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sábado, 3 de novembro de 2018

Lidando com o luto (e ajudando seu cão a lidar com ele também)

Há cerca de dois meses nossa magrelinha Suzie nos deixou. E com ela, ficou um imenso vazio em nossa casa e nos nossos corações. Além do vazio, precisamos lidar com mudanças comportamentais do Pistache, afinal de contas, ele perdeu a companheira dele de todas as horas.


Suzie partiu em casa, nos braços meus e do Luis (as meninas estavam dormindo na hora), foi uma morte súbita. Pistache acompanhou o processo e o encorajamos a cheirar a maninha. Pareceu que ele não tinha “se tocado” do que tinha acontecido e dormiu muito bem à noite.


No dia seguinte, o passeio foi solitário mas, ainda assim, dentro da normalidade. Chegamos em casa e ele voltou a cheirar o corpinho dela. Depois de algumas horas, vieram buscar a Suzie. Foi aí que as coisas mudaram. Pistache rosnou e latiu pro rapaz, como quem diz “Ei! Pra onde você tá levando ela???”. A partir daí, Pistache se retraiu de uma forma chocante. Passou a ter medo de absolutamente TUDO: de outros cães, de outras pessoas, de barulhos, de ficar sozinho… Durante os passeios ele se mantinha sempre alerta, assustado com qualquer coisa. Se um cão latisse pra ele, ele corria de medo. Se ouvia um barulho de alguém pisando numa folha, ele corria de medo (sem exageros).


Foram quase dois meses de um trabalho intenso pra ele voltar a ter a confiança que tinha perdido juntamente com a perda da maninha. Além de fazer com que ele visse alegria em outras coisas.


Precisamos dar mais atenção pra ele: ele passou a nos acompanhar em passeios nos shoppings (em horários mais vazios e também do lado de fora deles), demos brinquedos novos, atividades novas. Tudo isso porque nem mesmo roer um osso natural ele queria mais. Até mesmo água ele parou de beber e passou a comer menos também.


Conforme as coisas foram melhorando e ele foi adquirindo mais confiança, chamei uma amiga que tem uma whippet também e elas passaram a manhã aqui com a gente. Ele já não tinha mais medo de outros cães e ficou feliz com a amiguinha. Só não curtiu ela ter ido embora.


Hoje ele já adquiriu uma ótima confiança: interaje numa boa na rua, não tem mais medo (em nenhum momento forcei ou forço nada nele, respeito o tempo e os gostos dele), fareja tudo no passeio, treina, até rola na grama (coisas que ele simplesmente tinha parado de fazer).


O luto não é difícil só pra gente: é também pros nossos pets que se vêem sozinhos.


Tudo que fizemos foi pra ajudá-lo a lidar melhor: se despedir da irmã, dar mais atenção, dar floral (sim, ele tomou bastante floral), trabalhar com as questões que surgiram (medo, insegurança) e, por que não?, se aninhar junto com ele, mas sem se desesperar (nos momentos em que a dor era muita, eu nem ficava próxima do Pistache, pra não afetá-lo ainda mais).



Hoje as coisas já entraram nos eixos. Ainda fica a saudade pros humanos, mas o Pistache está bem mais tranquilo. E tem tido muita qualidade de vida, como sempre teve.