes cães?
* geralmente estão em ótima forma física
* em sua maioria são cães de “trabalho”, que foram desenvolvidos para trabalhar no campo durante horas (retrievers, pastores, cães de caça…)
* são cães capazes de correr, brincar de frisbee, de bolinha, daí vão nadar, voltam para casa e ainda brincam de cabo de guerra antes do almoço.
Pense assim: a excitação é um estado temporário do indivíduo, enquanto o nível de energia é inerente à certas raças.
Merida se enquadra em tudo isso: ela está em ótima forma física; é de uma raça desenvolvida para trabalhar no campo, farejando, apontando e algumas vezes buscando as presas; e mesmo após um passeio de 1h com direito a farejar, dar umas corridinhas, pular troncos, ainda chega em casa e brinca de bolinha, de cabo de guerra, treina, brinca com as irmãs humanas e só depois tira um cochilo.
Agora que já sabemos a diferença entre excitação e nível de energia, no próximo post vou falar sobre como acalmar um cão que seja muito excitado, os chamados cães “hiperativos”.

Em ambos os casos há necessidade de educar estes cães, de surprir suas necessidades físicas e mentais. Se não lhes dermos a quantidade certa de exercícios e estímulos mentais, nenhum protocolo utilizado para acalmar um cão deste tipo surtirá efeito. E sem educação / treino, todo o exercício e enriquecimento só ajudará a criar um super atleta maluco em casa.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Relacionamento cães e crianças

Laura pedindo para a Merida sentar
antes de lhe dar um petisco.
Hoje quero falar sobre o relacionamento entre cães e crianças.

Aqui em casa sempre houve respeito nesta relação, tanto do cão com a criança quanto da criança com o cão.

Suzie foi bem socializada com crianças, porque estava no nosso plano ter filhos. Então, ela sempre foi muito amiga das meninas.

Pistache também foi criado com crianças, e chegou pra gente já amando as meninas.

Merida já chegou aqui tendo contato com crianças também e, aqui, com duas crianças, ela logo se ligou a elas, principalmente à mais nova.

Mas... e as meninas? Como ensinar uma criança, que aperta, agarra, puxa, principalmente no começo, a não machucar os cães.

Primeiro de tudo: JAMAIS deixá-las juntas sozinhas com os cães. Um pode machucar o outro, mesmo que não haja intenção. Depois, quando elas percebiam que havia algo além delas no mundo, e  mostravam interesse nos cães (no caso, na Suzie), pegava a mãozinha delas e mostrava como era o "carinho". Ia passando a mãozinha delas bem suavemente pelo corpinho da Suzie, nos lugares onde ela gostava de ser acariciada. E claro, recompensava a peluda por sua paciência em servir de modelo. Conforme elas iam crescendo e entendendo mais como interagir com cães, foi mais fácil de explicar. Claro, o nosso EXEMPLO também ajuda muito. Se tratarmos nossos cães com respeito, carinho, atenção, é assim que as crianças os tratarão também.

E para os cães aceitarem os pequenos? Sempre associações positivas. Tudo que for bacana pro cão acontece na presença da criança. Passeios, brincadeiras, petiscos, carinhos, interações de forma geral, sempre prazerosas. Se precisar acontecer alguma mudança com a chegada de um bebê, por exemplo, que ela seja feita ANTES do nascimento dele e de forma gradual, no tempo do cão, para que não seja algo traumático na vida dele. Se precisar de ajuda, procure um profissional que não faça uso de punições para lhe ajudar.

Tomando estes e outros cuidados, a relação entre cães e crianças tem tudo para dar certo!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Princípios para manter o cão saudável - Parte V

Depois do meu enorme sumiço (2018 não foi um ano fácil pra gente aqui), vamos voltar à série sobre os princípios para se manter um cão saudável?

Lembrando apenas que estes textos são adaptados por mim, o verdadeiro autor (e o texto na íntegra), estão neste link.

Vamos lá então, porque aprender sobre nossos cães nunca é demais!

Uma coisa que faz a maior diferença na saúde dos cães

Aqui ele vai falar um pouco de química e o papel importante dela para os nossos cães. Os cães são “feitos” de compostos: átomos, elétrons, prótons e outras partículas, que se organizam de forma específica para formar uma orelha, por exemplo.
Se a estrutura química do colágeno e da cartilagem da orelha do cão fosse alterada pela adição de alguns elementos, seu cão poderia ser capaz até de voar – brincadeira! Mas uma modificação de um elemento pode fazer uma grande diferença sim.
A vida não é diferente do Lego: plantas e animais são feitos de componentes oferecidos pelo universo. Mas, se uma peça de Lego some, quando você montar a casa de Lego ela ficará fraca e, se várias peças se perdem, a estrutura se colapsa.
Se um elemento ou mineral está com pouca quantidade ou se falta em uma flor, em um esquilo ou em um cão, eles ficarão fracos. Se muitos deles escassearem ou faltarem, eles morrerão rapidinho.


Como a natureza resolve isso?
Ela recicla os nutrientes pela decomposição, que torna o solo rico em minerais.


O problema do mundo moderno
Com a exportação de alimentos, os nutrientes do solo são removidos do local de origem. Uma fruta vinda da Espanha, mesmo que coloquemos sua casca pra decompor aqui, não fará parte do solo da Espanha.
Gradualmente o solo fica esgotado de nutrientes, e esta falta de nutrientes passa para os animais de fazenda, pessoas e nossos cães. Isso afeta o corpo dos cães e sabemos que obtemos os minerais através dos alimentos.
Os minerais são vitais para as reações químicas do corpo. Se estiverem faltando, ou com pouca quantidade, a saúde do cão se deteriorará.
Ele diz que, com a agricultura moderna, se torna mais difícil obter os minerais através dos alimentos, devido ao solo pobre. Ele fala sobre suplementos naturais, que são melhores que os sintéticos, já que o corpo os reconhece e sabe como usá-los.

Ao colocarmos minerais e outros nutrientes na comida de nossos cães, fazemos uma grande diferença na saúde deles.