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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Correndo Para Salvar a Própria Vida


VOCÊ APOSTA, ELES MORREM!
O destino dos Greyhounds usados em competições oficiais é vergonhoso e cruel. Deixamos aqui um alerta e um protesto. Nossa consciência não nos permite patrocinar canódromos, participar de corridas, apostar nos cães e financiar seu sofrimento.

Atração a ser evitada
Os Greyhounds são animais nobres e dóceis, com uma linhagem vinda desde o tempo dos faraós. No entanto, aqueles usados em corridas são considerados como mercadoria e não como animais de estimação. Em um momento eles são vistos como criaturas vigorosas correndo ao redor de uma pista atrás de uma lebre artificial, e num piscar de olhos sua vida útil está acabada. Um Greyhound gasta poucos minutos na pista durante uma corrida, mas ele passa muitas horas da sua vida confinado em uma cela apertada.

Milhares de Greyhounds são mortos todos os anos – alguns em nome da melhoria genética – antes mesmo de chegarem às pistas. A criação é feita em massa e somente um pequeno número chega a correr, os excedentes são mortos. Poucos cães chegam à aposentadoria aos 4 ou 5 anos, muitos morrem de lesões e doenças. Aqueles que sobrevivem mais tempo por causa do seu desempenho nas pistas, podem ser mortos ou vendidos a laboratórios no final da sua curta carreira e somente uma minoria consegue ir para lares com a ajuda de grupos de proteção.
Para se ter uma idéia da dimensão deste problema, podemos encontrar uma enorme quantidade de pistas oficiais onde a aposta é a principal atração: 73 pistas nos Estados Unidos, 104 na Austrália e Nova Zelândia, 39 na Grã Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales), 24 na Irlanda, além das pistas existentes em diversos países como a Dinamarca, Alemanha, Holanda, Suécia, México, China, Coréia do Sul, Vietnam, dentre outros. Irlanda, EUA, Austrália e outros acabam usando países do terceiro mundo como “lixeira” para os cães que não servem mais para suas pistas.
Ganância x Saúde
Muitos proprietários consideram seus cães como um investimento momentâneo, e o tratamento que dispensam a eles visa apenas o bom desempenho na pista, não importando sua saúde a longo prazo. Até mesmo o mais rápido corre por apenas poucos anos e deve ser lucrativo o suficiente para compensar o custo de sua habitação e alimentação. A pressão para gerar lucro pode levar a negligência de cuidados. Grupos de adoção frequentemente recebem cães em estado deplorável.
Para reduzir os custos, os cães são alimentados com a carne mais barata que estiver disponível. A qualidade da assistência veterinária também fica comprometida por questões financeiras. Devido à falta de tratamentos preventivos, os Greyhounds ficam sujeitos aos mais diferentes tipos de problemas de saúde: tosse dos canis, contaminação por parasitas, choque devido ao calor, ataque cardíaco, subnutrição, desidratação, problemas de dentição, dentre outras doenças.
Como as corridas dependem das apostas, existe sempre o risco que a integridade das corridas seja comprometida pelo doping. São usados estimulantes, sedativos, anabolizantes, analgésicos e até mesmo cocaína, todos com o intuito de melhorar ou diminuir as performances dos cães. Muitas vezes interessa ao proprietário forjar um mau corredor, pois seu cão vai competir com outros mais lentos e poderá vencer a próxima corrida com tranqüilidade.
A quantidade de Greyhounds acidentados gravemente durante as corridas é impressionante, sendo comuns casos de patas, pescoço e de coluna quebrados. Mais de 80% das lesões ocorridas durante uma corrida são consideradas graves, críticas ou fatais. Há casos de cães que foram encaminhados para eutanásia logo após uma apresentação. Quando adoecem ou ficam demasiado machucados para participar de uma corrida, os Greyhounds são utilizados como reprodutores, vendidos para laboratórios de experimentação, enviados para pistas de corridas de países subdesenvolvidos, abandonados ou mesmo mortos. As maneiras de se exterminar um Greyhound são muitas: tiro, eutanásia, eletrocução, abandono, fome, pancadas, enforcamento, afogamento e outras. A crueldade contra estes pobres animais não tem limite.
Muitas organizações de proteção tentam conseguir adoções para os Greyhounds aposentados. A diferença entre a quantidade de Greyhounds mortos no final da carreira para os que conseguem adoção é assustadora. Muitos lutam pelo fim das corridas com apostas, outros por melhores condições para os cães de carreira.
Estados Unidos
O número de Greyhounds mortos anualmente nos Estados Unidos varia de 30 a 50 mil. 50% dos cães são mortos antes mesmo de chegarem às pistas.
Cerca de 100.000 coelhos e outros pequenos animais são utilizados como iscas vivas no treino dos Greyhounds, que são incentivados a persegui-los e matá-los. Os cães menos agressivos são fechados dentro de uma jaula com um destes pequenos animais e só são libertados ou alimentados depois de matarem a presa. Segundo reportagem “Correndo para não morrer” publicada em The Animals Agenda, em maio de 1986, “estima-se que pelo menos 90% dos treinadores de Greyhounds acreditam que o uso de iscas vivas é necessário para ensinar seus animais a perseguir a isca mecânica, por acreditarem que desta maneira terão melhor desempenho”.
Nos Estados Unidos, muitos canis têm gaiolas empilhadas em dois andares, com as fêmeas geralmente no nível superior, e os machos embaixo. Muitos cães passam sua vida inteira trancados nestes canis. Como os Greyhounds geralmente competem em várias pistas diferentes durante sua carreira, eles são transportados de um canódromo para o outro, amontoados em vans ou trailers de alumínio mal ventilados. O transporte por longas distâncias em condições precárias costuma causar desidratação, perda de peso, exaustão e até a morte.
Grã Bretanha
A Grã Bretanha (Inglaterra, Escócia e País de Gales) é supostamente uma nação de amantes dos animais. A maioria dos lares tem um animal de estimação e mais de um quarto deles tem um cão. No entanto, o destino dos Greyhounds que participam das corridas é extremamente cruel. Um cão tem uma expectativa de vida de 14 anos ou mais, porém um Greyhound de corrida não vive mais que cinco anos. Somente uma sortuda minoria consegue recolocação em lares no final da carreira. A maioria, no entanto, é morta no primeiro ano de sua vida e estima-se que 12.000 Greyhounds sofram este destino todos os anos. Para muitos o fim significa a morte em um matadouro sujo, com um tiro na cabeça por meras 10 libras. Os animais que costumam dar lucros exorbitantes aos criadores e apostadores terminam seus dias assassinados e despejados no mato.
Segundo a política oficial da National Greyhound Racing Club (NGRC), os cães devem ser recolocados em lares no final da sua carreira, mas somente 3.000 dos 10.000 usados nas pistas oficiais do Reino Unido a cada ano conseguem encontrar um lar. No entanto, a NGRC não assume nenhuma posição sobre esta chacina de Greyhounds saudáveis e orgulha-se desta atividade, que é o segundo maior espetáculo desportivo e gera bilhões de libras em apostas.
Irlanda
Os Greyhounds na Irlanda são criados em massa e não conseguem ser adotados na mesma medida. Os relatos de crueldade são diversos, eles são encontrados em grande número abandonados nas ruas, sujeitos a torturas e maus tratos. Os centros de adoção estão lotados de Greyhounds aguardando lares. Mesmo recentemente foram encontrados Greyhounds (alguns vivos, outros não) com as orelhas mutiladas para que os donos não fossem identificados por causa do chip. Nos noticiários, encontramos matérias como crianças de 10 a 12 anos torturando um Greyhound abandonado, e crianças de 7 a 8 anos apostando em corridas. Em 2006 foi noticiado o caso de uma loja musical que vendia pandeiros feitos com pele de Greyhounds.
Os Greyhounds também são criados para serem exportados para diversos países para que sejam utilizados no suposto “esporte”. As condições de transporte são atrozes e depois de uma curta carreira nestes países, os cães ainda sofrem abandono, torturas e morte.
A RSPCA – Associação Britânica Protetora Contra Crueldade aos Animais divulgou um relatório em 21/07/2004, denunciando que 36 Greyhounds foram exportados da Irlanda para serem vendidos em Barcelona. Os cães chegaram sedentos, famintos e maltratados, após viagem onde permaneceram enjaulados por mais de 30 horas em condições precárias. Os cães fizeram um trajeto de 1200 km até o destino final – a Espanha, distribuídos em 20 minúsculas jaulas, onde mal podiam permanecer de pé, viajando por ferrovias e depois através de caminhões abafados, com temperaturas atingindo 40 graus. Infelizmente este não foi um caso isolado.
O canódromo de Barcelona foi fechado em 2006 e os Greyhounds irlandeses (assim como os espanhóis), ficaram a mercê da própria sorte. Nos abrigos espanhóis podem ser encontrados Greyhounds irlandeses a espera de adoção, e já houve o caso de um deles que sobreviveu apesar dos ferimentos graves devido ao enforcamento.
Da Austrália para a Ásia
A indústria de corrida de Greyhounds australiana impõe um triste fim para seus cães: eles acabam seus dias em laboratórios de vivissecção ou são exportados para países como Coréia, Vietnã e China, com planos de criação de pistas de corrida por todo o Camboja e Filipinas. Estes países são notórios pelos atos bárbaros de tortura e matança de cães para consumo humano, onde não há nenhuma esperança ou possibilidade de doação ou recolocação para os Greyhounds aposentados. O destino dos Greyhounds australianos na Ásia é desumano e, conforme amplamente exposto pelos meios de comunicação, estes magníficos cães estão terminando seus dias sendo exterminados pela indústria da carne de cachorro, ou simplesmente sendo jogados em aterros.
Como todos os cães, os Greyhounds merecem ser protegidos. Até que as corridas com apostas sejam banidas, os cães continuarão enfrentando o triste destino que os aguarda: esquecimento, abandono e morte. É hora de dizermos "basta"! Por favor, unam suas vozes ao crescente coro das pessoas que acreditam que é errado tratar os Greyhounds desta forma tão cruel.

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